10 novembro 2023

Quadrado

O segundo número do Quadrado apresenta mudanças significativas relativamente à edição anterior. Desde logo, foi abandonado o tamanho comic-book e adoptado um formato maior, mais próximo do álbum de bd e revista.
A abrir, na rúbrica "Em busca de pérolas", que distingue uma obra / autor, foi seleccionada a capa do número 31 da revista Love & Rockets dos irmãos Jaime e Gilbert Hernandez. No editorial, José Rui Fernandes, rejubila com o inicio da distribuição nacional da revista Ray Gun, considerada na altura "Biblia da música e do estilo" e uma referência assumida pelos editores do Quadrado.
Seguem-se diversas notícias breves, abarcando os super-heróis americanos, a pretensa homossexualidade de Bugs Bunny, a revista escandinava Fahrenheit, a reedição dos primeiros álbuns de Bilal pela Meribérica e a preparação da 7.ª edição do Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto (SIBDP).
Relativamente à divulgação e crítica, debruçam-se sobre algumas edições da Meribérica, da Fantagraphics, Epic, Tundra, Dupuis, Vertigo, a edição de "Controlo Remoto" de José Carlos Fernandes e diversos livros de "Calvin & Hobbes" de Bill Watterson, publicados pela Gradiva.
No tocante à banda desenhada, impressa em papel couché, são publicadas três curtas em crescendo, da autoria de  José Carlos Fernandes: - "E tudo o vento levou", "Life and how to live it", inspirada numa ideia de Albert Camus em "A Peste"; e "Dogfight", com o Barão Vermelho, o Snoopy, Roy Lichtenstein e Rilke à mistura.
Nuno Nisa apresenta mais um capítulo das suas derivas intergalácticas. O seu inconfundível estilo gráfico psicadélico e organicista, cruza-se com uma narrativa onde o choque de civilizações leva à aniquilação de ambos.
Há ainda banda desenhada por Mário Moura e por Ágata Moreira e Miguel Couto.
Regressando ao papel reciclado, um artigo sobre a nova colecção "Génération Dargaud" destinada a lançar novos valores e revitalizar o catálogo da editora.
No seguimento do artigo sobre a DC Comics publicado na edição anterior, desta vez é destacada a "Piranha Press", subsidiária da DC, com um perfil mais experimental e inovador.
Nesta edição também há espaço para a crítica e divulgação musical, sendo analisados os discos "Easter" dos Sugar, "Satyricon" dos Meat Beat Manifesto, o disco homónimo de estreia dos Red House Painters e por fim, o álbum "Feedlotloophole" dos Honey Barbara, editado pela Emigre.
Quadrado #2, Julho de 1993, 36 págs., impresso a preto & branco; capa a duas cores, 23,3x30,3cm. Edição: Associação Neuromanso. Matosinhos.

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