24 maio 2024

Gambuzine

Gambuzine #3
Marcüse assina a capa e também a banda desenhada Eddie Brekel, narrando desde o nascimento da personagem com o mesmo nome, até ao seu internamento no colégio gerido por religiosos e todos os abusos sofridos no decurso da sua institucionalização.
O Mundo de Etel de Axel Blotvogel (desenho) e Marianne Wesch (escrita), apresenta uma narrativa a decorrer num estranho mundo paralelo, uma espécie de realidade alternativa pré-invasão alienígena em tons de preto e branco.
A Corochinha é mais uma história negra de Janus, ambientada nos sítios mais esconsos, onde o álcool e o sexo se misturam impiedosamente.
Teresa Câmara Pestana apresenta Aqui Até ao Fim, que começa ao ar livre numa onda hippie, com montículos de merda em construção tipo templo budista, derivando para a modorra televisiva, as drogas, a violência, a educação e a escola, os putos e as mulheres portuguesas, os loucos condutores na estrada... Enfim, nada escapa ao olhar cortante da editora Teresa C. Pestana.
Gambuzine #3, Fevereiro de 2000, 32 págs, impressão a preto em papel amarelado, 21x29,7cm. Edição: Caixa Óssea, Edições Infectas, Porto.

Gambuzine #4
A conexão alemã da autora continua a dar boas publicações, destacando-se a dupla Katz e Max Goldt, com quatro bd curtas e um cartoon. Em continuação também a banda desenhada O Mundo de Etel de Axel Blotvogel (desenho) e Marianne Wesch (escrita), apresentando uma narrativa a decorrer num estranho mundo paralelo, um de jogo de realidade virtual, uma espécie de GTA a preto e branco.
Depois algumas pranchas de Teresa Câmara Prestana como "Água Suja" com texto de Robert Mitchell e também "Aqui até ao Fim", contando com texto de João Freak na parte da Marta Raposa, uma jornalista ex-agente dos serviços secretos.
Gambuzine #4, Maio de 2000, 32 págs, impressão a preto em papel amarelado, 21x29,7cm. Edição: Caixa Óssea, Edições Infectas, Porto.

Gambuzine #5
No Gambuzine #5, a banda desenhada La Plaie Velue de Marcüse, cheia de ratazanas infectas e um mundo em derrocada sem qualquer tipo de esperança, onde a raiva alastra e cada um tenta safar-se como pode. No final, parece que tudo não passou de um pesadelo, mas a sensação de pés frios pode indiciar que não será bem assim...
O Mundo de Etel de Axel Blotvogel (desenho) e Marianne Wesch (escrita), apresenta uma narrativa a decorrer num estranho mundo paralelo, um de jogo de realidade virtual, uma espécie de GTA a preto e branco.
Na rúbrica Caixa Óssea & Os Podres...Teresa Câmara Pestana narra em modo muito cáustico, pequenos acontecimentos e casos da BD nacional.
Da mesma autora, a narrativa visual Aqui Até ao Fim, num tom muito politizado, incidindo sobre a vida nas cidades e a violência policial exercida sobre as camadas sociais mais marginalizadas.
Também a denúncia da imigração ilegal e a sua exploração nos países capitalistas, a desigualdade social normalizada, a ganância, a pobreza...Ontem, como hoje, tudo na mesma... 
Gambuzine #5, Agosto de 2000, 32 págs, impressão a preto em papel amarelado, 21x29,7cm. Edição: Caixa Óssea, Edições Infectas, Porto.

Gambuzine #8
Neste número, publica-se a banda desenhada "Bayeux" de José Feitor, onde um visitante da famosa tapeçaria, tem uma experiência imersiva no meio das cenas de batalha retratadas.
Levin Kurio, assina a capa, e também a bd "Fertige Welt" (Mundo Lixado), sobre as desventuras de Quevis, as suas relações falhadas com as mulheres e a sua colecção de pornografia.
Isabel Kreitz, apresenta 3 bd: - a primeira intitulada "1946 Algures na Alemanha", a acenar com os fantasmas ainda bem presentes do nazismo; a segunda - "Horóscopo", de apenas uma prancha, onde depois de lidos os sinais, consuma-se um suicídio; a terceira "U-Boot-Melodie", uma melodia a marcar o destino funesto de um submarino alemão.
"Heimat" de Marcus Huber, onde o conceito de pátria é interiorizado e reflectido no quotidiano, marcando o destino de muitos, principalmente dos migrantes.
Teresa Câmara Pestana retoma a temática de "A Morte e a Donzela" de  Franz Schubert, partindo depois para temas mais sociais, políticos e mediáticos.
Gambuzine #8, Maio de 2001, 32 págs, impressão a preto em papel amarelado, 21x29,7cm. Edição: Caixa Óssea, Edições Infectas, Porto.

Gambuzine #10
A comemorar 2 anos de existência, o Gambuzine continua a apresentar uma forte conexão alemã. A primeira banda desenhada intitulada "Nada de Importante", assinada por Makus Huber, desenrola-se em tom de balada de solidão e tristeza.
Seguem-se duas pranchas de Hendrick Dorgathen, ambas ao jeito do cinema mudo. Na primeira, um sonho nas alturas durante a "Siesta"; e depois a vida louca ao estilo do "Rock N' Roll".
Em continuação dos episódios publicados anteriormente, "O Farol" de Till Lenecke, o avô e o neto, que saíram de barco para uma pescaria familiar, são surpreendidos por uma forte tempestade no meio do mar.
"Para Acabar" Teresa Câmara Pestana ironiza sobre artistas e subsídios públicos, sobre a subjetividade da arte e alguma intrujice. A chamada BD no feminino também não escapa ao olhar mordaz da autora. Para finalizar, uma banda desenhada ambientada numa cabana no meio da floresta, com cobras omnipresentes, mas relativamente inofensivas.
Gambuzine #10, Novembro de 2001, 32 págs, impressão a preto em papel amarelado, 21x29,7cm. Edição: Caixa Óssea, Edições Infectas, Porto.

Gambuzine #13
Este número do Gambuzine apresenta duas excelentes bandas desenhadas da autoria de Wittek, "The Attack of Comic- Zombie" e "Mouth Wide Shut". A primeira é uma digressão biográfica descrevendo as várias etapas da vida e das influências estilísticas de um autor de 
bandas desenhada. A segunda bd, é uma lista sequencial de alimentos incomestíveis, porque têm mau aspecto visual e são nojentos ao tacto, como chouriço de sangue com pedaços de veias e tendões, cubos de toucinho, pizzas-tostas, etc.
"Carovnik (The Magician)" do esloveno Ivan Mitrevski, apresenta um número de magia, onde o mágico aplica a varinha numa caixa contendo três pequenos animais e o resultado é uma grande mixórdia.
De seguida, Armin Parr publica a bd "Puzzle" onde um personagem desmontado em pedaços, luta ingloriosamente para conseguir levantar-se da cama depois do despertador tocar.
Depois, Teresa Câmara Pestana apresenta várias bd, algumas apenas com uma prancha, outras com maior profundidade. O sentido de humor muito negro e escatológico, ou um tom mais poético, como em "O Morto". O consumo de estupefacientes e os seus efeitos sensoriais e consequências na vida e nas relações com os outros.
Gambuzine #13, Agosto de 2002, 32 págs, impressão a preto em papel amarelado, 21x29,7cm. Lousã.

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