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30 novembro 2023

A Fábrica de Erisicton

Fico espantado com a quantidade gigantesca de livros que são publicados actualmente. Florestas inteiras de papel impressas com todo o tipo de inanidades e de vacuidade. A esmagadora maioria vai, certamente, acabar nas debulhadoras de reciclagem, resultado da mais completa indiferença e esquecimento.
No entanto, as paredes e sombras erguidas por estes livros inanes ocultam e obliteram os outros livros que valem a pena ler, soterrando-os para os confins da vista.  
A Fábrica de Erisicton é um manifesto eco-activista inspirado no livro VIII das "Metamorfoses" de Ovídio, baseando-se na história da mitologia grega do rei Erisicton que depois de cortar com um machado uma árvore sagrada, é castigado com uma fome insaciável, que o vai obrigar a devorar-se a si próprio.
A sobre-exploração dos recursos e da terra pelas culturas intensivas que se multiplicaram na paisagem alentejana, são o pano de fundo desta metáfora desencantada.
O desenho colorido psicadélico e naif de André Ferreira, profundamente poético sem ser panfletário, devolve-nos uma imagem irreal e delirante, mas simultaneamente tão próxima e implacável, resultante de um capitalismo tardio, cujo último estertor prolonga-se agonizante, mas sem permitir vislumbrar o que se seguirá.
Como assinalou Mark Fisher "o capitalismo está de facto talhado para destruir todo o meio humano. A relação entre capitalismo e desastre ecológico não é uma coincidência nem um acidente: a «necessidade de um mercado em constante expansão» do capital, o seu «fetiche do crescimento», significa que o capitalismo se opõe pela sua própria natureza a qualquer conceito de sustentabilidade."
Com toneladas de livros inúteis espalhados por todo o lado, a edição de singelos 100 exemplares de A Fábrica de Erisicton está esgotada, o que se lamenta, pois este volume devia estar permanentemente disponível e com o autor em digressão ininterrupta pelas escolas, integrando um plano de leituras e de discussão transversal a diversas disciplinas curriculares.
A Fábrica de Erisicton, Abril de 2021, 28 págs., impressão a cores, 18x25cm., Tiragem: 100 exemplares. Edição: Chili Com Carne [MdC #29].

28 setembro 2023

Diários dum Cão Danado

Em época de comemoração de três décadas de actividade, o Mesinha de Cabeceira tem estado imparável: - mais de dez novas publicações no espaço de um ano!!!
Esta edição #41, corresponde a uma compilação de desenhos seleccionados dos diários gráficos mantidos por Giancarlo Apollini, no período entre 2020 e 2023.
Diários dum Cão Danado abre com um coelho branco e uma chave dourada, estimulando a curiosidade para o seguir, introduzindo-nos na toca para desvendar que estranhos segredos se ocultam no seu interior. Logo nas primeiras salas, confrontamo-nos com os bichos, carcaças devassas, as meat paintings de Francis Bacon assombradas por Rembrandt.
Logo depois, sem tempo para recuperar o folêgo, desagua-se no peep show, a central do voyeurismo, visões fetichistas de uma feminilidade toldada pela obsessão, as nádegas generosas e os saltos altos, mulheres atadas com cordas meticulosamente dispostas, expostas à erotização do olhar, num estranho jogo de interdição, inebriados pelo sensual cheiro a morte e desejo.
Figuras, torsos amputados, representados contra um fundo plano - Bacon novamente.
Uma breve incursão no espaço do museu, vetusta catedral erigida em louvor do voyeur.
A ilusão, as imagens fotográficas exibidas através dos filtros que operam novas magias nas redes sociais - a girl magic box. A vaidade vã. | Vanitas |. A caveira, como marco miliário, a recordar a insignificância da vida e a efemeridade da vaidade.
O que é que Fellini, Hitchcock e Buñuel têm a ver com tudo isto? Têm tudo, pois criaram estranhos objectos de desejo, decompostos em perturbadoras fantasias de transgressão, moldando definitivamente o nosso olhar. 
A recorrência, a fixação e reentra-se nos dispositivos do desejo, a contemplação sem toque, evitando uma aproximação excessiva. A potência erótica, o jogo da sedução. A mulher objectificada, o olhar devorador focado exclusivamente na parte do corpo fetichizada.
Segundo Barthes, a imagem pornográfica é uma imagem monótona, porque já não tem nada a esconder, sem mistério, cancela o prazer proibido. Aqui, pelo contrário, há mistérios por desvendar... Palavras e frases pairando, abertas ao fortuito acaso.
Diários dum Cão Danado constitui-se como um panóptico carregado de potência erótica, trajando luzidios fatos de latex, onde um fecho-éclair metalizado abre um interstício, rasgando uma fenda entre a realidade quotidiana e a fantasmagoria da solidão.
Diários dum Cão Danado, Maio de 2023, 40 págs., impressão a preto & branco, 14,9x21cm., Tiragem: 100 exemplares. Edição: Chili Com Carne [MdC #41].

22 agosto 2023

Pentângulo

Pentângulo é uma publicação anual resultante de uma parceria entre a Escola Ar.Co e a Associação Chili Com Carne, visando publicar autores que frequentaram o curso de Ilustração e Banda Desenhada da Ar.Co, envolvendo a participação de alunos, ex-alunos e professores.
A capa do primeiro número é da autoria de Daniel Lima, a coordenação editorial é de Jorge Nesbitt e de Marcos Farrajota e o design de Joana Pires.
Participam os seguintes autores: Amanda Baeza, Anna Bouza da Costa, Cecília Silveira, Carolina Moreira, Dileydi Florez, Francisco Sousa Lobo, Gonçalo Duarte, Igor Baptista, João Carola, João Silva, Luana Saldanha, Martina Manyà, Mathieu Fleury, Pedro Moura (como argumentista e também com um ensaio intitulado Plágio!), Rafael Santos, Rodolfo Mariano, Sara Boiça, Simão Simões, Stephane Galtier, colectivo Triciclo e Vasco Ruivo.
O tema de algumas das bandas desenhadas iniciais foi o trabalho de mulheres artistas vanguardistas do início do século XX, sobretudo de nacionalidade russa.
No jornal A Batalha, Russo apresentou a seguinte resenha sobre o primeiro Pentângulo:
"A malta que faz banda desenhada é claramente o lumpenproletariado da literatura portuguesa: não têm consciência de classe e pouco contribuem para fazer mexer a economia (uns são académicos, outros são funcionários públicos; uns recebem o certificado de artista oficial do regime, outros andam à procura de chapas de zinco para o seu projecto musical pós-industrial; uns fazem zines e alimentam-se a médias no Banco, outros banqueteiam-se alarvemente à quinta-feira no Cais do Sodré), prescindiram do seu potencial revolucionário para transformar a sociedade (preferem ir a mais uma feira de edições independentes do que picar o ponto em mais uma manif pela habitação), são indisciplinados (há dois anos que anda a ser prometido um livro de bd sobre a anarqueirada do 18 de Janeiro e nem vê-lo) e, claro, são desprezados por marxistas.
Talvez por ter sido guetificada e marginalizada pelo mercado editorial em Portugal, forçada a pedinchar por um cantinho nas livrarias e nas feiras do livro generalistas, a banda desenhada é o género literário mais vivo cá no burgo. Alguns leitores atentos poderão dizer: «Companheiro Russo, que tens a dizer sobre as ilustrações que têm saído na _______ (completar com o título de qualquer revista medíocre de poesia)? Ou aquela banda desenhada que saiu no aborrecido, porém vanguardista, Le Monde Diplomatique versão tuga? E estás a esquecer-te das participações nos jornais de grande tiragem?» Compas, tudo isso são adornos e adereços que servem para enriquecer a palavra pobre, arrastando a banda desenhada para uma condição subserviente, retirando-lhe a sua legitimidade enquanto género literário autónomo. Como se os mortos-vivos quisessem comer a carne aos vivos, arrastando-os para a sua condição cadavérica.
A edição deste primeiro Pentângulo mostra que a vitalidade de um género literário passa pela sua renovação, por dar espaço à publicação da malta nova. Mas não se trata de editar os novos só porque são novos, mas principalmente porque têm um olhar sobre o mundo que é deste tempo. Isso percebe-se logo pelas bds do João Carola sobre a desconstrução estética do supermatismo e construtivismo russos ou as do Simão Simões e da Amanda Baeza que exploram a imagética do informe. Desta antologia saiu também o desdobrável «faça você mesmo o seu ditador», do Mathieu Fleury (...) Ah, e ainda levam com um bónus em forma de bd do Francisco Sousa Lobo! Quem diria que seriam os déclassés a abanar a chafarica provinciana dos literatos?"
Pentângulo #1, Fevereiro de 2018, 118 págs, impresso a 2 cores; capa em quadricromia, 16,3x22,7cm. Edição: Ar.Co e Chili Com Carne.

11 junho 2023

Chicão

Primeira banda desenhada publicada por Ângela Cardinhos, realizada no âmbito de um estágio de Educação e Formação de Adultos, que decorreu entre Novembro de 2021 e Janeiro de 2022.
Glosando o nome de um jovem político de direita com carreira meteórica, Francisco Rodrigues dos Santos (Chicão para os amigos), a autora parte de um universo intimista e romântico, cruzando-o com diversas temáticas candentes da actualidade, como sejam os problemas das famílias nucleares, a depressão, a solidão, o papel que os animais domésticos representam, a omnipresença da tecnologia e dos gadgets, a novilíngua capitalista, entre outros.
A banda desenhada começa com duas páginas com desenhos a negativo de um par em cenas românticas, seguindo-se, ainda em tons nocturnos, a localização numa rua popular. Depois um quarto, que parece o quarto de Van Gogh em Arles.
Apesar da designação Chicão, as questões de índole politico partidárias, não são exploradas, surgindo apenas na sua vertente simbólica, seja um cartaz na sala, com o símbolo da Juventude Monárquica; ou um pequeno pin do CDS/PP, que cai acidentalmente de uma camisola. Símbolos de pequenos partidos de causas perdidas.
A narrativa vai avançando em tom intimista, com alguns lampejos inquietantes aqui e ali, mas nada nos prepara para o desfecho trágico e surpreendente da história. Em suma, uma estreia muito auspiciosa de Ângela Cardinhos.
Chicão, Maio de 2022, 44 págs., impressão a preto & branco, 14,9x21cm., Edição: Chili Com Carne [MdC #33].

04 maio 2023

Artblock

Tomás Ribeiro, estudante na  ESAD nas Caldas da Rainha, realizou um estágio profissional entre Outubro 2022 e Janeiro 2023 na Chili Com Carne, e o fanzine Artblock é o corolário do trabalho desenvolvido nesse período.
No blogzine da Chili Com Carne, Mao comentou isto sobre a publicação: "...o autor vira o bico ao prego e transforma o vazio do Artblock em matéria de criação artística, quebrando com as regras da realidade conhecida ao ser capaz de gerar qualquer coisa a partir do nada. Para perceber de onde vem o bloqueio artístico, o zine tem que o tornar tangível para lhe seguir o rasto, experimentando com várias matérias para o enformar. É uma mosca, é uma caixa negra, é um espaço em branco no centro da prancha deixado intocado enquanto um turbilhão de formas orgânicas (talvez o narrador?!) o cercam ameaçadoramente. A forma é importante, não só porque é o que o Artblock só pode ter por empréstimo, mas também porque o autor tortura a figura humana para lá do reconhecível, e porque a procura de uma forma para o Artblock resulta num apontamento sobre as convenções formais da banda desenhada: uma vinheta continua a ser considerada uma vinheta quando o representado não é o que ela encerra, mas sim o que a encerra? Curiosamente, todo o exercício parece o reverso de uma questão milenar que preocupou artistas e poetas (e, infelizmente, também aos seus fãs): de onde vem a inspiração? Será que estivemos a fazer a pergunta errada este tempo todo? Estamos perante uma estreia auspiciosa."
Artblock, Fevereiro de 2023, 36 págs, impressão a preto & branco, 15x15cm., Tiragem: 100 exemplares. Edição: Chili Com Carne [MdC #39].

05 abril 2023

CapitãoCriCa Ilustrada

O terceiro e último número do «laboratório sincopado de texto + imagem», CapitãoCriCa Ilustrada, tem na capa um trabalho de Nuno Valério e ilustrações de André Ruivo nas guardas interiores.
A abrir, a banda desenhada "O Fabuloso Guia das Capacidades Inexploradas", onde André Lemos explora uma hermenêutica da magia da arte das sombras chinesas e dos seus 
prestidigitadores.
Com texto de Pedro Moura e desenho de Marcos Farrajota, "Baixas Choupanas", ambientada no Médio-Oriente, seguindo a caminho de Sodoma.
Joana Figueiredo apresenta três BD, passando por cegos pedintes no metro, temática straightedge e os olhos do Stevie Wonder.
O alemão Til Thomas apresenta "Controle" sobrepondo a vida real à virtual. Segue-se "Vs" de Khatarina Hausladen (texto) e Dice Industries (imagens), com o tempo a negar-se ser aprisionado.
Francisco Sousa Lobo participa com "Todas as Crianças se Perdem", com um miúdo a vaguear na floresta, com faca de escuteiro à cintura, sombras, medo e muitas dúvidas.
"Sillicone Lovers" onde Pepedelrey joga com a violência, perversão, troca de fluídos e damas em latex.
João Maio Pinto apresenta a lenda do temível "Homem Sapo".
A política, os exploradores e os explorados em intricado trabalho de José Smith.
João Rubim participa com uma sequência coberta de negrume e tristeza. Por seu lado, 
Drope Orbit apresenta "Fetiches" por pés, que acabam decepados e os corações despedaçados.
A americana Tatiana Gill apresenta uma sequência palaciana, com bobos, guilhotinas e masmorras sadomasoquistas.
Mike Diana javarda tudo com "Coração de Cristal", com consumo desenfreado de droga, sexo doentio, nados-mortos e fogo destruidor.
"Uma História Piegas..." de Ondina Pires, com humor, amores de faca e alguidar, portunhol, sombreros, Nossas Senhoras e vingança mortal.
"A Menina dos Fósforos" é um texto de Miguel Caldas com ilustrações de Daniel Maia. A terminar, 
Rick Thor combina o Incrível Hulk com Charlie Brown, e não ficaram felizes para sempre. 
CapitãoCriCa Ilustrada, Março de 2005, 68 págs, impressão a preto & branco, algumas páginas com segunda cor (azul); capa a cores, 21x26cm. Edição: Chili Com Carne [MdC #19].

12 março 2023

Conger Conger Comix

A agenda alternativa açoriana Yuzin convidou a Associação Chili com Carne para ter banda desenhada nas suas páginas e os autores participantes produziram uma "BD cadáver esquisito". Começando com Gonçalo Duarte, que passa a história aos autores seguintes sem qualquer controlo da direcção que a narrativa vai seguir. Esta experiência foi realizada entre Junho e Dezembro de 2021, todos os meses com um autor diferente que saía em cada novo número da agenda Yuzin.
Participaram por esta ordem os seguintes autores: Gonçalo Duarte, Alexandra Saldanha, a dupla Francisco Afonso Lopes e Francisco Lacerda, Rodolfo Mariano, Dois Vês, Tiago da Bernarda e Mariana Pita, que faz uma recapitulação da narrativa voltando ao seu início.
A capa e o design de Conger Conger Comix, ficaram a cargo de Gregory Le Lay.
Conger Conger Comix, Junho de 2022, 36 págs, impressão a cores, 15x21cm. Tiragem: 300 exemplares. Edição: Yuzin e Chili Com Carne.

15 fevereiro 2023

Malmö Kebab Party

Malmö Kebab Party é um volume especial da colecção LowCCCost publicada pela Associação Chili Com Carne, incidindo sobre a temáticas das viagens. 
Esta publicação colige as bandas desenhadas dos cinco autores que viajaram ao festival AltCom, na cidade de Malmö na Suécia, para apresentarem as antologias QCDA.
Cada autor apresenta uma banda desenhada de quatro páginas, começando por Amanda Baeza, que nos introduz, de forma poética e misteriosa, ao surgimento do simpático ananás.
Segue-se Hetamoé, que conta como foi o dia-a-dia na cidade e na exposição e o relacionamento com os restantes autores.
Sofia Neto apresenta uma sequência de vinhetas, com ausência total de texto, que começa com o desenho do seu rosto frontal, seguindo-se uma espécie de relato ditado pelo delírio ou pelo sonho alucinado.
Cada um dos quatro dias passados em Malmö preenche uma página da banda desenhada produzida por Afonso Ferreira, começando pela viagem de avião, seguindo-se um incidente na exposição, a interação com os anfitriões e com os colegas de jornada.
Por fim, Rudolfo sob a influência etílica do consumo excessivo do bourbon Jim Bean, narra as atribulações decorrentes, misturadas com jogos de consola e a visualização na TV da Rua Sésamo em sueco, terminando com o embaraço sentido perante a anfitriã que o terá acudido durante uma sessão de vómito de rabo para o ar!!
Malmö Kebab Party [LowCCCost #4], 2015, 24 págs, impressão offset a preto & branco; capa a cores, 16x23cm. Tiragem: 300 exemplares. Edição: Chili Com Carne e Ruru Comix.

06 janeiro 2023

Forceps

Folheando "Forceps" de R. Paião Oliveira, instintivamente somos remetidos para a dimensão harmoniosa e infalível dos manuais de instruções de montagem da IKEA, apresentados em linguagem Lego, com cores lisas e tons tranquilizadores.
Apesar do aparente esquematismo inicial, vislumbra-se uma leve cadência em lenta progressão, uma bem ensaiada coreografia mecânica e precisa a acontecer diante dos nossos olhos. Em suave dinâmica Minecraft, peça por peça, um procedimento após outro, e eis que surge um mundo novo - camada em cima de camada, cada vez mais complexo, totemizado, inexpugnável e arrogantemente vertical.
De repente, algo surge ameaçador no horizonte...objectos voadores, que se dirigem imparáveis contra as duas torres siamesas. O rombo na estrutura é notório, mas a destruição não opera os resultados esperados. Os elementos primordiais reagem e de forma orgânica e simbiótica, com sequências a acontecerem em cadeia, por reprodução ou por simetria, movidos por uma febril força criadora que se expande galopante, acumulando cada vez mais elementos.
O novo novo mundo aí está refeito, mais complexo e simultaneamente orgânico, uma emulação dos dispositivos tridimensionais  pixelizados, esféricos e novamente perfeitos.
Eis uma mulher, o ser feminino - o principio e o fim de tudo, uma esperança que se renova. Afinal, parece que nem tudo estará irremediavelmente perdido... 
Forceps, Outubro de 2022, 36 págs, impresso a cores, 18x25cm. Edição: Chili Com Carne [MdC #37].

01 janeiro 2023

Evan Parker XJazz

Livro de esboços de André Coelho realizados em Agosto de 2012 durante uma residência artística que decorreu em Pedrógão Pequeno inserida no X Jazz - Ciclo de Jazz das Aldeias de Xisto. Durante uma semana, o saxofonista britânico Evan Parker reuniu-se com 17 músicos nacionais da área do jazz e da música improvisada para trabalharem e actuarem em conjunto nas povoações localizadas nas margens do Rio Zêzere.
André Coelho capta os participantes em sessões de ensaio ou improvisos conjuntos, mas também em momentos de reflexão. Por vezes, os desenhos são complementados pela reprodução em texto manuscrito de alguns diálogos e indicações marcantes de Evan Parker aos músicos. 
São retratados por André Coelho os músicos Evan Parker, Rodrigo Amado, Hugo Antunes, Gonçalo Falcão, Marcelo dos Reis, João Lobo, João Martins, Angelica Salvi, Gabriel Ferrandini, João Camões, João Miguel Pereira, Travassos, João Pais Filipe, Miguel Pereira, Miguel Mira, Luís Lopes, Luís Vicente, Miguel Carvalhais, Pedro Sousa. O prefácio do livro ficou a cargo de Rui Eduardo Paes.
Evan Parker XJazz, Dezembro de 2015, 24 págs, risografia a 2 cores, 16,5x21,5cm. Tiragem: 100 exemplares. Edição: Chili Com Carne + Thisco.

14 dezembro 2022

Hot

"A edição #32 do Mesinha de Cabeceira, publicação polimorfa que já foi fanzine fotocopiado na velha escola e encadernação com lombada, de autoria individual ou colectiva, é assinada por André Ruivo. Hot é um livrinho onde a nudez, a intimidade e o sexo se mostram em linhas claras e cores saturadas, sempre com um olhar terno, atento aos pequenos gestos da comunicação e do toque. Um homem e uma mulher compõem o par que entra nesta dança do desejo, ambos munidos de um corpo que se revela sem vergonhas e de uma vontade de chegar ao outro que implica diálogo e negociação com vista ao prazer. Como sempre, as imagens e as pequenas narrativas que se vão estruturando nascem de desenhos falsamente simples, uma linha que define a forma e manchas de cor que lhe dão contraste, textura e movimento, guardando-se em cada composição um manancial de sentidos, pequenos pormenores sobre o modo como nos relacionamos, como pensamos, como podemos perder-nos em tantos “ses” e “porquês”, como o humor é também uma partilha. Por entre a nudez explícita e o sexo sem cortinas para disfarçá-lo, Hot é um livro delicado e muito perspicaz sobre o desejo e as suas esquinas e também sobre como nos encontramos a nós mesmos/as quando nos perdemos num corpo alheio." - texto de Sara Figueiredo Costa em Livros para atravessar a semana.

Hot, Abril de 2022, 20 págs., impressão a cores, 14,5x21cm., Edição: Chili Com Carne [MdC #32].

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