Biblioteca
Em Biblioteca, André Ruivo começa por desenhar estantes repletas de livros de arte, dos quais conseguimos identificar alguns pela lombada: William Blake, Joseph Beuys, Cezanne, Bacon, Braque, Calder, entre muitos outros com a lombada em branco.
Depois, as estantes começam a ficar desordenadas, com livros a sobrepor-se uns aos outros, impondo-se ou simplesmente indiciando leituras paralelas.
Gauguin, Géricault, Van Gogh, Gilbert and George e Goya, ocupam quase uma estante completa.
De repente, as estantes desarranjam-se e os livros transformam-se em casas, prédios, ruas e cidades, delineando percursos heterogéneos.
Como um artista não se alimenta apenas de arte, a literatura ("Crime e Castigo", "As Cidades e as Serras", "O Jogador", etc.) o ensaio, a percepção visual, os estudos culturais, a moda, a linguagem, também são matérias de estudo e formação, representadas por livros em cima de mesas ou secretárias.
Construído como uma bibliografia, assinala um percurso sólido, mas livre de determinismos, indiciando também um conjunto extenso de afinidades electivas.
Biblioteca, Dezembro de 2011 (3.ª edição: Março de 2012), 20 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Tiragem: 50 exemplares. Edição: The Inspector Cheese Adventures. Lisboa.
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