Mostrar mensagens com a etiqueta 1990. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 1990. Mostrar todas as mensagens

04 novembro 2024

Shock

Shock #0
Primeiro número (experimental) do fanzine Shock, subordinado ao tema "O Chapéu" e os desenhos e bandas desenhadas têm como denominador comum a inclusão de chapéus.
Luis Beira dá o mote, escrevendo sobre os diversos tipos de chapéu e a sua utilização. Seguem-se diversas ilustrações por Luis Costa, Luis Nunes, Pedro Morais, Augusto Trigo, João Neves, Luvi, Artur Correia, José Ruy, Estrompa e Eugénio Silva e bandas desenhadas por Francisco Lança, José Abrantes, Hervé Chételat, Fernando Bento, Mitsushirato, Edgar Marcelo.
O fanzine encerra com textos de Geraldes Lino sobre o Festival de BD de Lisboa 83 e também sobre as actividades desenvolvidas pelo Centro Português de Banda Desenhada (CPBD).
Shock #0, Julho de 1983, 24 págs, offset a 2 cores, 21x29,7cm., Tiragem: 500 exemplares. Lisboa.

Shock #2
Neste número dedicado ao belga Edgar-Pierre Jacobs, a Tertúlia é aberta por Luiz Beira. Os célebres personagens Blake, Mortimer, Olrik são parodiados pelos seguintes desenhadores: Augusto Trigo, Artur Correia, Luis Louro, Vassalo Miranda, Estrompa, José Paulo, Luis Diferr, Rá, Renato Abreu, H. Carrilho e Rebelo da Silva.
Há também uma página com notícias breves sobre alguns acontecimentos relacionados com a banda desenhada nacional.
Segue-se uma entrevista (um questionário, mais propriamente) superficial e desinteressante ao Dr. Chaves Ferreira.
Termina com um artigo biográfico sobre Edgar-Pierre Jacobs escrito por António José Simões.
Shock #2, Novembro de 1989, 18 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel de cor, 21x29,7cm.,  Lisboa.

Shock #5
O quinto número do Shock surge renovado com um novo grupo de editores, constituído por Estrompa, António Simões, Luis Louro, Gisélia Lourenço e José Paulo. Este número é dedicado à dupla René Goscinny e Albert Uderzo e os diversos participantes homenageiam a sua principal criação - Astérix e Obélix. Há uma mescla de autores consagrados e de jovens que acabam de surgir.
Os autores dos desenhos e pranchas inspiradas na dupla de irredutíveis gauleses, são: Augusto Trigo, José Abrantes, Victor Borges, João Cabrita, José Pedro Costa, João Cabrita, Diniz Conefrey, Manuel Brum, Pepedelrey, Rui Lacas, Luis Louro, Francisco Legatheaux, Renato Abreu, José Paulo Marques, Hélder Carrilho, José Ruy e Estrompa.
Há também uma secção de notícias, referenciando a realização da Feira do Livro de Lisboa e principalmente o lançamento do primeiro número de LX Comics.
Segue-se um entrevista de perguntas e respostas directas a José Ruy e para finalizar, um texto assinado por Luis Filipe Sebastião, homenageando a dupla de criadores de Astérix.
Shock #5, Maio de 1990, 24 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel de cor, 21x29,7cm., Tiragem: 120 exemplares. Lisboa.

Shock #13
Em véspera de comemorar uma década de existência, este número do Shock é inteiramente dedicado a homenagear o autor Enki Bilal. Participam com desenhos e bd, inspirados na obra do autor nascido na antiga Jugoslávia, os seguintes autores: Deodato, Estrompa, João Fazenda, Manuel Brum, José Ramalho, Pepedelrey, Miguel, Pedro Brito, Ricardo Blanco, Tozé e Rui Abrantes. Maré participa com uma pequena biobibliografia de Bilal.
O desenho inserido na capa é da autoria de Miguel, a maqueta e o arranjo gráfico é de Estrompa. A composição ficou a cargo de Sofia Cruz e de Ana d'Almeida.
Shock #13, Fevereiro de 1993, 20 págs, offset a 2 cores, 21x29,7cm., Tiragem: 100 exemplares. Lisboa.

Shock #27
O Shock completamente mergulhado em estilo noir, pelas mãos de Estrompa e de José Lopes. O cenário é a América mitificada dos gangsters e das mulheres fatais, gente ambiciosa e gananciosa sem escrúpulos ou moral.
São publicadas as bandas desenhadas "Ciúme" e "Vingança Macabra" e "O Destino Escreve-se Por Linhas Tortas", por Estrompa e José Lopes.
Há ainda o texto "Balada para 3 Defuntos" escrito por Arold Rubins, "Mulheres nu Shock" por Apolinário S. e "Pesadelo" por Pérce Vactiv.
Shock #27, Dezembro de 2007, 32 págs, fotocópia a preto & branco; capa a cores, 19,6x27,2cm. Lisboa.

29 outubro 2024

Cincinato

Cincinato #1
Com direcção de João Magalhães Perpétuo Correia, o Cincinato surgiu ligado ao Salão de Banda Desenhada de Viseu do GICAV, almejando sensibilizar o público leitor para a banda desenhada e proporcionar a oportunidade para os jovens desenhadores publicarem os seus trabalhos.
Neste primeiro número, os contemplados foram os irmãos Carlos e Fernando Santos, com a história "Tutu e Bolota". Com  personagens caricaturados e situações rocambolescas, a história desenvolve-se em redor de um senhorio que pretende receber a renda que os inquilinos não conseguem pagar, acabando por aceitarem um emprego na mansão do senhorio, para o compensar.
A finalizar o primeiro número do Cincinato, um interessante texto de António Dias de Deus, intitulado "As Artes Gráficas e a BD", discorrendo sobre o assunto e concluindo que a bd em Portugal padecia de três problemas principais: 1) a não publicação do que se produz; 2) a quase total ignorância dos jovens desenhadores no que diz respeito às artes gráficas; e 3) a má ligação / incompatibilidade entre o argumentista e o desenhador. Nos dias que correm, os problemas serão outros, muito embora o terceiro problema nunca tenha sido completamente ultrapassado.
Cincinato #1, Outubro de 1990, 16 págs, offset a preto & branco; capa com cor azul, 21x29,7cm, Tiragem: 1000 exemplares. Viseu.

Cincinato #3
Fanzine de periodicidade anual e com uma tiragem significativa. O primeiro artigo intitulado "Fanzines Portugueses - Oásis no Deserto da Indiferença" da autoria de Fernando Vieira, traça em linhas gerais a história dos fanzines, realçando diversos títulos e intervenientes nacionais.
"As Galinas Asasinas" é uma banda desenhada do autor galego Alfredo Lopes Fernandez, com os galináceos a atormentarem a vida e a provocarem estranhos efeitos ovíparos.
Seguem-se duas páginas dedicadas à cobertura do Amadora Cartoon 92. As páginas centrais apresentam o artigo "A Importância da Banda Desenhada na Acção Pedagógica" escrito pelo professor Carlos Almeida.
Na sequência da realização do IV Festival de BD de Viseu e da presença de José Ruy, é publicada uma breve biografia e uma extensa entrevista ao autor.
Dos gémeos Fernando e Carlos Santos, publica-se a banda desenhada "O Viseense Rei D. Duarte", narrando a história do reinado da dinastia de Avis e a sua ligação à cidade de Viseu.
Cincinato #3, Outubro de 1992, 40 págs, offset a preto & branco; capa a cores, 21x29,7cm, Tiragem: 1500 exemplares. Viseu.

16 outubro 2024

Dossier Top Secret

Dossier Top Secret #34
O destaque deste número do Dossier Top Secret é a conexão espanhola, materializada na publicação da bd "Mas Vale Tarde..." com texto de J. Machota e desenho de M. Andreia, sobre um grupo de soldados entrincheirados, que tiram à sorte qual deles vai sair do buraco para "calar" uma metralhadora.
Também há notícias sobre novas edições do fanzine valenciano "ComicGuia - Caderno de la Historieta" e do fanzine brasileiro "LSD - Luz, Sombra & Dimensão".
A fechar uma banda desenhada curta "Companhia BC" da responsabilidade do editor Victor Borges.
Dossier Top Secret #34, Fevereiro de 1990, 16 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel colorido, 14,9x21cm. Almada. 

Dossier Top Secret #46
O Dossier Top Secret é uma publicação mensal de divulgação jovem / BD, com direcção de Victor Borges. Neste número, publica duas bandas desenhadas e alguns desenhos do portfólio de Pedro Dias. A primeira bd, intitulada "O Ás de Ouros" com texto de Carlos Neto e desenho de Pedro Dias, começa com um galo a cantar fora de horas, seguida de uma tentativa de assassinato que dá para o torto e uma sessão de tortura para obter informações.
A segunda bd, "Máscaras ao Luar - Conto de Carnaval" da autoria de Vítor Andrade, foi originalmente publicada no fanzine Ritmo. Enquanto percorrem as ruas da cidade, uma personagem mascarada vai divagando filosoficamente sobre a vida, sobre a amizade e o amor, enquanto um pierrot escuta pensativamente, permanecendo solitário no cais enquanto a outra personagem se afasta numa barca em direcção ao horizonte longínquo.
Dossier Top Secret #46, Fevereiro de 1991, 16 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel colorido, 14,9x21cm. Almada.

Dossier Top Secret #51
Número dedicado a José Carlos Fernandes, apresentando uma entrevista ao autor, ainda a dar os primeiros passos na banda desenhada. "Singin' In The Rain (As the Ozone Layer Grows Thinner)" é a história publicada, em jeito de catástrofe ambiental e efeitos psiquiátricos ainda por apurar.
Dossier Top Secret #51, Maio de 1992, 16 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel reciclado, 14,9x21cm. Tiragem: 250 exemplares. Edição: J. Machado-Dias / Pedra Pomes. Almada.

24 setembro 2024

Nemo (2.ª Série)

Nemo #3
A segunda série do Nemo apresenta-se com o subtítulo "O Fanzine dos que Gostam de B.D.", em tamanho A4 e periodicidade trimestral. Neste terceiro número, um dos destaques é o extenso artigo "Mickey e Gottfredson" assinado por M. Nöel Hantonio (pseudónimo de Manuel Caldas) sobre o longo período em que Floyd Gottfredson foi responsável pelo desenvolvimento das tiras do célebre rato.
A rúbrica "Miudezas" discorre sobre a rivalidade entre o norte e o sul no campo da bd, envolvendo o CPBD de Lisboa e o CNBDC do Porto. Referência também para a publicação da série "Calvin & Hobbes" em Portugal e para o livro "America's Great Comic-Strip Artists".
O outro destaque é a versão completa do artigo "A BD italiana vista por um leitor português" de João Paiva Boléo, que havia sido publicado truncado anteriormente.
A finalizar, Jorge Guerra escreve sobre "Maus" de Art Spiegelman e Manuel Caldas referencia a passagem de Jacques Martin, criador de Alix, pela Póvoa de Varzim.
Na última página, é reproduzida uma prancha intitulada "Um Dia Escorregadio" do desenhador norte-americano A. B. Frost, publicada no longínquo ano de 1883, com a curiosidade de ser 10 anos anterior à data oficial do nascimento da bd americana.
Nemo #3 (2.ª Série), Maio de 1990, 32 págs, offset a preto & branco, 21x29,7cm. Tiragem: 100 exemplares. Póvoa de Varzim.

Nemo #22
O Nemo é, indiscutivelmente, um dos melhores fanzines editados em Portugal sobre a temática da banda desenhada (e não é apenas devido à concorrência não ir a jogo - o Nemo é mesmo bom!!).
Este número, apresenta na capa "Concrete" de Paul Chadwick. São publicados textos e ensaios de praticamente toda a gente que escrevia sobre bd em Portugal, como Domingos Isabelinho, João Ramalho Santos, João Miguel Lameiras, António Dias de Deus (texto sobre a obra do argentino Horacio Altuna) e do editor Manuel Caldas.
Nota também para a publicação do texto onde Bill Watterson explica as suas razões para ter terminado com a famosa série "Calvin and Hobbes".
Nemo #22 (2.ª Série), Junho de 1996, 30 págs, offset a preto & branco, 21x29,7cm. Tiragem: 99 exemplares. Póvoa de Varzim.

28 agosto 2024

Ovelhas Anarquis

Derradeiro número editado do fanzine Ovelhas Anarquis, da responsabilidade de Pedro Daniel (Pepedelrey), mesclando muitas ilustrações, alguma banda desenhada e também fotomontagens.
O editorial explica como montar "A Clássica Mesa Sobre Cavaletes" e as suas diversas funcionalidades e utilidades para o desenhador. A composição do fanzine apresenta as páginas na ordem inversa, embora a leitura se faça da esquerda para a direita. A capa e algumas páginas do interior são impressas em azul.
As bandas desenhadas são curtas (entre uma e quatro pranchas). As ilustrações ocupam a maioria das páginas - algumas ilustrações são simultaneamente apresentadas em positivo e em negativo. A temática é muito diversificada e livre, desde a política (eleições, partidos, Zé Povinho, skinheads), estilos de vida e personagens típicas de certas tribos urbanas.
Pepedelrey recorre a diversas soluções técnicas na feitura das ilustrações, apresentando algumas bastante pormenorizadas e outras com uma linha mais solta e caricatural.  
Ovelhas Anarquis #7, 1990, 44 págs, offset a duas cores (azul e preto), 14,9x21cm.

18 agosto 2024

LX Comics

LX Comics #1
Revista trimestral dirigida por Renato Abreu e João Paulo Cotrim. Neste primeiro número, apresenta na rúbrica Vinhetas um conjunto de resenhas aos seguintes fanzines: Dossier Top Secret #32, Eros #7, Fandaventuras #2, Comic Cala-te #1, Hips! #1, Cruzeiro do Sul #4, Banda #11/12.
Segue-se uma prancha clássica do norte-americano Cliff Sterret, com diversos apontamentos escritos por Pedro Vasco Saúde.
Depois, "O Manuscrito do Pianista Louco" uma bd em estilo mistério policial, atravessada pelo mito de Orpheu, muito bem gizada por Jorge Mateus, que também assina a capa.
José Manuel Morais publica o texto "A Vida é Sonho". A bd "Um Anjo na Terra" de José Bandeira sobre a descoberta do mistério do sexo dos anjos e a queda em tentação dos mesmos.
"O Circo" de Maria João Worm, fantasia sonhadora envolvendo os bichos e a vida errante da caravana circense, enquanto a personagem devaneia pela cidade e sobe ao alto do farol, tomando consciência que o circo não regressa mais à cidade.
Depois do sonho, a trip drogada de "Flash" de Filipe Abranches, a embriaguez de álcool, misturada com a lambidela do selo de ecstasy, o estado alterado e delirante, uma hipotética violação e a chantagem no dia seguinte.
Nuno Saraiva publica a bd "É Louco", ambientada num mundo em que todos são loucos e os mais sãos têm que fingir que são dementes para escapar ao cárcere. Fuga e deambulação em passo de corrida pelas ruas lisboetas, acabando caído num túnel do metro. 
A participação internacional fica a cargo do galego Miguelanxo Prado com a bd "Sensações" um fragmento da Enciclopédia Délfica, em tom de distopia futurista.
A finalizar, Pedro Burgos com "Curso Abreviadinho de BD", explicitando tudo o que um pretendente a autor de bd deve saber.
LX Comics #1, Primavera de 1990, 52 págs, impressão a cores, capa em papel Duna 120g; miolo em 80g., 22x31,9cm. Edição: MFCR, Lda. Lisboa.

LX Comics #2
Uma capa extraordinária. Recordo-me perfeitamente de a ver pendurada na montra do quiosque e sobressaia distintamente ao lado das outras revistas. O conteúdo do segundo LX Comics procura consolidar a publicação de uma banda desenhada moderna e cosmopolita, sintonizada com o que se editava na Europa, do novo Portugal na CEE.
Verifica-se um aumento do número de colaboradores relativamente ao número inaugural, reincindo alguns autores, mas acrescentando novos valores e coisa rara, algumas mulheres!
A abrir, a cantiga "Ó Ti Alves" de Zeca Afonso, ilustrada por João Lucas. Segue-se a rúbrica "Prosas do Observatório", onde João Paulo Cotrim acompanha e relata diversos acontecimentos e iniciativas ligadas à banda desenhada.
Depois Filipe Abranches apresenta 
"Amélia" num preto e branco nocturno e experimentalista, uma correria mesclando a tradição afadistada com a fantasia delirante e futurista. A capa é dele.
"Ladislau, ao serviço da pátria Babongo" é Nuno Saraiva a criar uma bd noir, com as atrocidades cometidas na guerra colonial como pano de fundo.
Uma nova prancha de João Lucas "As Angústias de Cininha". Nazaré Álvares apresenta "British Boys (encontro em câmara lenta e com cortes de som)", uma bd ambientada num clube académico masculino na Universidade de Oxford... Coisas de rapazes.
Com texto de José M. Morais e desenho de Jorge Mateus, regressa Vladimiro para desvendar o mistério de "O Quinto Dedo".
Mimi apresenta "Capricho dos Deuses", com vinhetas desenhadas a lápis de cera (ou pastel), onde os diversos personagens deambulam pelo casino de Malibu Beach.
Fernanda Fragateiro contribui com uma suave ilustração naturalista. Depois, um texto animista, cheio de misticismo e magia africana "Chá Doce de Chinhambanine", por Manuela Sousa Lobo.
"A Noite e a Sombra", uma noite pintada com os tons carregados de negro e de poesia por Maria João Worm.
Diniz Conefrey apresenta "Avé Marias Rap" uma sequência de recortes, colagens e recontextualizações, com texto em inglês e português, dando voltas e reviravoltas à sagrada iconografia nacional para turista apreciar.
"Fanzinar", uma coluna assinada por Cotrim destacando algumas publicações como "Wampir Hematófago", "O Moscardo" e divulgando os contactos de diversos fanzines em publicação.
"Aficción" de Zepe, com rebuscados diálogos recheados de jargão tauromáquico homoerótico, seja lá o que isto quer dizer.
A terminar, "El Xis" com um inspector de finanças a passar a pente fino a contabilidade de um desenhador de bd, com promessa de continuação por José Bandeira. 
LX Comics #2, Outono de 1990, 52 págs, impressão a cores, capa em papel Duna 120g; miolo em 80g., 22x31,9cm. Edição: MFCR, Lda. Lisboa.

LX Comics #3
As primeiras páginas são dedicadas às "Prosas do Observatório" de João Paulo Cotrim, desfiando um conjunto abrangente de notícias e algumas resenhas breves a fanzines ("KO&SAS", "Comic Cala-te" e "O Búlgaro").
O terceiro número de LX Comics reúne um conjunto soberbo de autores portugueses apresentando histórias curtas, umas mais experimentais, outras poéticas, outras ainda repletas de fantasiosa imaginação.
A primeira bd é "Ladislau, Livre Indirecto" um pretexto para Nuno Saraiva entrecruzar as misérias económicas e sociais com o pontapé na bola.
"Gulf Stream" de Fernando Relvas, surpreende o jornalista Carlos com a chegada de Mort O'Gulf e Billies O'Fell e o mês de Janeiro nunca mais será o mesmo.
Segue-se "Arena" com Renato Abreu num registo nocturno e cubista. Depois, Diniz Conefrey conta "Histórias de Família".
"Postais Nocturnos" em tons azuis, compõem duas belas pranchas de Fernando Martins e Carlos Martins. Com texto de José Eduardo Arimateia e desenho de Alice Geirinhas, apresentam-nos um registo diarístico em estilo pop colorido.
Uma prancha composta ao som solitário do trompete é a proposta de Mimi. Logo a seguir, Maria João Worm apropria-se de um poema de Attila Jozsef.
Renato Godinho sonha um pássaro colorido, envolto num tédio a preto e branco.
"Música de Cegos" é um delirante texto de Ernesto Rodrigues, derivando em redor da Torre de Dona Chama.
A chuva e o diabo entretidos a observarem um cargueiro que atraca no porto de Anvers na Bélgica, e a decidirem qual a sorte dos marujos que se perdem em terra firme, pelo traço de 
Alain Corbel.
"Nocturno Para Voz e Celesta" desfiando a magia sonhadora do desenho de Filipe Abranches, apoiado no texto de Paulo Raposo.
Voltando aos navios, aos favores de Neptuno e ao som das gaivotas, uma história com sabor a desejo e maresia, composta através do negrume do traço de André Lemos.
Há ainda pranchas de Zepe com "El Xis" fiscal das finanças, João Lucas e também de Perdigão.
LX Comics #3,
 Inverno de 1991, 52 págs, impressão a cores, capa em papel Duna 120g; miolo em 80g., 22x31,9cm. Edição: MFCR, Lda. Lisboa.

LX Comics #4


LX Comics #4, Verão de 1991, 52 págs, impressão a cores, capa em papel Duna 120g; miolo em 80g., 22x31,9cm. Edição: MFCR, Lda. Lisboa.

17 julho 2024

O Moscardo

Excelente fanzine informativo da responsabilidade de Arlindo Horta e de Jorge Guimarães. No editorial, referem que "Gostaríamos de ser incomodativos. Não negamos ser esse o nosso principal objectivo. Acreditamos que Portugal só irá p'rá frente se houver uma agulha que lhe pique o cú. Não será presunçoso dizer que pretendemos ser pelo menos um alfinete no que se aplica à BD portuguesa".
Nesse contexto, descascam em Rui Brito e em Miguel Esteves Cardoso, nos espanhóis editados em Portugal, no Clube Português de Banda Desenhada (CPBD) e em quem mais lhes aparecer à frente!
Projectam e especulam sobre o futuro ano 1992, designadamente sobre os próximos lançamentos da  Meribérica, a grande editora dos anos 90, e rezam para que a Editorial Futura resista.
No artigo "Notícias do Clube", O Moscardo expõe toda a falta de entusiasmo, podridão e oportunismo que grassava no CPBD.
Na rúbrica "Ecus" são publicadas pequenas críticas e elogios a algumas edições lançadas no mercado nacional, destacando-se o surgimento de LX Comics.
Em complemento a todo este manancial informativo, são também apresentadas duas bd da autoria de Arlindo Horta.
O Moscardo #1, Junho de 1990, 26 págs., fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm. Tiragem: 100 exemplares. Amadora.

02 maio 2024

Magazine BD

Magazine BD #4
Os destaques deste número são a 2.ª edição do Salão Viseu BD 90 e o super-herói Daredevil da Marvel. A abertura é feita com uma secção de notícias sobre eventos e novas edições de banda desenhada.
O segundo Salão Viseu BD 90 organizado pelo GICAV, contou com várias exposições de autores nacionais consagrados, feira do livro e outras actividades paralelas. A novidade foi o 1.º Encontro Nacional de Bedéfilos, que reuniu diversos entusiastas e editores de fanzines. As conclusões destacadas do Encontro foram a necessidade de criação de uma rede nacional de distribuição de fanzines; edição de um fanzine colectivo com os melhores trabalhos publicados e sensibilização das entidades para apoiarem os fanzines.
A primeira bd é "Liberdade" do brasileiro Joacy Jamys. Segue-se "Uma Pérola Negra", da autoria de João Paulo Soares.
Depois vem um dossier de cinco páginas sobre o Daredevil. A terminar, uma prancha intitulada "Cenas de Um Mundo Doido" de Miguel Andrade.
Magazine BD #4, Agosto de 1990, 20 págs, offset a preto & branco; capa em papel colorido, 21x29,7cm. Tiragem: 100 exemplares. Valadares.

Magazine BD #5
A primeira página contem diversas notícias breves sobre concursos e exposições de banda desenhada. Neste número, são publicadas algumas hsitórias de autores brasileiros do Grupo de Risco. A primeira é "Signos" do brasileiro Iramir Alves, uma bd futurista em busca dos sinais do momento primordial.
Segue-se uma interessante entrevista ao autor Artur Correia, que também assina o desenho da capa.
Depois, uma prancha de outro autor brasileiro Henry Jarpelt.
O editor Miguel Andrade apresenta a bd "Histórias Bizarras" envolvendo um mendigo irascível e vingativo e uma senhora disponível.
A última contribuição brasileira é "Futuro" de Elan Carlos com uma visão distópica eco-futuro-apocalíptica, com a Amazónia como pano de fundo.
Magazine BD #5, Fevereiro de 1991, 20 págs, offset a preto & branco; capa em papel colorido, 21x29,7cm. Tiragem: 100 exemplares. Valadares.

22 janeiro 2024

Almada BD Fanzine

No editorial, Fernando Vieira refere-se a um problema recorrente - a encruzilhada da banda desenhada portuguesa, encolhida entre as dificuldades de edição, profissionalização e a escassez de público.
A primeira bd é "Flipade, O Guia Turístico" da autoria de RÁ (Rui Alves), à volta de uma excursão multinacional a umas ruínas musealizadas que acabam desfeitas em escombros.
Ilídio Morganiço apresenta a "Véspera de Eleições na Real República das Bananas", com políticos a prometerem este mundo e o outro.
Segue-se uma entrevista conduzida por Luis Beira a Fernando Bento. Depois, a sua bd "O Pequeno Tambor" sobre um heroico jovem soldado que, com a sua coragem e persistência, salva os companheiros sitiados de morte pelo inimigo.
Partindo de um contexto infantil "A Mancha" de Mara Andrade, denuncia a poluição nos oceanos e a morte dos ecossistemas marítimos, apresentando uma bd com uma forte mensagem ecologista.
Almada BD Fanzine #3, Setembro de 1990, 28 págs, impresso a preto & branco; capa em magenta, 21x29,7cm. Tiragem: 300 exemplares. Edição: Câmara Municipal de Almada.

12 janeiro 2024

Fandaventuras

Fandaventuras com o subtítulo de "O fanzine do fanático da B.D. de aventuras" era uma publicação temática dedicada a reedições de clássicos da banda desenhada, principalmente de origem inglesa. Editado por Serafim & Malacueco, Inc. (Catherine Labey, Jorge Magalhães e José Pires), contando igualmente com textos de diversos colaboradores.
As histórias de piratas, que preencheram o imaginário aventuroso de muita juventude, são o tema especial em destaque neste segundo número. A abrir, o texto "Pirataria Sem Fronteiras", assinado por António Dias de Deus, debruçando-se sobre o Capitão Meia-Noite. Depois, é apresentada a bd "O Capitão Meia-Noite e os Piratas" da autoria do inglês Walter Booth.
Jorge Magalhães apresenta "Os Piratas na BD Portuguesa", um texto que percorre a publicação de histórias de piratas em Portugal, referenciando também o trabalho de autores portugueses como António Barata e Vitor Péon, destacando a obra "A Ilha do Tesouro" de Fernando Bento.
"A Maria Gloriosa" é uma história de Rafael Sabatini protagonizada pelo Capitão Blood, com excelentes desenhos de navios e tripulações.
Para terminar, António J. Ferreira escreve sobre as aventuras de "O Capitão Morgan" e a cronologia da sua publicação em Portugal. 
Fandaventuras #2, Março de 1990, 48 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel colorido, 21x29,7cm. Tiragem: 200 exemplares. Edição: Serafim & Malacueco, Inc. Cascais.

15 março 2023

Ibérico

Fanzine de excelente qualidade, ligado à editora e loja de música AnAnAnA, com direcção de Fred Somsen e grafismo de Miguel Vieira Baptista. Este número vinha acompanhado de uma cassete com 14 temas de bandas associadas a sonoridades alternativas e experimentais, como os Bourbonese Qualk, Nocturnal Emissions, Hesskhe Yadalanah, Asmus Tietchens, Somewhere In Europe, Lassigue Bendthaus, Pornosect, Hazdam, Johnson Engineering Co., entre outras. As páginas centrais deste número, são da responsabilidade das bandas participantes na cassete.
Apresentando artigos bastante variados, como um projecto de argumento para um filme "Parece ter sido há tanto tempo, Maria" da autoria de Miguel Santos.
Foetus e as suas diversas incarnações são analisados por João Correia. Os novos filmes do cinema americano são referenciados por Miguel Somsen. 
José António Moura divulga um conjunto assinalável de edições e de editoras especializadas em fitas magnéticas, incluindo a portuguesa Facadas na Noite.
Os Fini Tribe são objecto de um artigo assinado por Luis Carlos Manuel. A banda desenhada também tem o seu espaço nesta publicação, com um artigo de José António Moura sobre a abordagem inovadora efectuada por Frank Miller ao personagem Batman.
Uma breve biografia e discografia dos Joy of Life e logo depois um artigo sobre Pina Bausch, retratam de alguma forma os interesses culturais do início dos anos noventa do século passado.
Paulo Somsen escreve um pequeno artigo sobre os African Head Charge, seguindo-se uma breve apresentação da editora alemã N.G. Medien.
Clara Sanches Valente apresenta uma crónica sobre o ambiente cultural e artístico vivido no dealbar da década de 90.
Para finalizar este número, são apresentadas inúmeras críticas e resenhas a novas edições discográficas.
Ibérico #3, Verão de 1990, 60 págs, impresso a preto & branco, capa e algumas páginas impressas a vermelho, 29,7x21cm. Oeiras.

21 dezembro 2022

Nuxcuro

Nuxcuro #0

Fanzine lançado com vontade de reagir ao marasmo alentejano. A maior parte das bandas desenhadas são da autoria de Miguel Falcato, todas bastante curtas, mas com estilos gráficos bastante diversificados.
Pica, o editor do Nuxcuro, escreve uma crónica de escárnio e maldizer sobre Miguel Esteves Cardoso, no apogeu do seu prestígio e popularidade (O Independente, revista Kapa, Escrítica Pop, etc.). São publicadas também as BD "Qualquer Coisa" de J. Caxias e "Blues" de Francisco Névoa e Miguel Falcato.
Seguem-se duas páginas dedicadas à indicação de livros e fanzines de BD da preferências do pessoal do Nuxcuro.
A banda alentejana "Ach'Q'Aliás", ainda no inicio, é entrevistada por Pica.
Domingos Isabelinho escreve sobre o nascimento da BD, a produção mecânica e o valor social e simbólico da BD, utilizando o trabalho de Carl Barks para ilustrar o seu ponto de vista.
Nuxcuro #0, Dezembro de 1990, 30 págs, fotocopiado a preto & branco, 21x29,7cm. Tiragem: 200 exemplares, Estremoz.

Nuxcuro #1
Ressalta uma significativa evolução relativamente ao número anterior, mas mantendo os elementos estruturais do fanzine. Pica e Miguel Falcato continuam a ser as forças motrizes, mas imprimem uma maior ambição aos trabalhos apresentados. A primeira BD é "Espelho" de J. Caxias. Seguem-se diversas BD de Pica e Miguel Falcato. Com maior folego, a BD "Fama & Proveito" de Fernando Vieira (ideia) e Victor Borges (arte), desenvolve-se ao longo de 10 páginas.
Domingos Isabelinho apresenta um novo ensaio desfazendo equívocos relativamente à BD, a sua origem na caricatura,as questões da incomunicabilidade e da BD ser simultaneamente uma arte urbana (Jaime Hernandez e Ramon de España e Montesol) e tradicional (Will Eisner).
Na rúbrica "Publicomics" são divulgadas e comentadas diversas novidades editoriais na área da BD.
Termina com uma BD cheia de estilo da autoria de Fernando Martins.
Este número do Nuxcuro foi impresso em papel fino idêntico ao utilizado pelos jornais, sendo acrescentado com a inclusão de um suplemento de 8 páginas de nome "Coma", à semelhança do suplemento Mau da revista brasileira Animal.
Nuxcuro #1, Março / Abril de 1991, 32 págs, offset a preto & branco, 20,5x29,5cm. Estremoz.

  © Ourblogtemplates.com