Rendimento Mínimo
Sobre Rendimento Mínimo, Rui Azevedo Ribeiro comentou: "Não fizemos nenhuma elegia à pobreza e muito menos lhe alceamos virtudes. E a haver queixas é sem queixume. De um mote de ajuntamento, de uma condição em comum, fiz ao A. daSilva O. uma proposta. Um poema dele e outro meu fazem este livro."
Na edição de 02 de Maio de 2011, o Jornal de Notícias publicou a seguinte nota: "A. daSilva O. e Rui Azevedo Ribeiro – ambos editores e poetas, ambos beneficiários do rendimento social de inserção – são os co-autores deste pequeno livro, que, sem pretender glorificar a escassez material de bens, representa uma aproximação contundente ao impacto dessa aparente penúria sobre o acto da criação poética.
Plaquete com apenas uma dúzia de páginas, “Rendimento Mínimo” é, pois, um diálogo autónomo a duas vozes no qual os poetas partem da mesma premissa, mas concretizando abordagens distintas.
A celebrar 30 anos enquanto editor, A. daSilva O. alude no seu texto à espera permanente do “carteiro com o vale da morte”. E enquanto arrasta o “cadáver pelas entradas das igrejas onde o diabo se agarra a mim de mão estendida”, o poeta partilha “o imposto revolucionário a fim de chegar a casa sem ser atropelado”.
Professor atirado para o desemprego que descobriu recentemente o prazer de editar livros – após comprar as peças de uma velha tipografia, que lhe permitem ir publicando algumas obras nas Edições 50kg -, Rui Azevedo Ribeiro revela-nos no seu poema os contornos de uma realidade sombria, em que “por entre aves e travessas” rumina “rimas inconsistentes”, mesmo quando enfrenta funcionários dos “cêtêtês” dispostos a humilhá-lo pelo apoio que ‘concedem’."
Rendimento Mínimo, Fevereiro de 2011, 16 págs, impressão a preto & branco; capa a duas cores, 15,7x17,5cm. Tiragem: 300 exemplares. Edições 50kg. Porto.


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