A Fome Faz Sair o Lobo do Mato
A Fome Faz Sair o Lobo do Mato é uma publicação de tamanho A3 apresentando um conjunto de 17 desenhos de Carlos Pinheiro. Os desenhos a preto e branco, bastante pormenorizados isolam figuras de aspecto humano sobre um fundo branco. Vislumbra-se em cada composição algo de estranho, um elemento disruptivo, seja um vestígio de violência, uma perversão ou um toque de humor e ironia. Há um único desenho em cada folha de papel, provocando um forte impacto visual.
Marcos Farrajota notou que este trabalho de Carlos Pinheiro fazia lembrar "pelo aspecto "clássico" e pelos temas "ligeiramente perversos" - os trabalhos da irlandesa Terry Morgan ou o inglês Tim Morris "
Por seu lado, Pedro Vieira de Moura referiu no blogue LerBD que "Tal como nos livros de André Lemos, não há propriamente aqui um pólo em torno do qual os desenhos se agreguem, pelo que surgem em relações livres, e é o seu espectador que os poderá associar conforme entender e conseguir. Os desenhos são todos a preto e branco, com linhas bem definidas e torneadas, com um preenchimento de áreas através de pequenos riscos paralelos que fazem emergir uma textura "esferográfica"... Trabalhando a partir de referentes reais, corpos humanos, a maioria da vezes, Carlos Pinheiro fá-los desviar com um qualquer aparato absurdo - uma máscara enorme, a nudez, um indício qualquer de violência... A associação entre esses desenhos, parece-me a mim, poder passar por uma qualquer vontade em retratar a violência subliminar que atravessa todas as relações humanas, ou a animalidade a que retornamos sempre que deixamos a segurança do verniz social, etc. Mas isso são leituras bastante superficiais, e haverá seguramente alguém com maior capacidade de análise plástica para os apreciar melhor..."
A Fome Faz Sair o Lobo do Mato, 2005, 38 págs, impresso a preto & branco, 29,7x42cm. Edição: Senhorio. Porto.
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