23 dezembro 2025

O Rock no Porto nos Anos 80

Este fanzine colectivo resultou do workshop "Fanzine Instantâneo Sobre "O Rock no Porto nos Anos 80" orientado por Miguel Correia no dia 05 de Julho de 2025, inserido nas actividades paralelas à exposição "Uma Viagem pelo Asfalto - O Rock no Porto nos Anos 80", que decorreu na Casa Comum da Universidade do Porto. 
A acção de formação partiu de um desafio lançado aos "participantes para que desenvolvam uma composição gráfica em formato A4 de forma analógica com recurso a materiais previamente preparados sobre uma banda ou músico da sua preferência que esteja mencionado na exposição.
Depois serão compostos e paginadas com técnicas do D.I.Y. e ao melhor estilo dos zines dos anos 80. No final essas composições gráficas irão ser fotocopiadas de forma a se produzir um conjunto em formato de livreto/fanzine colaborativo de modo a que cada participante fique com uma cópia."
A exposição teve alguns bons momentos nas actividades paralelas, pese embora a exposição em si, fosse um pouco decepcionante, tendo como ponto central um mural com reproduções de informações e materiais diversos ligados à música e às bandas do Porto dos anos 80.
O fanzine, como seria expectável, apresenta-se bastante desequilibrado, por força da heterogeneidade dos participantes e por alguns contributos se afastarem do tema principal. Há trabalhos que incidem sobre músicos e bandas ligadas ao Porto como os GNR, Ban, Trabalhadores do Comércio, Cães Vadios e Rui Veloso, mas também há Sétima Legião, Xutos & Pontapés e Mão Morta. Mais surpreendentes são as páginas dedicadas a bandas como Joy Division, Nirvana, The Cure e Guns N' Roses!
O Rock no Porto nos Anos 80, Julho de 2025, 32 págs, fotocópia a preto sobre papel colorido, 14,9x21cm. Porto.

21 dezembro 2025

Modernista

Modernista #0
Curioso fanzine dedicado exclusivamente à cena mod, editado por Leonel Ventorim e José Felix Mourinho. Modernista procura abranger tudo o que rodeia a cultura mod desde o vestuário, estilo de vida, filmes, música, etc. O fanzine tinha distribuição gratuita nos eventos e festas mod.
Luís Oliveira escreveu o seguinte no Underworld - Entulho Informativo #26: "numa altura de estreias e abertura de portas em Portugal, surge também Modernista, que se apresenta como sendo o primeiro fanzine direccionado para a cultura mod em terras lusas. Este número zero acaba por ser uma apresentação do movimento mod - culto nascido nos anos 50 entre os jovens da classe operária inglesa com seu próprio estilo de vida e fascínio pela moda - num País onde nunca teve o seu espaço e a sua explosão é muito recente.
Encontramos aqui um resumo da história mod que omite não se entende porquê a fase hard-Mod (69-72), dicas sobre estética e música, uma passagem pelo mundo do scootering e diversas reviews e notícias. Dispensável era o artigo com as premissas, tipo mandamentos sagrados, de como nos devemos comportar numa festa... para quem diz ter tanto "andamento" soa um bocado mal. A vida Moderna também tem disto."
Modernista #0, Setembro de 2007, 16 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Lisboa.

Modernista #1
Este número surge mais estruturado e com mais colaboradores a escrever. No editorial, definem-se como urbanos, bem parecidos, animados e diferentes das outras pessoas. Seguem-se breves apontamentos acompanhados de fotografias sobre festa mod realizadas em Lisboa.
Miguel Ângelo escreve sobre o "Mod Revival em Portugal" com enfoque na zona de Cascais. O tema do revivalismo em torno do mod continua nas páginas seguintes, enquadrando a vertente musical, o estilo e o contexto social onde se desenvolve o movimento.
O Rapaz do Chapéu escreve sobre a Chess Records, uma editora de referência para os mods. Nas páginas centrais é apresentado um poster da banda The Poppers fotografados por Rita Carmo. Há também uma entrevista aos membros da banda, na sequência do lançamento do álbum "Boys Keep Swimming".
Depois de uma página dedicada a sugestões de livros, filmes e discos, o destaque vai para o estilo, moda e roupa, com várias páginas dedicadas a fornecer todas as pistas para vestir a rigor mod. As motorizadas Vespa também são uma imagem de marca do movimento mod e há muitos conselhos e sugestões para os respectivos fãs.
Modernista #1, Novembro/Dezembro de 2007, 20 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Lisboa.

20 dezembro 2025

Delírios Acidicos

Delírios Acidicos é uma publicação de pura diversão em estado alterado, explorando os efeitos do consumo de estupefacientes, resultando numa jornada surreal, em aceleração permanente e completamente destrambelhada.
Os desenhos de António Amaro são de elevado calibre, num estilo psicadélico, delirante, muito influenciado pelos desenhos animados, pelo graffiti e pelos pénis gigantes desenhados nas paredes das casas de banho das after after party. Venha o segundo volume!
Delírios Acidicos #1, Junho de 2024, 40 págs, impresso a preto & branco; capa em papel colorido, 20x28,5cm, Porto.

18 dezembro 2025

Contos Sérios

O segundo número de Contos Sérios e Outras Estórias apresenta um conjunto de escritos surrealistas, delirantes, divertidos e com forte sentido lúdico. Normalmente, cada texto ocupa apenas uma página, desenvolvendo-se de modo bastante sério e credível, mas o epílogo é absolutamente inesperado e surpreendente. Noutros casos, como em "Feito na Indomnésia" são adágios subvertidos com jogos linguísticos secos e certeiros.
Por outro lado, o conto "Carmim" é mais realista e violento. Temos também os "Novos Novos Contos do Gin", em jeito de homenagem a um escritor que será uma figura tutelar para os autores desta publicação, pela sua irreverência, subversão, humor e sentido provocatório. 
Sobre esta publicação, Marcos Farrajota anotou o seguinte no blogue da Chili Com Carne: "de Coimbra apareceu um zine de contos com um design impecável e aspecto gráfico exemplar. Os textos que pululam por aqui entram na vertente "non-sense" e surrealista "light" - a lembrar Boris Vian, o que pode ser bom para quem gostar de Vian, não é o meu caso embora adore os policiais xungas do "traduzido" Vernon Sullivan!
Formato A5 e fotocopiado como manda a regra zinista, os seus editores devem-se divertir à grande a fazer isto matando o tédio da "cidade do conhecimento" (pffff!) e até convidam ilustradores locais, como o "nosso" Manuel Pereira ou o Eduardo Pécurto, para animar a coisa. Fixe!"
Contos Sérios #2, Fevereiro de 2012, 32 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm, Tiragem: 50 exemplares. Coimbra.

17 dezembro 2025

In the Dust of Our Planet

In the Dust of Our Planet é uma publicação independente da autoria de Daniel da Silva Lopes, que fica a meio caminho entre a revista e o fanzine, apresentado com grande qualidade gráfica e de impressão.
Este primeiro volume contém três histórias interligadas entre si e todas escritas em inglês, num estilo de bd pós-apocalíptica e sci-fi.
A primeira história é "Trim Them Down" apresentada a cores nas capas internas. A história acompanha a visita à Terra de um dos Solar Sailors, fornecendo apenas um contexto do que será a história.
As outras duas bd são a primeira parte de "The Same Old Mistakes" onde um jovem personagem investiga a ausência de comunicações de uma colonização humana num novo planeta.
Depois em "Down the Hole We Go" acompanhamos o último dia da vida de um caçador de demónios, cujas acções determinarão o futuro de uma personagem importante da banda desenhada.
A resenha publicada no blogue Vinheta 2000 diz o seguinte "No universo futurista de Solar Sailors, a raça humana encontra-se disseminada por toda a galáxia, sendo perseguida, escravizada e vítima de abusos por parte das outras criaturas e espécies dominantes. E caberá aos Solar Sailors - chamemos-lhe uma espécie de milícia armada que luta para se estabelecer enquanto comunidade - assegurar um lugar próprio da galáxia para aí viver. O autor não nos dá muitas mais informações além destas, o que eleva o nível de mistério da trama e aguça o interesse do leitor.
Com efeito, à medida que vamos lendo estas histórias, são mais as questões que formamos na nossa mente, do que, propriamente, as respostas que obtemos. E, quanto a mim, essa é uma forma hábil de manter vivo o interesse dos leitores pelas personagens, pelas suas demandas e pela origem deste universo distópico. Portanto, devo dizer que o formato de revista acaba por funcionar muito bem para o tipo de história em questão.
Também gostei da história principal de In The Dust Of Our Planet, mas como é algo que parece estar ainda longe de demonstrar o caminho que quer seguir em termos de enredo, ainda está um pouco imberbe na conceção. Até mesmo a breve história que aparece na revista In The Dust Of Our Planet #1, denominada Down The Hole We Go, que parece funcionar como prequela ao universo de Sweet Wind, me deixou bastante satisfeito.
Quanto às ilustrações, devo dizer que fiquei muito convencido com o trabalho de Daniel da Silva Lopes. O estilo de desenho é bastante diferenciado e as paisagens áridas imaginadas pelo autor fazem com que esta revista tenha uma aura muito própria. Com um traço a preto e branco estilizado, Daniel da Silva Lopes oferece-nos uma imagética bem concebida que fica na nossa retina já depois de finalizadas as leituras destas revistas.
É verdade que, em termos cénicos, as ilustrações nunca são muito detalhadas, mas isso não é algo que, quanto a mim, prejudique a imersão nas histórias, já que toda a aridez e desolação deste universo pós-apocalíptico também não pressuporiam uma paisagem cénica tão detalhada assim. Acaba por funcionar bem.
Gostei também da planificação que é feita, levando o relato a assumir uma postura mais dinâmica e cinematográfica.
Utilizando a parte interior das capas, são-nos dadas pranchas a cores que, a meu ver, funcionam bastante bem. E embora aprecie o registo do autor a preto e branco, considero que estas imagens a cores aumentam a minha vontade de ter lido a totalidade das revistas a cores, já que as paletas cromáticas utilizadas parecem tornar as ilustrações ainda mais vibrantes e impactantes."
In the Dust of Our Planet #1, Junho de 2023, 32 págs, impresso a preto & branco; capa a cores, 21x28cm, Tiragem: 100 exemplares (3.ª edição - Dez. 2023). Edição: Gorila Sentado. Porto.

16 dezembro 2025

Zine Azul

João Rebelo apresenta em Zine Azul, um vislumbre apaixonado da imensidão do mar, a atração pelo rumor das marés e pelas criaturas marítimas, invocando um mergulho poético e incondicional no vasto e profundo azul. Um mar de águas plácidas e cristalinas, que convida o personagem a banhar-se, envolvendo-o com a sua espuma e com o balancear das ondas.
Depois, o mar torna-se gradualmente mais encrespado, formando uma ondulação que mais parece a "Grande Onda" desenhada por Hokusai, que vai envolvendo o personagem, que vai adquirindo evidentes formas e características marinhas, enquanto contempla submerso as profundezas tranquilas do oceano.
Zine Azul, Fevereiro de 2017, 16 págs, impresso a cores, 14x20cm.

14 dezembro 2025

O Som da Música

O Som da Música abre com duas citações em inglês: - a primeira, extraída do filme musical "The Sound of Music" de Robert Wise; e a segunda retirada do livro "Genesis" de Michel Serres. A partir daqui, Rita Mota apresenta uma sequência de banda desenhada experimental, discorrendo sobre o ruído, o silêncio, a música, os concertos, as sensações e as memórias disso tudo.
Sobre esta publicação, Sofia Belém escreveu que "a história em quadrinho inicia separando a realidade da música. Interessante que a realidade se caracteriza como vazio, como o silêncio, em contraposto com a música que é o que ocupa o espaço e nos anima. A percepção da realidade aqui é singular porque não é entendida como o presente, a música que é o momento presente por estar ativamente a ocupar um sítio. Ela se distancia então da memória, recordação de uma imagem do passado, território então de um tempo que já não existe, a ausência.
A autora questiona “Quando paramos de ouvir música? E quando começa a memória?”. Portanto, quando há esse regresso à realidade? A ausência corporizada pelo silêncio é ultrapassada pela percepção não sensível do mundo através da música. Talvez fosse necessário aqui a sensibilidade para a percepção dar fruto nomeadamente à realidade, mas a música é uma linguagem mágica que incorpora entidades fora da nossa percepção.
Considerando as citações feitas no início, a música, o som, a vibração, o canto são ancestrais, fazem parte do nosso passado onomatopaico, são a origem da nossa faculdade mimética que nos deu a linguagem. Mas já estamos demasiado distanciados da origem de nosso instinto para a imitação, para o similar, para a representação do nosso meio através de nossos corpos para entender essas instâncias. O passado também tem sua magia.
Talvez a real verdade seja a música, o que nos faz agir. Só há histórias com ações. Só há História com ações e rememorações. O silêncio é um vácuo, portal aberto que nada funda. Precisamos dar atenção às suas engrenagens e então ouvir que talvez não haja contradições. A realidade, a sua monotonia e quietude, é somente mais um aspecto da música."
O Som da Música, Junho de 2024, 20 págs, impresso a preto sobre papel salmão; capa em papel branco silk, 13x20,2cm. Porto.

13 dezembro 2025

Velvet Voyage

No editorial, Nuno Nisa Reis refere que "há uma evolução na continuidade" relativamente às suas publicações anteriores: O Uivo da Selva, Seasons of Glass, Off Season e O Voo da Águia. Com efeito, este Velvet Voyage não é exclusivamente uma publicação de banda desenhada, assumindo-se como um fanzine de "expressão gráfica", cobrindo áreas que vão da ilustração à literatura e formas híbridas de ambas. Outra nota relevante é a ausência de contributos de autores portugueses (com excepção do próprio editor), pelo que teve que recorrer a trabalhos de artistas brasileiros, ingleses e americanos.
As ilustrações de Chris Foss, David Bergen, Angus McKye, Melvyn Grant e Jim Burns foram retiradas da livro colectivo "The Flights of Icarus" editado em 1977.
"Os Estilhaços da Transparência" é o título da banda desenhada apresentada por Nuno Nisa, num mergulho acrobático e elegante para as profundidades do oceano, em busca de um sentido para o vazio sideral.
Há também desenhos, ilustrações e composições gráficas dos brasileiros Edgar Franco, Al Greco e Schima.
A divagação poético-existencial " Passageiro de Uma Ilusão" de Nuno Nisa percorre pensamentos, sensações e sonhos do autor.
Nas páginas finais, espaço ainda para o trabalho "O Errante Cósmico" do brasileiro Rosemário.
Velvet Voyage #1, Inverno 1997/98, 40 págs, fotocópia a preto & branco, capa em papel colorido, 21x29,7cm. Tiragem: 30 exemplares. Lisboa.

12 dezembro 2025

Nakba

Nakba é uma compilação de pequenas histórias sobre os palestinianos, a sua história recente e os seus infortúnios. Segundo Amadeu Escórcio, algumas das bandas desenhadas já têm algum tempo, às quais juntou outras mais recentes. A palavra árabe "nakba" significa catástrofe ou desastre, e representa muito o quotidiano dos palestinianos em confronto permanente com o poderoso Estado de Israel.
A primeira banda desenhada apresenta uma breve narrativa sobre a chegada dos israelitas após o final da II Guerra Mundial e a forma como se foram impondo e ocupando o território. Há várias histórias sobre abusos dos colonos e dos militares israelitas sobre um povo massacrado e que luta diariamente pela sua sobrevivência imediata.
A impunidade generalizada, os desencontros e as incompreensões mútuas geram uma espiral de violência que escala de tempos a tempos, sem ter um fim à vista.
Nakba, Setembro de 2025, 24 págs, fotocópia digital a preto & branco, 14,5x20cm. Edição: O Gato Que Mia.

11 dezembro 2025

Cleópatra

Cleópatra #2
Fanzine de Tiago Baptista ao melhor estilo dos fanzines pessoais. O autor informa no editorial que o nome da publicação não tem nada a ver com o conteúdo. Seria uma homenagem às Cleópatras, mas que essa ideia trágico-romântica deixou de fazer sentido logo no primeiro número, tornando-se o fanzine numa complexa massa de informação aparentemente desconectada.
O Cleópatra tem ilustrações, pequenas bandas desenhadas, um texto / manifesto anti, intitulado "O Meu Portugal", que é uma excelente diatribe, ainda hoje plena de actualidade. A finalizar o fanzine, são apresentadas notas críticas a diversos fanzines e outras publicações e também a discos de música da preferência de Tiago Baptista.
Cleópatra #2, Agosto de 2007, 32 págs., 21x29,7cm., fotocópia a preto & branco. Edição: Façam Fanzines, Cuspam Martelos. Caldas da Rainha / Leiria.

Cleópatra #3
Passaram-se 17 meses desde a publicação do número anterior e Tiago Baptista questiona-se para que servirá editar um fanzine? "Vejo neste tipo de publicação uma espécie de pedra. Uma pedra num charco. Um charco lamacento, pantanoso este que é a sociedade, num sentido mais vasto o nosso mundo, isto em que vivemos".
O tom do fanzine é extremamente pessimista e desiludido com o sistema da arte e com a sociedade capitalista no geral. Os trabalhos publicados, sejam banda desenhada ou desenhos são todos excelentes.
A fechar este número, uma página dedicada à divulgação de diversas publicações alternativas.
Cleópatra #3, Dezembro de 2008, 16 págs., 21x29,7cm., fotocópia a preto & branco; capa em cartolina serigrafada. Edição: Façam Fanzines, Cuspam Martelos. Caldas da Rainha / Lisboa / Leiria.

Cleópatra #4

As angústias, dúvidas e demais perplexidades com que se confronta o jovem artista, constituem um fio condutor deste Cleópatra. A primeira BD de 3 págs. "Artista Agarra a tua Oportunidade", constata que apesar do talento e do trabalho árduo, o artista pode facilmente cair no canto da sereia e acabar como uma atração de circo. A BD "The Titles of the Exhibition Still Sound Better in English", também reflecte sobre as questões que se colocam aos artistas nas suas exposições.
De forma bastante mais descontraída, a banda desenhada "Surrealist Adventure", apresenta um desvario com as personagens montadas em skates na berma de um vulcão em erupção e a acabarem a beber gasosa com tintura de iodo!
A finalizar o fanzine, são apresentadas críticas aos fanzines Cooltura, Phantastes, Lola Folga às Quartas e à publicação brasileira Chiclete Com Banana; na música, é destacado o álbum dos Swans "1983 - Filth/Body to Body, Job to Job 1982-85". 
Cleópatra #4, Abril/Maio de 2009, 20 págs., 21x29,7cm., fotocópia a preto & branco; capa em stencil colorido. Edição: Façam Fanzines, Cuspam Martelos. Caldas da Rainha / Leiria.

Cleópatra #5
Na sequência de um período de cerca de ano e meio a trabalhar num cinema nas Caldas da Rainha, Tiago Baptista reflecte sobre as questões da precariedade laboral, dos salários miseráveis, enfim, da exploração capitalista do assalariado. No entanto, estando a trabalhar num cinema, o autor não poderia deixar de reflectir também sobre o modelo vigente de distribuição e exibição de cinema em Portugal. As bandas desenhadas apresentadas partem da premissa do autor estar a assistir aos filmes que são exibidos na sala onde trabalha, na companhia de alguns dos realizadores que mais admira. O autor , assumindo o alter-ego Zé Cabeludo, tem a companhia de François Truffaut, Manoel de Oliveira, Andrei Tarkovski e Ingmar Bergman. Nos três primeiros casos, a cena decorre no interior da sala de cinema e os personagens vão discorrendo sobre o filme em exibição. No caso de Bergman, a cena decorre na ida para o cinema e na escolha do filme a ver, que se revela infrutífera, uma vez que não há nada interessante para assistir. 
As 4 bandas desenhadas são intercaladas por imagens fotográficas de manequins de moda, a afirmarem as coisas mais improváveis, através da utilização da técnica do détournement.
Uma nota final para a excelente qualidade geral da impressão do fanzine.
Cleópatra #5, Dezembro de 2010, 32 págs., 21x29,7cm., fotocópia a preto & branco. Edição: Façam Fanzines, Cuspam Martelo. Caldas da Rainha / Lisboa / Leiria.

Cleópatra #7
Sequências de fotografias pessoais e familiares, reproduções de obras de arte de diversas proveniências e épocas históricas, referências musicais expressas através das capas dos álbuns "The Burning World" dos Swans, "Moon Pix" de Cat Power e "Scott" de Scott Walker, ou uma imagem video de "The Third Reich 'N' Roll" dos The Residents.
A imagem da capa, uma pintura que reproduz uma fotografia que surge logo na primeira página protegida por um manto diáfano de papel vegetal. Praticamente não há legendas, nem qualquer texto, apenas uma natureza selvagem e indómita, associada ao poder xamânico da arte e da força de trabalho do homem, produzindo significado profundo e intemporal. A magia das imagens e das associações operadas por Tiago Baptista impõe-se com a força telúrica que sonda os mistérios nas profundezas da alma humana, dividida entre a tradição e a modernidade, entre o sagrado e o profano, entre a arte e o vernáculo.
"Que se devolva o segredo às imagens", eis a muito apropriada epígrafe deste Cleópatra.  
Cleópatra #7, Junho de 2012, 44 págs., 21x29,7cm., impressão laser a preto & branco; capa a cores. Edição: Façam Fanzines, Cuspam Martelos.

Cleópatra #8
Nesta edição, integralmente constituída por trabalhos de Tiago Baptista, os textos foram completamente abolidos e as bandas desenhadas também. Há muitos desenhos preparatórios para cartazes, para pinturas, e outros trabalhos. Este fanzine acaba por constituir um repositório de estudos, esboços, mas também de outros trabalhos mais desenvolvidos, tudo com excelente qualidade gráfica e uma identidade autoral muito vincada de Tiago Baptista.
Cleópatra #8, Dezembro de 2012, 40 págs., 20,5x28,3cm., fotocópia digital a preto & branco e cores. Edição: Façam Fanzines, Cuspam Martelos.

09 dezembro 2025

Amphora


Amphora é uma pequena banda desenhada criada por Helena Pereira no âmbito da disciplina "Arte del Fumetto 3", orientada pelo Prof. Marino Neri, durante o primeiro semestre do ano lectivo 2023/24. Neste trabalho escrito em inglês, acompanhamos um dia na vida de uma jovem, filha dedicada do pescador José. No regresso a casa, através de uma paisagem bucólica marítima, a jovem cruza-se com amigos, não não fica muito tempo com eles, para não se atrasar na ajuda ao pai solteiro, na execução das suas tarefas domésticas.
Quando a jovem chega a casa, o pai entrega-lhe um pedaço de uma antiga ânfora romana, que recolheu das redes de pesca. A jovem fica simultaneamente intrigada e maravilhada com os motivos decorativos da peça.
Amphora, 2024, 16 págs, impressão digital a cores, 14,9x21cm.

08 dezembro 2025

The Strange Dark

As primeiras páginas de The Strange Dark de Ricardo Baptista, são constituídas por séries de tiras com quatro vinhetas desenhadas a preto e branco, que depois evoluem para páginas de composição muito mais complexa e recheadas de cor. A técnica e o acabamento do desenho também sofre uma alteração significativa, para um estilo a lembrar o Moebius da "Garagem Hermética".
O autor refere que inicialmente "The Strange Dark" chamava-se "Inner Space", tendo desenvolvido intermitentemente a série durante quatro anos (entre 2017 e 2020). Este trabalho constitui também uma homenagem às suas séries de televisão favoritas - "Contratempos" (Quantum Leap) e "Dimensões Paralelas" (Sliders), exibidas no início dos anos noventa.
A história, escrita em inglês, segue o percurso de John, um astronauta da Agência Espacial Europeia, que é designado para investigar uma esfera estranha e brilhante que surge na periferia da Terra. Transportado para outro espaço dimensional, John tem que se adaptar e aprender as regras de vivência num mundo matriarcal, onde as ameaças e os perigos surgem de toda a parte, e só poderes superiores são capazes de as combater e anular.
The Strange Dark #1, Novembro de 2021, 36 págs, impresso a cores, 14,9x21cm.

06 dezembro 2025

Ars Moriendi

Enquanto Portugal inteiro andava entretido com o Euro 2004 e a rezar à Nossa Senhora do Caravaggio, um pequeno grupo de jovens portuenses decide lançar um singelo fanzine que recupera o nome de um tipo de publicação que circulou no século XV e que se destinada a ensinar como viver de modo a assegurar uma boa morte e a vida eterna.
A cultura nas suas diversas cambiantes era o tema assumido para este número inaugural com distribuição gratuita. André F. Martins, realizador de cinema a dar os primeiros passos, é entrevistado na sequência da exibição do seu filme no FantasPorto. O cinema é ainda o mote para falar sobre o filme a "Paixão de Cristo" realizado por Mel Gibson.
Na rúbrica "Aenimatografo" assinala-se a edição integral em DVD da obra do falecido realizador João César Monteiro.
Na secção "Os Discos da Moda" pretendem referenciar discos e músicos esquecidos ou desvalorizados e que merecem melhor atenção. Os dois primeiros discos sinalizados são "Transformer" de Lou Reed e "The Second Annual Report" dos Throbbing Gristle.
Para finalizar, Sérgio Gonçalves escreve uma breve apresentação da obra "A Origem da Tragédia" de F. Nietzsche.
Ars Moriendi #0, Junho de 2004, 12 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Porto.

03 dezembro 2025

Miríade e o Barulho das Melgas às 3 da Manhã

Miríade teve impressão digital a cores, apesar de ser uma publicação a preto e branco, sobressaindo uma forte identidade visual. As composições gráficas são manipuladas digitalmente, mas de um modo refratário, conferindo-lhes uma aparência analógica.
As imagens são amálgamas oníricas, acompanhadas de pequenas frases delirantes, como que produzidas num estado intermitente de vigília onde a actividade cerebral divaga aleatoriamente para outros estados de consciência liquefeita.
Tiago Santos referiu a propósito desta sua publicação que "nas noites em que não consigo dormir, uma miríade de episódios surgem como uma neblina iminente, alimentando a insónia de alguém que pensa demais.
Num estilo livre de mix media, represento estes pensamentos de forma caótica mas críptica, alegórico à incerteza que o sono e o cansaço criam num ser que apenas quer fechar os olhos e acordar no dia seguinte. O sentido, se existir, encontra-se na falta de clareza racional e emocional de um cansaço que não conseguir descansar, dos sentidos que estão turvos e condicionados a memórias incertas do passado e a fluxos oníricos no limiar do sono profundo que nunca é alcançado."
Miríade e o Barulho das Melgas às 3 da Manhã, Maio de 2025, 20 págs, impressão digital a cores em papel Nautilus 120g., 14,9x21cm. Tiragem: 10 exemplares. Porto.

01 dezembro 2025

Crianças Grandes Brincam com Brinquedos Grandes

Crianças Grandes Brincam com Brinquedos Grandes de João Fonte Santa, está dividido em três capítulos: Capítulo 1 – Sex $hop; Capítulo 2 – Estratégias contra a Arquitectura; Capítulo 3 – PPP.
No meio da publicação surge inserido um caderno de menor dimensão (tamanho A5, com 12 páginas) intitulado “Cleptocracia” que consiste num conjunto de representações de famosos gestores de empresas públicas, presidentes de Câmaras Municipais e políticos de diferentes quadrantes, acompanhados pela legenda “Cleptocracia tem o alto patrocínio de sua excelência o senhor presidente da república, professor doutor Aníbal Cavaco Silva."
Há também um poster de tamanho 40x50cm., que tem uma figura central com uma máscara de gaz e a encimar o desenho, surge a pergunta: “Até quando vais permitir que te continuem a roubar?" Em rodapé aparece a frase: "Levanta-te e caminha.”
Marcos Farrajota referiu o seguinte a propósito desta publicação: "Quem conhece o estilo gráfico e os conteúdos iconoclastas deste artista sabe o que irá apanhar nestas folhas A5. Santa ao "brincar" com a conjugação clássica de frases feitas com imagens da megalomania portuguesa (neo-liberal e corrupta) faz uma crítica à irracionalidade do capitalismo, sem no entanto deixar algumas palavras de esperança: «uma coisa boa nos edifícios horríveis é que podem ser demolidos tão facilmente como os outros. melhor ainda quando os vemos a dobrar!»."
Crianças Grandes Brincam com Brinquedos Grandes, 2012, 32 págs., fotocópia a preto & branco; capa impressa a preto sobre cartolina cor-de-rosa, 13,3x18cm. Tiragem: 40 exemplares. Edição: Bombarda. Lisboa.

28 novembro 2025

Fanzine de Divulgação da Banda Desenhada

O editorial da responsabilidade de João Magalhães, deixa a promessa de apoiar os jovens autores nacionais, num fanzine que aspira a ser revista.
As primeiras páginas são integralmente dedicadas à cobertura do 5.º Salão Internacional de BD do Porto, que foi o maior evento do género realizado em Portugal até aquela data.
Segue-se uma página referenciando os primórdios da banda desenhada no séc. XIX. Depois publicam-se as primeiras pranchas de "Liberty of Choice" de João Magalhães, uma história relatando o embate iminente de um meteoro com a Terra e os esforços das nações para o evitar.
As páginas centrais são dedicadas à divulgação dos fanzines Édito, Dossier Top Secret e Banda. Referência para o trabalho de Fernando Vieira e uma nota sobre o fandom português entre 1986 e 1989 escrita por Rui Brito no CluBedelho.
As técnicas de animação e a relação entre o cinema e a banda desenhada, com enfoque no filme "Quem Tramou Roger Rabbit" são abordadas por João Magalhães. O mesmo autor, escreve sobre o 1.º Salão de Banda Desenhada de Viseu e a colaboração com o Sobreda BD 89.
"As Artes Gráficas e a BD" é o título de um artigo escrito por António Dias de Deus, que seria depois republicado nos mesmos moldes no primeiro número do Cincinato.
Nas últimas páginas, referência para os irmãos Carlos e Fernando Santos, enquadrados como novos valores da bd nacional.
Fanzine de Divulgação da Banda Desenhada #0, Novembro de 1989, 28 págs, offset a preto & branco; capa a duas cores, 21x29,7cm, Tiragem: 1000 exemplares. Edição: GICAV. Viseu.

27 novembro 2025

Carcaças

Sofia Belém, a autora de Carcaças apresenta este fanzine como sendo construído com os cacos de Paris e de Nova Iorque no ano de 1981, colectados dos filmes "Le Pont du Nord" de Jacques Rivette e "Lenz" de Alexandre Rockwell.
Em "Le Pont du Nord" vemos duas mulheres em Paris, a ex-presidiária claustrofóbica Marie e a descontrolada Baptiste numa  busca incessante para desvendar o mistério do conteúdo da mala do seu ex-amante: uma mistura caótica de recortes, padrões e mapas de Paris, que apontam para um labirinto extremamente perturbador.
"Lenz" é a adaptação da novela de George Buchner, sobre o poeta Jakob Lenz e a sua descida ao inferno da loucura e insanidade. O cenário é transposto da Alemanha do século XVIII para a Nova Iorque do início dos anos 80.
Sofia Belém resgata imagens dos filmes, conjuga-as no mesmo contexto espácio-temporal, saturando-as com uma sobrexposição de cor, transformando-as em figurações fragmentárias, estranhas e abstratizantes.
Carcaças, Julho de 2022, 16 págs., impresso a cores em papel reciclado, 14x10cm. Tiragem: 8 exemplares. Edição: Editora Passatempo. Lisboa.

26 novembro 2025

Bizarro

Bizarro #2
As primeiras páginas são dedicadas às diatribes "Os meus inimigos da bd" de Marcos Farrajota, cuja primeira parte já havia sido publicada no fanzine Aardvark, anteriormente editado por Bruno Campos. Republica-se o texto sobre Fernando Vieira / Bedelho, e acrescenta-se novo texto corrosivo sobre M.A.L.S.
No tocante à banda desenhada, Janus apresenta "Toinho e Maria", um jovem casal ardendo de desejo. Segue-se o Boletim da Oficina Insana com diversos apontamentos sobre álbuns, fanzines, editoras e distribuidoras independentes.
Segue-se "Dark City III", baseada na música "Dentro da Cidade", da banda punk Caos Social, e desenhada por Law num estilo sado-maso cyberpunk.
Bruno Campos publica a bd "Nominion" e escreve também uma radiografia detalhada  sobre "The Invisibles" criada por Grant Morrison.
O autor brasileiro Edgar Franco contribui com a bd "A Estagnação" num desenho de estilo fantasista cósmico-psicadélico, com criaturas alienígenas levemente inspiradas por H. R. Giger, e texto poético filosófico, a lembrar os trabalhos do português Nuno Nisa.
A terminar, uma secção de recortes de imprensa e de cartas dos leitores. Na última página, é inserida uma citação de Edgar Allan Poe.
Bizarro #2, Novembro de 1997, 32 págs, fotocópia a preto & branco, 16,8x23,8cm, Edição: Oficina Insana. Vila Franca de Xira.

Bizarro #21 (5)

Originalmente previsto para sair em Dezembro de 1998, o Bizarro #21 apenas vê a luz do dia no novo milénio e com uma numeração não sequencial, uma vez que esta é apenas a quinta edição do fanzine.
Este número está com muito boa apresentação e conta com a colaboração de Derradé (com a prancha "Bizarro" e com a bd "Panfleto"), de Janus (+ Piadas Estúpidas), Melvin, Gamito com "Poesia de Merda", a bd "E Nunca Mais se Ouviram Gritos...", o brasileiro Law Tissot com três excelentes pranchas, Daniel Silva com a bd "Macabro" datada de 1996, Pitchu com a prancha "Selva", uma ilustração de Borel datada de 1787, várias tiras de Jorge Coelho, Peter Kuper com "It's Obscene!!" narrando o caso da condenação em tribunal de Mike Diana pela publicação de "Boiled Angel".
Na rúbrica "Caldeirada", Bruno Campos referencia o aparecimento do fanzine Gambuzine, a continuação do Terminal, um novo tomo do "Macaco Tó Zé" de Janus e a publicação do splitzine "Haraquiri n.º 1/Os Positivos".
Participam também neste número, com desenhos, banda desenhada ou texto os seguintes autores: Absinto, Cria2, JB, Pepedelrey, Pr. Pereira e Rémi.

Bizarro #21 (5), Maio de 2000, 40 págs, fotocópia a preto & branco, 16,5x24cm, Edição: Oficina Insana. Vila Franca de Xira.

Bizarro #6
O editor Bruno Campos refere a dificuldade de manter alguma regularidade na edição do fanzine e promete apenas mais um número do Bizarro.
A primeira prancha é "Uma Linha Ténue" com texto de Rohke Vorne e desenho de Elma Dias. Seguem-se três tiras de "Bad Summer Boys Band" da dupla Geral et Derradé.
Sara Costa publica o ensaio "De Duas Artes Surge Uma Nova" sobre o que é a banda desenhada e as suas possibilidades.
Com texto de Cláudio M.S.M. e arte de Law Tissot "The Sex Machine" é um desfile de figurações sado-maso estáticas e exibicionistas.
"Pilgramage" é uma nova bd escrita em inglês de Elina Dias, baseada numa música dos R.E.M.
O conflito de gerações entre mãe e filha e as expectativas goradas são o pano de fundo de "O do Costume" de R. Vorne e desenho de Fermad.
Um trabalho académico é o mote para ressuscitar a mitologia e os "Contos de Fadas" numa história de Dinis Vale.
Tendo por cenário uma América desolada e destruída, Lena S. Diva propõe a prancha "Nova Prole". Ao lado, outra prancha "Metropunks" de Lisa Vale, numa viagem atribulada no metro com a entrada em cena de um grupo de punks.
Seguem-se "Ovo ou Galinha" e "Cuecas em Fogo", duas histórias negras com muito sexo e devassidão  assinadas por Janus. Entre as duas bd, surge o texto "Um Exemplo de Surrealismo na Banda Desenhada: A Literatura e a Pintura de Mãos Dadas", da autoria de Teresa Costa. A banda desenhada "Kabuki: Skindeep" de David Mack é explorada e enquadrada na temática do ensaio. 
As duas últimas páginas servem para breves aparições em jeito publicitário de "Os Positivos" de Valter Matos e do "Tornado" por Estrompa.
Bizarro #6, Setembro de 2001, 36 págs, fotocópia a preto & branco; capa a cores, 19x27,5cm, Edição: Tesos e Falidos, SA. Vila Franca de Xira.

Bizarro #7
Decorridos cinco anos e cinco meses após o lançamento do número inaugural, o Bizarro anunciava a sua partida para a net, abandonando a edição em papel. Mas a despedida é feita em grande estilo, com excelentes BD. Logo a abrir "A Culpa é do Músico" de Rohke Vorne (argumento) e Janus (desenho), história muito negra e sórdida passada em contexto familiar, onde a violência e todo o tipo de abusos imperam e acabam por se reproduzir geracionalmente.
David Soares apresenta "Reprogramar a Alma", belíssima narrativa onde sobressaem os sentimentos e um grande sentido de humanidade.
De seguida "Um Estranho Prazer", com argumento de Rohke Vorne, agora com o desenho a cargo de Marta Soares, para uma história carregada de sedução, atração irresistível e vampirismo.
Por fim, "Com o Mal dos Outros", novamente com argumento de Rohke Vorne, desta vez com desenho de João Mascarenhas, reentrando no universo doméstico, na defesa dos bons costumes, nos falsos moralismos e sobretudo no cultivo da maledicência, negligenciando os podres próprios.
Bizarro #7, Dezembro de 2002, 36 págs, impressão a preto & branco, 21x29,7cm, Tiragem: 75 exemplares. Vila Franca de Xira.

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