20 novembro 2024

Comtrastes

Excelente fanzine colectivo coordenado por João Fazenda, contendo banda desenhada, textos, fotografias e ilustrações.
A primeira banda desenhada é "O Seio Nú" da autoria de Vitor Santos, baseando-se no conto homónimo de Italo Calvino. Segue-se outra bd, intitulada "O Disco" desenhada a tinta-da-china aplicada em pinceladas soltas por Mir.Ra.
"Fuel Moon" de José Carlos Fernandes, ou como uma sequência banal de acontecimentos domésticos espoleta uma reacção incendiária.
José Luis Peixoto, Alice P. e  Tozé Lopes contribuem com pequenos textos poéticos. "Fragmentos Checos" é o título de um conjunto de fotografias de Maria Cerdeira captadas no período pós-comunismo.
Reunidos sob o título "Sentimentos", três autores discorrem, cada um à sua maneira, sobre a Melancolia (Rui Lacas), Raiva (Guima) e Vergonha (Arlindo).
Duas páginas "Anda Ground" com um pequeno texto sobre a indústria discográfica nacional e resenhas ao disco de estreia de Bizarra Locomotiva e à compilação "Art of Life". Apesar de não estarem assinados, diria que foram escritos por Marcos Farrajota.
"Parece Ela" de Pedro Brito é um mergulho nas recordações de infância confundidos com uma tentativa falhada de engate.
João Fazenda apresenta a bd "O Ganso", adaptando livremente a crónica "Lidoro Silva, dito o Ganso" de José Cardoso Pires.
A fechar, o texto "Uma página nula para completar as 40 páginas do fanzine" de Marcos Farrajota. Depois de um inicio com as habituais diatribes ajustando contas com o meio bedéfilo nacional, Farrajota vai disparando em todas as direcções, reflectindo sobre a inutilidade da maior parte dos fanzines colectivos portugueses e propondo diferentes abordagens, como a edição de fanzines temáticos (ou com um conceito) e de fanzines de apenas um autor. Termina questionado "fanzines não-coerentes porque é que vocês existem?"
Comtrastes #2, Novembro de 1994, 40 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel colorido, 19,1x29,7cm. Lisboa.

17 novembro 2024

O Menino Triste

João Mascarenhas dedica O Menino Triste a Peter Pan, notando que "Quando uma criança não tem a oportunidade de poder crescer nos braços da sua mãe, ou vê os seus sonhos serem interrompidos por algo que lhe é estranho, corre o risco de se tornar uma criança triste!
O Menino Triste é a história de uma dessas crianças. Um menino que, tal como Peter Pan, não tinha querido crescer. Até ao dia em que achou que o devia fazer e entrar então no mundo dos crescidos...
Contudo, o seu imaginário de criança, as suas crenças individuais, que continuava a conservar, faziam-no descrente desse mundo que um dia ele tinha decidido conhecer..." 
O Menino Triste, 2001, 20 págs, impresso a preto & branco; capa a cores, 16x24cm. Edição: Extractus.

15 novembro 2024

Durtykat

Durtykat #7
Este número do Durtykat abre com um texto de "O Céu da Boca", narrando uma viagem de carro e a observação do exterior, fixando especialmente um pormenor do capacete de um motociclista. Essa fixação, acaba por provocar um acidente e o ferimento do rapaz da mota, tudo gratuito e sem sentido.
Seguem-se alguns desenhos de Martinho Mendes. Depois, a editora Ana Ribeiro relata alguns pormenores da história de Maria Cidalina e da sua vida amorosa, através de texto, desenhos e colagens.
Noé Touraldo apresenta duas páginas situadas no WC e sala de estar, com ratos e pénis espalhados pelas divisões da casa.
Ana Ribeiro apresenta mais alguns desenhos e ilustrações, tendo como pano de fundo diversas temáticas como a música (The Smiths, Joy Division), cenas de gajas, estudantes e também hedonismo.
Durtykat #7, Outubro de 2003, 28 págs, impresso a preto & branco; capa a cores, 10,5x14,5cm.

Durtykat #9
Abrindo com uma epígrafe do escritor Paul Auster, o nono número do Durtykat apresenta diversos trabalhos de Ana Ribeiro, misturando aleatoriamente o inglês com o português, que associado ao pequeno formato (A6) adoptado, dificulta a leitura e a inteligibilidade de algum conteúdo. O reduzido tamanho do texto e uma paginação algo confusa, que obriga a virar e revirar sistematicamente as páginas são os aspectos menos conseguidos.
Pelo contrário, a excelente qualidade dos desenhos e vinhetas são os destaques mais salientes. Por vezes, o estilo gráfico e narrativo adoptado por Ana Ribeiro está próximo dos trabalhos de Isabel Carvalho, mantendo, no entanto, uma identidade própria bem vincada. Ana Ribeiro preenche as páginas com nesgas do universo feminino e sentimental, salpicado com alguma neurose e impaciência, mas também de uma aura poética sonhadora.
No que toca a colaborações, é publicada a banda desenhada "Ida a Casa do Meira" da autoria de João Losa, completamente esgrouviada e delirante. Há também desenhos e ilustrações de Victor Hugo, Nicolau Fernandes; Vasco Sequeira e textos de Daniel Pernil e de 
Pedro Ferreira.
Durtykat #9, 2006, 48 págs, fotocópia a preto sobre papel azul, 11x15,5cm.

Durtykat #10
Após um longo interregno, o Durtykat ressurge dedicado à esquizofrenia e aos delírios religiosos. Começando com um desenho de Dina Barbosa. Seguem-se trabalhos de Ricardo Alves e Sara Pinho.
Depois Ana Ribeiro, através de uma sequência de ilustrações, desfia os medos e fobias, as vozes que ecoam na cabeça, os pressentimentos e presságios, o mau-agoiro, as rezas e crendices, os anti-psicóticos e a música para tentar não ficar louca.
Segue-se uma fotografia da autoria de Francisco Janes. A terminar, Francisco Sousa Lobo escreve sobre os seus defuntos que teimam em reaparecer-lhe nos sonhos, desfiando uma série de histórias tristes de suicídio e de morte.
Durtykat #10, Março de 2016, 32
 págs, fotocópia a preto & branco, 11,2
x16,7cm.

Durtykat #11
Texto extraído do sítio Bandas Desenhadas: "no final de 2018, é publicado o Durtykat #11. Desta feita, contém uma única história, escrita e ilustrada por Ana Ribeiro. Graficamente, a obra acompanha a maturidade do trabalho que a autora tem vindo a desenvolver na área da ilustração digital, sendo influenciada pelas mais diferentes fontes, desde a técnica de détournement a Klimt. Nesta história ilustrada, a autora relembra ainda as suas influência das banda desenhada, com os balões de fala ao longo da obra, quase omnipresentes.
Quanto ao texto, utiliza as recordações do final do primeiro namoro da protagonista para explorar a estranheza do conto infantil Barba Azul, escrito por Charles Perrault no século XVII."
No editorial está escrito: "O durtykat está de volta para esta décima primeira aventura. Aparentemente, sobre um homem terrorífico que se conta às crianças e não só. Envolvi-me e viajei com ele (o durty), ou melhor, “na maionese”. Este zine é também para ele, que não pare de “viajar”."
Durtykat #11, Dezembro de 2018, 20 págs, impresso digital a cores, 11,2x16,7cm. Tiragem: 27 exemplares.

13 novembro 2024

Bark!

A primeira metade do Bark! é preenchida com desenhos de Nuno Pereira. A primeira sequência está assombrada pela fome e pela impossibilidade de a saciar. A segunda sequência de desenhos, ainda mais dura, com sexo, cães e bonecas. Depois, surge uma página dupla que parece retirada de um folheto das Testemunhas de Jeová com um texto intitulado "Quanto Tempo Resta aos Iníquos?".
A segunda metade do fanzine abre com banda desenhada avulsa de Tiago Jácome Mendes. Seguem-se outros trabalhos fotocopiados e manipulados pelo mesmo autor.
Jorge Pedro Ferreira contribui com grafismos e textos curtos e incisivos. O logotipo da Converse All-Star é manipulado por Isabel Paiva, desfocando-o e introduzindo texto no centro da estrela.
"Terra, 1999" é o título do texto de Mário Augusto desencantado e apocalíptico.
Ivo Daniel apresenta uma banda desenhada negra e sombria repleta de solidão e morte.
As últimas páginas são dedicadas a desenhos de Jorge "Sino" e de Bruno Valter.
A edição e paginação ficou a cargo de Nuno Pereira e Tiago Jácome Mendes, que agradecem o apoio do Núcleo de BD da Universidade de Aveiro.
Bark! #3, 1999, 44 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Tomar.

10 novembro 2024

Outras Bandas

Outras Bandas #1

Neste número, são apresentados trabalhos inéditos dos autores que compõem o Atelier Tágide. A capa é da responsabilidade de Susana Resende.
A primeira BD "Não te Deixarei Morrer Miriam Lane!" de Pedro Cruz, aparentando ser apenas uma banal história de super-heróis, acaba por concluir de forma surpreendente.
Depois Shania Santos apresenta "Obscuro", ambientada num castelo com templários e silêncios à mistura.
Seguem-se duas BD por Mário André, a primeira "Tarrafal" expõe ao longo de três páginas a vivência daquele desterro para os presos políticos. A segunda BD "O Espelho", mais curta e simples.
A banda desenhada "O Livro" de Sérgio Santos tem um muito interessante dispositivo narrativo, para uma história com fundamento em problemas psicológicos. António Coelho apresenta a BD "Yeti", história simples no meio da neve e do frio.
Do caderno de desenhos de António Pires, é publicada uma selecção de desenhos de excelente fan-art.
Patrícia Costa apresenta "Chá das 5", banda desenhada sobre amores e traições, corações despedaçados e vingança, tudo muito bem conseguido.
A última banda desenhada "Aurora Boreal" é assinada por Daniel Maia, baseada em personagens criados por José de Matos-Cruz.
O fanzine termina com breves biografias dos participantes.
Outras Bandas #1, Outubro de 2019, 44 págs, impresso a preto & branco, capa a 2 cores, 18,4x24,8cm. Tiragem: 100 exemplares. Edição: Tágide - Colectivo de B.D.

Outras Bandas #2
A primeira banda desenhada é "Le Pinou" de António Coelho, em quatro quadros fixos de uma televisão, em cujo ecrã surgem diversas mistificações sobre as alterações climáticas. Depois o mesmo autor apresenta a BD "O Duelo".
Sérgio Santos com um dispositivo narrativo bem estruturado, apresenta uma BD "Reencarnação" na qual um robô adquire os traços de personalidade do ex-Primeiro Ministro José Sócrates.
"Verdade? Mentira?" de Maria João Claré situa a narrativa num programa televisivo que aborda o problema das notícias difamatórias espalhadas através das redes sociais e dos efeitos devastadores que têm na vida das pessoas visadas. "Onda Negra" da mesma autora, aborda o problema da poluição dos oceanos.
Shania Santos apresenta "Verdadeiro ou Falso" também sobre as informação viral espalhada através da internet e a forma de lidar e filtrar essa informação.
José Bandeira apresenta a excelente ilustração 
Fernando Pessoa - Heterónimos .
Mário André apresenta as bandas desenhadas "Fake News" e "Muros" sobre fronteiras e o problema dos refugiados.
A terminar a BD "Planetas em Guerra" de João Pedro Afonso encena uma fábula futurista sobre a guerra interplanetária.
Outras Bandas #2, Maio de 2020, 44 págs, impresso a preto & branco, capa a cores, 18,4x24,8cm. Tiragem: 100 exemplares. Edição: Tágide - Colectivo de B.D.

Outras Bandas #4
Este número conta com a participação de diversos autores que ainda não tinham publicado no Outras Bandas. A primeira banda desenhada "Pandemia" de Henrique Gandum e a seguinte "Ad Infinitum", são histórias negras e apocalípticas, com a morte como figura tutelar.
O autor da capa, Yves Darbos, apresenta também a BD "Um Sonho de Miau-Noite de Verão", onde um gato sonha que a sua dona se transforma na Catwoman.
Jorge "Rod" Rodrigues apresenta três páginas, cada uma com uma cena do programa da SIC, apresentado por Daniel Oliveira "O que Dizem os Teus Olhos?". O mesmo autor parodia o programa televisivo "Quem Quer Namorar com o Agricultor?"
"Time Out", de Nuno Dias reflecte sobre o trabalho, o talento e esforço dos desenhadores, com com muito cépticismo à mistura. A galeria de Fan Art também é deste autor.
José Bandeira apresenta um conjunto de ilustrações com o título de "Grandes Insultos para Gente Pequenas".
"A Lenda" de Rui Serra e Moura, narra a história das aparições e da devoção à Senhora da Atalaya.
Susana Resende apresenta a BD "Menino Perdido" numa dimensão desconhecida.
A terminar, a banda desenhada "O Círculo" com argumento de Tiago Martins e desenho de Daniel Maia, num ritual negro, ao som do ribombar incessante dos tambores e de buracos negros que albergam estranhos mistérios.
Numa avaliação geral, este número apresenta um nível qualitativo bastante elevado. 
Outras Bandas #4, Fevereiro de 2021, 44 págs, impresso a preto & branco, capa a cores, 18,4x24,8cm. Tiragem: 100 exemplares. Edição: Tágide - Colectivo de B.D.

Outras Bandas #6
Neste número, os autores do Colectivo Tágide recuperam diversos trabalhos que de outro modo ficariam na gaveta. Daniel Maia apresenta 4 páginas de um portfolio de Morcegos (Batman, Batwoman e Joker), feito para a DC Cpmics - brutal!!
"O Soba" é uma história de Américo Dimas e desenho de Susana Resende, sobre um velho chefe tradicional angolano.
Também recuperada uma BD de 1984, de José Bandeira intitulada "Sessão Final", sobre um tempo onde o cinema foi banido e perseguido numa sociedade de vigilância sistemática e autoritária. O mesmo autor apresenta a BD mais recente "Spaghetti", sobre esse género cinematográfico.
Segue-se uma sequência de desenhos de Conan, por José Bandeira, Patrícia Costa, Maria J.Claré e Nuno Dias.
"Façanhas d'Outrora" de Jorge Rodrigues, é uma banda desenhada onde um avô conta aos seus netos as façanhas do Capitão Faneca.
A banda desenhada "Cogumelos" de António Coelho narra uma história alternativa sobre a criação acidental do planeta Terra.
Segue-se um conjunto de pranchas sobre a pandemia Covid-19 e seus efeitos, por diversos autores do Colectivo.
Outras Bandas #6, Outubro de 2021, 44 págs, impresso a preto & branco, capa a cores, 18,4x24,8cm. Tiragem: 75 exemplares. Edição: Tágide - Colectivo de B.D.

Outras Bandas #7
Retomando a iniciativa desencadeada no Outras Bandas #5 onde se homenageou 100 personagens icónicas da banda desenhada nacional, este número retoma a iniciativa e celebra outras 50 personagens.
Assim, pelo traço dos autores do Colectivo Tágide, os personagens adquirem nova vida (desenhador, personagem): António Coelho (Ermal e Zorra Teresa Afonso), Daniel Maia (Alma, Jaca, Random, Vicente e Zama), Filipa Lopes (Aya Najar,The Mighty Gang e Samira), Henrique Gandum (Gentleman, Macho Alfa, Nómada), João Raz (Biorn, Titã), Jorge Rodrigues (Audaz o Cowboy Justiceiro, Bubas, Doc Challenger e Zé Quitolas), José Bandeira (Fernando Pessoa, João Davus, Serpa Pinto e Yves o Lobo), Maria João Claré (Angélica, Aurora Boreal, Horus, Miguel - Júpiter), Mário André (Ave Rara, Balbino, Whitelove, Marcos Audaz), Nuno Dias (Beep Boop, Cavalheiro Guilhão, Encomendador e Luis Vilar), Patrícia Costa (Guemarra, Macaco Tozé, Sentinel - Watchers e Z), Rafael Marquês (Meia-noite & 3), Rui Serra e Moura (Daniel Perez, Wiz e Prima Zuca), Sérgio Santos (Godofredo Leite-Fresco, Tio Pelicas), Shania Santos (Eyren Caeli), Susana Resende (Careto), Yves Darbos (Beirão, Billy - Dream Machine, Kong e Wladymir).
Outras Bandas #7, Maio de 2022, 36 págs, impresso a preto & branco, capa a cores, 18,4x24,8cm. Tiragem: 75 exemplares. Edição: Tágide - Colectivo de B.D.

Outras Bandas #8
Com argumento dos americanos Travis e Liliana Johnson e desenho de Daniel Maia, "Terça-feira" é uma banda desenhada que aborda questões raciais, de organização social, de vigilância permanente e da tentativa de manter os valores e a vida familiar.
Na BD "Livre" de Yves Darbos, as questões securitária e da vigilância permanente e dos constrangimentos à liberdade individual são retomados de forma libertária.
"Quero Morrer Comum Tiro na Cabeça, Assassinado!" com 
desenho de Mário André e argumento de Patrícia Portela, baseado num artigo jornalístico sobre o narcotráfico na Bélgica.
Seguem-se duas bandas desenhadas de uma página da autoria de Maria João Claré, sobre os stresses do dia-a-dia, nos engarrafamentos no trânsito e nos convívios domésticos durante o confinamento do Covid-19.
Jorge "Rod" Rodrigues apresenta "Vida de Palhaço" sobre um palhaço que não consegue fazer rir, nem divertir a sua audiência.
António Coelho apresenta diversos capítulos auto-conclusivos da tira "Century One" com peripécias várias passadas no interior do vasto Imperio Romano.
Outras Bandas #8, Setembro de 2022, 44 págs, impresso a preto & branco, capa a cores, 18,4x24,8cm. Tiragem: 100 exemplares. Edição: Tágide - Colectivo de B.D.

Outras Bandas #9
O Outras Bandas celebra o 4º aniversário e simultaneamente anuncia o seu final, após dez edições produzidas pelo Tágide, grupo de autores do Montijo.
No blogue da Tágide, podemos encontrar esta apresentação: "A edição contém sete bandas desenhadas curtas, inéditas, com um leque variado de temas e de estilos gráficos, entre o macabro e humor negro.
"Otto P.I.,” de António Coelho, transforma o típico pulp noir num conto de humor; “Longa Vida,” de Daniel Maia, torna uma sequência quotidiana numa história de horror; “Curso Prático de Super-Herói,” de Jorge Rodrigues, introduz nesta história cómica o original super-herói português Homem-Merda; “Vinhedos,” de José Macedo Bandeira, com argumento de António Cunha, faz uma adaptação parcial da peça O Jardim das Cerejas, por Andrei Chekov; “Luar Fatal,” de Henrique Gandum, é um exercício narrativo que conclui em conto de terror; “O Segredo,” de Mário André, reflecte sobre os temores sobrenaturais numa aldeia perdida; e “A Câmara,” de Yves Darbos, conta uma história cómica com desfecho sinistro."
Outras Bandas #9, Maio de 2023, 44 págs, impresso a preto & branco, capa a cores, 18,4x25cm. Tiragem: 100 exemplares. Edição: Tágide - Colectivo de B.D.

09 novembro 2024

O Princípio

O Princípio assume-se como uma publicação periódica da partilha de ideias através de textos, poesia e imagens.
Começa com um texto de Tiago Baptista “The Residents: antropofagia nos Estados Unidos em 76”, onde o autor analisa o disco "The Third Reich'N Roll" dos The Residents à luz das ideias do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade. A ilustração "Avanti Canibália" dos !Von Calhau! acompanha este texto. 
Segue-se o ensaio “A fotografia como substituto do ser amado: apontamentos cinematográficos”, da autoria de Joana T. Silva.
Há também um conjunto de ilustrações de Elias Gato, feitas a partir do livro “O pintor de baixo do lava loiças” de Afonso Cruz.
Depois vem uma sequência com o poema de Catarina Domingues “Tiago Baptista – atelier”; seguida por uma entrevista da mesma autora a Tiago Baptista.
Erica Zíngano publica os poemas “e de estribilho de elástico de”. Também participam os artistas Carlos Gaspar, Patrícia Guimarães e Sara Belo, com trabalhos de pintura e de desenho.
A repetição de um desenho que funciona como padrão separa cada texto e imagem. Algumas folhas de tamanho A4 são dobradas escondendo uma parte dos conteúdos, que são revelados à medida que se desdobra a folha.
A lombada foi cosida com linha preta e o design foi de Sílvia Prudêncio. Excelente publicação - foi pena ter durado apenas um número...
O Princípio, Novembro de 2013, 48 págs, impressão digital a preto, 13x21cm. Tiragem: 150 exemplares. Porto.

06 novembro 2024

Kaos Zine

E entretanto, passaram-se quase 30 anos!... Kaos Zine (KZine) foi um fanzine editado por Rui Vale Sousa, um jovem vimaranense, a residir em Penafiel naquela época. Os textos são de cariz anarquista e ecologista (falam sobre golfinhos em perigo, denunciam empresas que fazem testes em animais, apelam ao boicote à McDonald's, etc.). Por outro lado, apresentam também alguns textos e entrevistas bastante descomprometidas e bem humoradas. Há também desenhos e pranchas de banda desenhada da autoria do Marcos (assina como Markús).
No entanto, o esboço da cartografia da cena musical alternativa de Guimarães em meados dos anos 90, é o destaque principal. São referenciadas e entrevistadas as seguintes bandas: Gods Last Wish, Bergen Belsen, Dark Funeral, God Skin, Barca do Inferno e os Cio Soon.
Kaos Zine #0, 1995, 28 págs., fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Guimarães.

05 novembro 2024

Alcatraz Song

Alcatraz Song adopta o nome de uma música da banda brasileira Fellini, gravada no seu segundo álbum "Fellini Só Vive 2 Vezes".
Neste fanzine, Sofia Belém ilustra a letra da música, utilizando um marcador preto para desenhar e escrever a letra da música, sobre um papel de cor azulada, idêntico ao antigo papel timbrado de 25 linhas.
O tema "Alcatraz Song" foi gravado em 1986 e apresenta uma letra bastante livre e inventiva, sem exprimir um significado evidente, num estilo experimental e intemporal.
Alcatraz Song, Julho de 2022, 16 págs., fotocópia a preto sobre papel colorido, 11,8x21cm. Edição: Editora Passatempo. Lisboa.

04 novembro 2024

Shock

Shock #0
Primeiro número (experimental) do fanzine Shock, subordinado ao tema "O Chapéu" e os desenhos e bandas desenhadas têm como denominador comum a inclusão de chapéus.
Luis Beira dá o mote, escrevendo sobre os diversos tipos de chapéu e a sua utilização. Seguem-se diversas ilustrações por Luis Costa, Luis Nunes, Pedro Morais, Augusto Trigo, João Neves, Luvi, Artur Correia, José Ruy, Estrompa e Eugénio Silva e bandas desenhadas por Francisco Lança, José Abrantes, Hervé Chételat, Fernando Bento, Mitsushirato, Edgar Marcelo.
O fanzine encerra com textos de Geraldes Lino sobre o Festival de BD de Lisboa 83 e também sobre as actividades desenvolvidas pelo Centro Português de Banda Desenhada (CPBD).
Shock #0, Julho de 1983, 24 págs, offset a 2 cores, 21x29,7cm., Tiragem: 500 exemplares. Lisboa.

Shock #2
Neste número dedicado ao belga Edgar-Pierre Jacobs, a Tertúlia é aberta por Luiz Beira. Os célebres personagens Blake, Mortimer, Olrik são parodiados pelos seguintes desenhadores: Augusto Trigo, Artur Correia, Luis Louro, Vassalo Miranda, Estrompa, José Paulo, Luis Diferr, Rá, Renato Abreu, H. Carrilho e Rebelo da Silva.
Há também uma página com notícias breves sobre alguns acontecimentos relacionados com a banda desenhada nacional.
Segue-se uma entrevista (um questionário, mais propriamente) superficial e desinteressante ao Dr. Chaves Ferreira.
Termina com um artigo biográfico sobre Edgar-Pierre Jacobs escrito por António José Simões.
Shock #2, Novembro de 1989, 18 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel de cor, 21x29,7cm.,  Lisboa.

Shock #5
O quinto número do Shock surge renovado com um novo grupo de editores, constituído por Estrompa, António Simões, Luis Louro, Gisélia Lourenço e José Paulo. Este número é dedicado à dupla René Goscinny e Albert Uderzo e os diversos participantes homenageiam a sua principal criação - Astérix e Obélix. Há uma mescla de autores consagrados e de jovens que acabam de surgir.
Os autores dos desenhos e pranchas inspiradas na dupla de irredutíveis gauleses, são: Augusto Trigo, José Abrantes, Victor Borges, João Cabrita, José Pedro Costa, João Cabrita, Diniz Conefrey, Manuel Brum, Pepedelrey, Rui Lacas, Luis Louro, Francisco Legatheaux, Renato Abreu, José Paulo Marques, Hélder Carrilho, José Ruy e Estrompa.
Há também uma secção de notícias, referenciando a realização da Feira do Livro de Lisboa e principalmente o lançamento do primeiro número de LX Comics.
Segue-se um entrevista de perguntas e respostas directas a José Ruy e para finalizar, um texto assinado por Luis Filipe Sebastião, homenageando a dupla de criadores de Astérix.
Shock #5, Maio de 1990, 24 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel de cor, 21x29,7cm., Tiragem: 120 exemplares. Lisboa.

Shock #13
Em véspera de comemorar uma década de existência, este número do Shock é inteiramente dedicado a homenagear o autor Enki Bilal. Participam com desenhos e bd, inspirados na obra do autor nascido na antiga Jugoslávia, os seguintes autores: Deodato, Estrompa, João Fazenda, Manuel Brum, José Ramalho, Pepedelrey, Miguel, Pedro Brito, Ricardo Blanco, Tozé e Rui Abrantes. Maré participa com uma pequena biobibliografia de Bilal.
O desenho inserido na capa é da autoria de Miguel, a maqueta e o arranjo gráfico é de Estrompa. A composição ficou a cargo de Sofia Cruz e de Ana d'Almeida.
Shock #13, Fevereiro de 1993, 20 págs, offset a 2 cores, 21x29,7cm., Tiragem: 100 exemplares. Lisboa.

Shock #27
O Shock completamente mergulhado em estilo noir, pelas mãos de Estrompa e de José Lopes. O cenário é a América mitificada dos gangsters e das mulheres fatais, gente ambiciosa e gananciosa sem escrúpulos ou moral.
São publicadas as bandas desenhadas "Ciúme" e "Vingança Macabra" e "O Destino Escreve-se Por Linhas Tortas", por Estrompa e José Lopes.
Há ainda o texto "Balada para 3 Defuntos" escrito por Arold Rubins, "Mulheres nu Shock" por Apolinário S. e "Pesadelo" por Pérce Vactiv.
Shock #27, Dezembro de 2007, 32 págs, fotocópia a preto & branco; capa a cores, 19,6x27,2cm. Lisboa.

02 novembro 2024

Espaço Marginal

Espaço Marginal teve a sua génese no Instituto Politécnico de Beja, organizado pelos docentes Ana Lopes e Marco Silva. Incluindo ilustração e banda desenhada de alunos, docentes e alguns autores convidados, esta edição não esteve sujeita a qualquer imposição temática ou estilística, tendo como únicas especificações o formato quadrado e arte final monocromática. 
A ilustração apresentada na capa é de Ana Lopes, com produção em serigrafia de António Inverno. Nas páginas centrais, o convidado Geraldes Lino faz uma breve apresentação da Tertúlia BD de Lisboa.
No interior, são publicados desenhos de Ana Gomes, Célia Mestre, João Alves, Viviane Soares Silva, João Mendes, Clemente Tsamba, Tiago Brito.
As ilustrações são de Ana Velhinho, Catarina Santos, Manuel Ribeiro, Catarina Sobral, Henrique Pereira, Marta Pinheiro, Sara Castanho e Daniela Viçoso.
Na banda desenhada, são apresentadas pranchas de Pedro Horta, Catarina Gil, Manuel Ribeiro, Henrique Pereira, Bruno Rafael, Phermad, Marco Silva e Ana Lopes.
Na ilustração científica, temos excelentes exemplares de Ana Lopes, Ana Rita Afonso, Catarina Lima, Miguel Azevedo, Lúcia Antunes e Aldo Passarinho.
Espaço Marginal #0, 2013, 64 págs, impresso a preto & branco; capa em serigrafia, 19,3x19,3cm, Tiragem: 120 exemplares. Edição: Laboratório de Arte e Comunicação Multimédia do IP Beja.

01 novembro 2024

Substância

Fanzine com textos e desenhos da autoria de Paulo Bonito e de João "Moca" Martins. Naquele estilo meio caótico dos fanzines das Caldas da Rainha, lemos textos manuscritos onde a deriva introspectiva e poética surge em apontamentos que assinalam a passagem dos dias, revelando a inquietação de quem ainda procura o caminho, sem a certeza de que o vai encontrar. Alguns ficaram perdidos na praia para sempre... Homens/putos, ausência, devaneios aditivados a álcool, música e drogas... Sonhadores, criativos e delirantes, inadaptados, desestabilizados à falta de lítio.
Desenhos que parecem inacabados, mas que estão bem assim; algumas fotografias desfocadas, recortes e montagens, manchas coloridas que alastram no acetato, sôfregos e altivos, vogando pela vida sob o lema: "Todos os dias chacinamos os nossos melhores impulsos." 
Substância, 2007, 60 págs, fotocópia a preto & branco, 14,8x21cm. Braga.

30 outubro 2024

Escatológico

Novo fanzine da autoria de Amadeu Rodrigues (Amadeu Escórcio) estruturado em histórias de uma página. Ocasionalmente, certas histórias têm continuidade para as pranchas seguintes, mantendo o mesmo título e acrescentando-lhe apenas um número (por exemplo: A Tempestade 1, A Tempestade 2).
A temática é muito variada, envolvendo um certo humor, algum sarcasmo, certas figurinhas ridículas e também pensamentos profundos. O desenho e a balonagem são elaborados de forma ágil e sem grandes preocupações com primores técnicos, privilegiando-se o esboço rápido e a ideia subjacente a cada prancha.
No que toca à escatologia, o autor vai servindo em doses moderadas e em tom português suave.
Escatológico, Setembro de 2024, 40 págs, impresso a preto & branco, 14,5x20,2cm. Edição: O Gato Que Mia.

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