29 novembro 2023

LX Comics

LX Comics #1
Revista trimestral dirigida por Renato Abreu e João Paulo Cotrim. Neste primeiro número, apresenta na rúbrica Vinhetas um conjunto de resenhas aos seguintes fanzines: Dossier Top Secret #32, Eros #7, Fandaventuras #2, Comic Cala-te #1, Hips! #1, Cruzeiro do Sul #4, Banda #11/12.
Segue-se uma prancha clássica do norte-americano Cliff Sterret, com diversos apontamentos escritos por Pedro Vasco Saúde.
Depois, "O Manuscrito do Pianista Louco" uma bd em estilo mistério policial, atravessada pelo mito de Orpheu, muito bem gizada por Jorge Mateus, que também assina a capa.
José Manuel Morais publica o texto "A Vida é Sonho". A bd "Um Anjo na Terra" de José Bandeira sobre a descoberta do mistério do sexo dos anjos e a queda em tentação dos mesmos.
"O Circo" de Maria João Worm, fantasia sonhadora envolvendo os bichos e a vida errante da caravana circense, enquanto a personagem devaneia pela cidade e sobe ao alto do farol, tomando consciência que o circo não regressa mais à cidade.
Depois do sonho, a trip drogada de "Flash" de Filipe Abranches, a embriaguez de álcool, misturada com a lambidela do selo de ecstasy, o estado alterado e delirante, uma hipotética violação e a chantagem no dia seguinte.
Nuno Saraiva publica a bd "É Louco", ambientada num mundo em que todos são loucos e os mais sãos têm que fingir que são dementes para escapar ao cárcere. Fuga e deambulação em passo de corrida pelas ruas lisboetas, acabando caído num túnel do metro. 
A participação internacional fica a cargo do galego Miguelanxo Prado com a bd "Sensações" um fragmento da Enciclopédia Délfica, em tom de distopia futurista.
A finalizar, Pedro Burgos com "Curso Abreviadinho de BD", explicitando tudo o que um pretendente a autor de bd deve saber.
LX Comics #1, Primavera de 1990, 52 págs, impressão a cores, capa em papel Duna 120g; miolo em 80g., 22x31,9cm. Edição: MFCR, Lda. Lisboa.

LX Comics #2
Uma capa extraordinária. Recordo-me perfeitamente de a ver pendurada na montra do quiosque e sobressaia distintamente ao lado das outras revistas. O conteúdo do segundo LX Comics procura consolidar a publicação de uma banda desenhada moderna e cosmopolita, sintonizada com o que se editava na Europa, do novo Portugal na CEE.
Verifica-se um aumento do número de colaboradores relativamente ao número inaugural, reincindo alguns autores, mas acrescentando novos valores e coisa rara, algumas mulheres!
A abrir, a cantiga "Ó Ti Alves" de Zeca Afonso, ilustrada por João Lucas. Segue-se a rúbrica "Prosas do Observatório", onde João Paulo Cotrim acompanha e relata diversos acontecimentos e iniciativas ligadas à banda desenhada.
Depois Filipe Abranches apresenta 
"Amélia" num preto e branco nocturno e experimentalista, uma correria mesclando a tradição afadistada com a fantasia delirante e futurista. A capa é dele.
"Ladislau, ao serviço da pátria Babongo" é Nuno Saraiva a criar uma bd noir, com as atrocidades cometidas na guerra colonial como pano de fundo.
Uma nova prancha de João Lucas "As Angústias de Cininha". Nazaré Álvares apresenta "British Boys (encontro em câmara lenta e com cortes de som)", uma bd ambientada num clube académico masculino na Universidade de Oxford... Coisas de rapazes.
Com texto de José M. Morais e desenho de Jorge Mateus, regressa Vladimiro para desvendar o mistério de "O Quinto Dedo".
Mimi apresenta "Capricho dos Deuses", com vinhetas desenhadas a lápis de cera (ou pastel), onde os diversos personagens deambulam pelo casino de Malibu Beach.
Fernanda Fragateiro contribui com uma suave ilustração naturalista. Depois, um texto animista, cheio de misticismo e magia africana "Chá Doce de Chinhambanine", por Manuela Sousa Lobo.
"A Noite e a Sombra", uma noite pintada com os tons carregados de negro e de poesia por Maria João Worm.
Diniz Conefrey apresenta "Avé Marias Rap" uma sequência de recortes, colagens e recontextualizações, com texto em inglês e português, dando voltas e reviravoltas à sagrada iconografia nacional para turista apreciar.
"Fanzinar", uma coluna assinada por Cotrim destacando algumas publicações como "Wampir Hematófago", "O Moscardo" e divulgando os contactos de diversos fanzines em publicação.
"Aficción" de Zepe, com rebuscados diálogos recheados de jargão tauromáquico homoerótico, seja lá o que isto quer dizer.
A terminar, "El Xis" com um inspector de finanças a passar a pente fino a contabilidade de um desenhador de bd, com promessa de continuação por José Bandeira. 
LX Comics #2, Outono de 1990, 52 págs, impressão a cores, capa em papel Duna 120g; miolo em 80g., 22x31,9cm. Edição: MFCR, Lda. Lisboa.

LX Comics #3
LX Comics #3, Inverno de 1991, 52 págs, impressão a cores, capa em papel Duna 120g; miolo em 80g., 22x31,9cm. Edição: MFCR, Lda. Lisboa.

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