07 novembro 2025

Os Cityados


Os Cityados reúne um conjunto de histórias covidianas de Amadeu Escórcio. As máscaras da moda e as descartáveis, os confinamentos, o tráfico de álcool gel, os cumprimentos com o cotovelo, os desconfinamentos, o distanciamento social, as escoltas policiais às carrinhas que transportavam as vacinas, as viseiras e as protecções de acrílico, as aulas online e o teletrabalho, tudo entrelaçado num quotidiano que se alterou subitamente por um vírus que ameaçava alterar a ordem estabelecida no mundo.
Aconteceu há tão pouco tempo, mas parece algo tão distante que "talvez mesmo essas coisas, um dia, serão agradáveis de lembrar".
Os Cityados, 2020, 40 págs, impresso a preto & branco; capa a cores, 14x19,8cm. Edição: Visconde de Seide.

05 novembro 2025

JuveBÊDÊ

JuveBÊDÊ #4
Após meio ano de existência, confirma-se a consolidação do projecto, sob a direcção e coordenação de Miguel Coelho. Aumentam o número de páginas e também os apoios públicos e privados ao JuveBêDê.
Há notícias sobre o lançamento de novos álbuns, sobre o fim da histórica revista À Suivre e sobre algumas iniciativas dinamizadas pela Associação Juvemédia.
São publicadas quatro pranchas de "Loco Laser" da autoria de Augusto Gomes. Por seu turno, Luís Lopes contribui com a bd "Pois é, pois é!!!". Por último, é publicada a prancha de José Carneiro "A Escola" já datada de finais de 1983!
Os destaques vão para a cobertura do IX Salão Internacional de BD do Porto. Ainda durante o Salão, foram contactados os autores norte-americanos Tom Hart e Jason Lutes.
Tendo como pano de fundo a exposição sobre o Tio Patinhas apresentada no Salão, é publicado um texto sobre Carl Banks, o criador do pato forreta e uma entrevista a Don Rosa, responsável pela continuação das histórias do Patinhas.
A finalizar este número, são publicadas duas entrevistas aos autores Christian Denayer e a Leo.
JuveBÊDÊ #4, Novembro de 1997, 20 págs., impresso a preto & branco; capa a cores, 21x29,7cm. Edição: Associação Juvemedia. Lisboa.

JuveBÊDÊ #26
Este número do Boletim de banda desenhada da Associação Juvemedia destaca um conjunto de edições portuguesas em álbum de autores como Hermann, Comès, Zep e Juan Canales.
A nível internacional, fazem a cobertura da 30.ª edição do Festival de Angouleme, que atribuiu o Grande Prémio ao francês Régis Loisel.
Na rúbrica "Juve Internacional" são apresentadas diversas edições de álbuns de bd, com predominância total de autores franco-belgas e um ou outro italiano.
O 1.º BD Fórum a realizar no mês seguinte é destacado como um dos maiores eventos realizados em Portugal na área da banda desenhada, com a presença de inúmeros autores internacionais e diversos lançamentos a ocorrerem paralelamente ao evento. O BD Fórum marcaria o inicio da actividade da editora espanhola NORMA em Portugal. Também estava prevista a entrega dos Prémios Central Comics 2002, durante o evento.
No tocante à publicação de bd, este número do JuveBÊDÊ, conta com duas pranchas humorísticas da autoria de Ricardo Ferrand.
Na rúbrica "Juve Portugueses" são recenseadas as edições em álbum no mercado nacional das editoras Meribérica/Liber, Edições ASA, Vitamina BD, Devir, Booktree, Witloof e Gradiva.
Miguel Coelho republica o texto "Investigação em 2002: Um Balanço" na sua versão integral, pois o texto terá sido amputado de algum do seu conteúdo pelo grande censor Sr. Marcos Farrajota, aquando da sua publicação original no sítio da internet da Bedeteca de Lisboa.
Na rúbrica "Juve Breves" são divulgados diversos eventos relacionados com a bd e algumas edições previstas para breve.
A terminar, assinala-se a passagem de 20 anos desde a morte de Hergé em Março de 1983. 
JuveBÊDÊ #26, Abril de 2003, 32 págs., impresso a preto & branco; capa a cores, 21x29,7cm. Edição: Associação Juvemedia. Lisboa.

JuveBÊDÊ #58
O destaque deste número são as sardinhas protagonistas das Festas de Lisboa. Temos sardinhas por todo o lado - na capa, contracapa e em várias páginas interiores. O outro destaque vai para a 6.ª edição do Ilustrarte - Bienal Internacional de Ilustração para a Infância, que contou com grande participação de ilustradores estrangeiros.
São publicadas diversas notícias breves sobre novas publicações lançadas em álbum, como "A Batalha de 14 de Agosto de 1385" de Pedro Massano, "João de Deus - A Magia das Letras" de José Ruy, "Portugueses na Grande Guerra (1914-1918)" de Batista Mendes, bem com a reedição de "Maus" de Art Spiegelman, "O Essencial de Calvin & Hobbes", de Bill Watterson, entre outros.
Nas páginas centrais, assinalam-se os 50 anos de criação de Mafalda pelo argentino Quino. Seguem-se diversas notícias na rúbrica "JuveBD Breves" com notas sobre o World Press Cartoon, a edição n.º 137 do Boletim do CPBD, a morte do desenhador belga Philippe Delaby, uma exposição de André Carrilho, o CartoonXira 2014, exposição de Madalena Matoso no CPBDI, o lançamento de "Heróis de BD no Século XXI" organizado por Geraldes Lino, os vencedores dos Troféus Central Comics, a 1.ª Mostra do Clube Tex Portugal, a venda por preço recorde do primeiro livro de aventuras do Super-Homem, e outras tantas do género.
Na rúbrica "JuveBD Portugueses", destaca-se a edição dos álbuns "Eusébio - Pantera Negra" de Eugénio Silva, "O Juiz de Soajo" da autoria de José Ruy, "As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy - Requiem - III" de Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa e também "As 7 Cores de Oníris - A Grande Aventura" de Rita Vilela.
Nas edições internacionais, destaque para o lançamento de "Alix Senator 2", "Canardo" por Sokal, "Errance en Mer Rouge" da autoria de Joël Alessandra e "Africa Dreams" de Jean-François Charles, Maryse Charles e Frédéric Bihel.
A finalizar, um desenho de Leo e uma montagem com diversas imagens de filmes de animação e de super-heróis inspirados em personagens nascidos na banda desenhada.
Este número tem como redactores apenas Carlos Fernando Cunha (também Director) e Alexandra Sousa e está bastante fracote em termos de conteúdo. 
JuveBÊDÊ #58, Novembro de 2014, 24 págs., impresso a preto & branco; capa a cores, 21x29,7cm. Tiragem: 200 exemplares. Edição: Associação Juvemedia. Lisboa.

JuveBÊDÊ #89
A comemorar 25 de existência, o JuveBÊDÊ surge numa edição integralmente impressa a cores e dedicada praticamente em exclusivo à cobertura das edições de banda desenhada lançadas no mercado nacional. Não deixa de ser surpreendente a enorme quantidade eventos e de livros publicados no curto espaço de meses. Falamos de festivais, exposições, programas de rádio, prémios anuais, concursos, festas de lançamento, tertúlias, feiras e mercados, e por aí fora.
As páginas centrais são dedicadas ao 17.º Festival BD de Beja e há também referência à 23.ª edição do Cartoonxira, adivinhando-se no horizonte o Amadora BD e o Comic Con.
No entanto, o destaque absoluto vai para o manancial de livros de autores nacionais e internacionais que se sucedem a um ritmo inimaginável há uns anos atrás, sinalizando uma dinâmica editorial sem precedentes, protagonizada por editoras como a Arte de Autor, Escorpião Azul, Gradiva BD, G. Floy, Relógio D'Água, A Seita, Polvo, Ala dos Livros, Levoir, Saída de Emergência, Sendai, Chili Com Carne e outras mais.
Não há fome que não dê em fartura!... 
JuveBÊDÊ #89, Setembro de 2022, 24 págs., impresso a cores, 21x29,7cm. Tiragem: 250 exemplares. Edição: Associação Juvemedia. Lisboa.

04 novembro 2025

Cardos Maduros

Uma soberba publicação vagueando entre a banda desenhada e as paisagens poeirentas e perigosas dum México imaginado pelo desenhador Diniz Conefrey e por Maria João Worm. Uma estranha geografia, mais mitificada que real, povoada por criaturas faunos e cinocéfalos acossados, enredados num destino tingido de fogo e sangue. Ao longe, escutam-se os sinos nos campanários e o riso das crianças.
Esta publicação foi apresentada assim: "Cardos Maduros expõe uma reflexão sem tempo. Uma viagem dentro de viagens e momentos vividos entre a experiência pessoal e o universo literário de Juan Rulfo exposto nas imagens. Ecoando nessa multiplicidade, a constatação dos indícios sobrepostos nas vivências mais simples, que atravessam a narrativa, para se encontrarem numa elegia onde os afectos emergem entre a crueza de histórias perdidas."
Cardos Maduros, Junho de 2019, 40 págs., risografia a duas cores sobre papel Favini Burano Grigio Pietra 200g (capa), Favini Burano Grigio 140g (guardas) Munken Print White 90g (miolo), encadernação com costura ponto corrido, 16,3x21,7cm. Tiragem: 93 exemplares. Edição: Atelier 3|3 / Mundo Fantasma / Quarto de Jade. Porto.

31 outubro 2025

O Moscardo

O Moscardo #1
Excelente fanzine informativo da responsabilidade de Arlindo Horta e de Jorge Guimarães. No editorial, referem que "Gostaríamos de ser incomodativos. Não negamos ser esse o nosso principal objectivo. Acreditamos que Portugal só irá p'rá frente se houver uma agulha que lhe pique o cú. Não será presunçoso dizer que pretendemos ser pelo menos um alfinete no que se aplica à BD portuguesa".
Nesse contexto, descascam em Rui Brito e em Miguel Esteves Cardoso, nos espanhóis editados em Portugal, no Clube Português de Banda Desenhada (CPBD) e em quem mais lhes aparecer à frente!
Projectam e especulam sobre o futuro ano 1992, designadamente sobre os próximos lançamentos da  Meribérica, a grande editora dos anos 90, e rezam para que a Editorial Futura resista.
No artigo "Notícias do Clube", O Moscardo expõe toda a falta de entusiasmo, podridão e oportunismo que grassava no CPBD.
Na rúbrica "Ecus" são publicadas pequenas críticas e elogios a algumas edições lançadas no mercado nacional, destacando-se o surgimento de LX Comics.
Em complemento a todo este manancial informativo, são também apresentadas duas bd da autoria de Arlindo Horta.
O Moscardo #1, Junho de 1990, 26 págs., fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm. Tiragem: 100 exemplares. Amadora.

O Moscardo #2
O segundo e último número de O Moscardo dá continuidade à linha assumida na edição anterior - um fanzine formativo e não divulgativo. Há também quem veja n' O Moscardo um dos raros fanzines de crítica de bd alguma vez existente em Portugal. No entanto, nas suas páginas não encontramos muitas críticas - apenas "A Febre de Urbicanda" de Schuiten e Peeters e à série "Os Companheiros do Crepúsculo" de F. Bourgeon.
De resto, escreve-se muito sobre o ecossistema social da banda desenhada nacional - os clubes, os festivais, a Meribérica e as Selecções da BD, as cromices, as tricas e as zangas dos bedéfilos, etc. Critica-se também o estado da crítica de bd em Portugal, considerada como inexistente ou de fraca qualidade.
Nos textos apresentados, sobressai sempre um refinado sentido de humor e um forte sentido de autoirrisão, que nos coloca um sorriso desconcertado no rosto.
Pelo meio, publicam-se algumas pranchas de banda desenhada, com destaque para uma "obra inédita" de António Jorge Gonçalves.
O Moscardo #2, Setembro de 1990, 30 págs., fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm. Amadora.

26 outubro 2025

Spookytongue

Hetamoé, a autora de Spookytongue referiu que esta publicação "é uma banda desenhada  sci-fi existencialista em dois actos, que explora as topografias corporais da emoção através da pseudociência abjeta do misticismo quântico. A primeira metade é um conto visual narrado a partir do ponto de vista de um ser humano bioengenheirizado, concebido para recolher informações sobre mundos paralelos, à medida que o seu sentido de identidade se torna cada vez mais fragmentado e desterritorializado. A segunda metade, composta por vinhetas tipo yonkoma (“quatro painéis”), tenta mapear fluxos transfronteiriços ao colapsar charlatanismo quântico, ídolos japoneses da gravura, ensinamentos budistas, tectônica futura e imagens militares num omake excessivamente longo de poética antropocenica.
Desenho recorrendo a influências como a ficção onírica (anti-)científica  de Tarkovsky, Blade Runner: The Final Cut (dica: o unicórnio!), as tretas da New Age e o meu painel do Tumblr para tecer esta experiência esquizóide, em belos tons de amarelo e azul. Criticado por alguns como «propaganda fascista transhumanista», cabe agora a cada leitor dar o seu veredicto final sobre Spookytongue." (texto original escrito em inglês, traduzido livremente).
Por seu lado, Alex Hoffman escreveu no blogue Sequential State que Spookytongue "opens with a text-heavy dialogue page, like the opening of an 80s anime or a Star Wars film; Hetamoé explains that an uncommon inflammatory mucosal disease, geographic tongue, is a window by which past and future worlds can be seen, and that in 2525, artificial humanoids are being developed in order to wage quantum war. The trick is that this introduction explains little if nothing of the comic that follows.
Spookytongue is split in two distinct halves – the first is a more traditionally western layout, and the second is influenced by the Japanese comic strip 4-koma style. Throughout, Hetamoé’s work takes on a futuristic sociopolitical bent, half cyberpunk and half philosophical musing. I’m reminded of the work of famous mangaka Masamune Shirow as much as I am the work of Finnish cartoonist Ville Kallio, although in both cases Hetamoé’s work is much more abstract about the future it envisions. These comparisons seem apt because like Kallio’s work, Hetamoé’s work is influenced by Japanese art, especially creators like Shirow.
There are some thematic elements to the book that are hard to grok– the unicorn is a frequently appearing visual motif that I had a hard time placing. The book is printed in two colors, a vivid blue and a lime green/fluorescent yellow. The color choice exaggerates and emphasizes the retro-futuristic feel of the book. The language of Spookytongue is flowery and opaque; Hetamoé manages to capture the background noise of cyberpunk with seemingly unlinked ideas and observations of the world and our universe. If anything, Spookytongue, with its unique formal constraints, seems like a window into a future world passing you by. As the reader, you will catch snippets of a whole conversation without piecing together its meaning. Spookytongue is moving too fast, or more likely, you’re moving too slow."
Spookytongue, Janeiro de 2017, 32 págs, impressão digital a duas cores, 11,5x16,3cm. Edição: Ediciones Valientes. Valencia. Espanha.

24 outubro 2025

Contos do Mar

Contos do Mar é uma pequena publicação de Matilde Feitor por onde ecoam sentimentos fortes, recordações envoltas numa nebulosa difusa, indecisões impossíveis de resolver.
Memórias que se esboroam ao sabor das marés em aguadas de tinta da china acentuando a maresia das tágides abandonadas, fustigadas pelos reflexos das luzes nocturnas.
Uma deriva poética interior na encruzilhada dos afectos e dos sentimentos contraditórios. 
Contos do Mar, Março de 2025, 12 págs, impresso a preto & branco; capa em papel colorido, 10,5x15cm.

23 outubro 2025

Espaço Marginal

Espaço Marginal #0
Espaço Marginal teve a sua génese no Instituto Politécnico de Beja, organizado pelos docentes Ana Lopes e Marco Silva. Incluindo ilustração e banda desenhada de alunos, docentes e alguns autores convidados, esta edição não esteve sujeita a qualquer imposição temática ou estilística, tendo como únicas especificações o formato quadrado e arte final monocromática. 
A ilustração apresentada na capa é de Ana Lopes, com produção em serigrafia de António Inverno. Nas páginas centrais, o convidado Geraldes Lino faz uma breve apresentação da Tertúlia BD de Lisboa.
No interior, são publicados desenhos de Ana Gomes, Célia Mestre, João Alves, Viviane Soares Silva, João Mendes, Clemente Tsamba, Tiago Brito.
As ilustrações são de Ana Velhinho, Catarina Santos, Manuel Ribeiro, Catarina Sobral, Henrique Pereira, Marta Pinheiro, Sara Castanho e Daniela Viçoso.
Na banda desenhada, são apresentadas pranchas de Pedro Horta, Catarina Gil, Manuel Ribeiro, Henrique Pereira, Bruno Rafael, Phermad, Marco Silva e Ana Lopes.
Na ilustração científica, temos excelentes exemplares de Ana Lopes, Ana Rita Afonso, Catarina Lima, Miguel Azevedo, Lúcia Antunes e Aldo Passarinho.
Espaço Marginal #0, 2013, 64 págs, impresso a preto & branco; capa em serigrafia, 19,5x19cm, Tiragem: 120 exemplares. Edição: Laboratório de Arte e Comunicação Multimédia do IP Beja.

Espaço Marginal #1
Decorrido um ano após o lançamento da edição inicial, o segundo número de Espaço Marginal mantem as suas coordenadas essenciais: compilação de trabalhos de ilustração, banda desenhada e design de diversos autores lusófonos.
São apresentados desenhos e ilustrações de Diana Marques, Catarina Santos, Célia Mestre, Cristina Dias, João Alves, Aina Bexell, Lúcia Antunes (ilustração científica), Pedro Leite, Catarina Bico, João Machado, Catarina Lima, Sebastião Peixoto, Cristina Santos, Marco Silva, Ana Lopes, Catarina Gil, Ana Velhinho, Rui Ferreira, Marta Pinheiro, Daniel Antunes, Susa Monteiro, Paulo Monteiro e Mafalda Duarte.
As bandas desenhadas são curtas, que não excedem as cinco pranchas de Cau Gomez, da dupla Kwashu e Max, Manuel Ribeiro, Pedro Horta, Bruno Rafael, Pedro Leite, Henrique Lobo e Fernando Madeira.
Geraldes Lino contribui com um texto sobre o pouco comum fanzine de tipo biográfico, referenciando a publicação de A Banda Desenhada na Obra de Carlos Botelho, editado por J. Machado-Dias.
Espaço Marginal #1, 2014, 80 págs, impresso a preto & branco; capa em serigrafia, 20x20cm, Tiragem: 120 exemplares. Edição: Laboratório de Arte e Comunicação Multimédia do IP Beja.

20 outubro 2025

Anim'arte

Assumindo-se como uma revista de animação sócio-cultural, a Anim'arte abre espaço para diversas temáticas de cariz cultural e de identidade regional.
A indefinição do estatuto profissional do animador cultural ocupa o editorial. A crónica de Pedro Martins incide sobre a série televisiva "Os Simpsons". Alagoa (dos Lucretia Divina), escreve sobre as tribos urbanas, destacando as tribos associadas a sonoridades mais pesadas e metaleiras.
Na entrevista ao artista Pedro Albuquerque, sobressai uma panorâmica sobre a sua carreira e a vivência artística na cidade de Viseu.
Segue-se uma reportagem sobre as "Cavalhadas de Vildemoinhos", uma tradição secular com mais de 370 anos de existência.
Como encarte, impresso em papel azul, surge o "Caderno Técnico de Banda Desenhada" com muita informação específica e também diversos artigos de opinião, referências ao Salão de BD de Viseu organizado pelo GICAV, que ia na quarta edição, bem como aos autores homenageados: Fernando Bento (1991), Artur Correia (1992) e os autores revelação: os irmãos Carlos Santos e Fernando Santos.
Os primórdios do cinema, os filmes mudos projectados ao ar livre no meio da praça central, espalhando sonhos e magia. Noutro registo completamente diferente, Joaquim Alexandre escreve sobre "Os Anti-Sociais", um filme trash holandês alugado num videoclube.
Mais alguns textos sobre associativismo juvenil, animação cultural e regionalismos preenchem as restantes páginas desta publicação viseense.
Anim'arte #2, Junho de 1992, 32 págs, offset a preto & branco, 21x29,7cm. Tiragem: 1000 exemplares. Edição: GICAV. Viseu.

17 outubro 2025

Cão Raivoso

Cão Raivoso #1
O surgimento de fanzines de banda desenhada em Portugal esteve intimamente ligado aos estudantes do ensino secundário - veja-se os casos, entre outros, de Argon, Impulso e Graphic - mas, nos anos mais recentes, não se regista grande actividade fanzinística dos alunos liceais. Neste contexto, saúda-se o lançamento do Cão Raivoso pelo Clube de Banda Desenhada da Escola Artística Soares dos Reis, do Porto.
Adoptando a designação de uma canção de Sérgio Godinho gravada no álbum de 1974 «À Queima Roupa», o fanzine constitui uma extensão do Clube de Banda Desenhada, composto por alunos e ex-alunos da Escola. Prevendo uma periodicidade bianual, este número inaugural apresenta diversas bd, desenhos de Matilde Camacho e Miguel Crispim, o poema «O Nome do Cão» de Manuel António Pina, um extenso artigo sobre Rafael Bordalo Pinheiro destacando o seu trabalho no periódico «A Paródia», e a fechar, uma tira de 1946 de Nancy Daily Comic, da autoria de Ernie Bushmiller. A paginação e coordenação foi da responsabilidade de Patrícia Guimarães.
A primeira banda desenhada é "Os Mundos" de Ana Lopes e Catarina Zhu, uma aventura envolvendo formigas que se agigantam e jogos virtuais.
"A Vingança" de Ana Magalhães e Nuno Oliveira, uma caçada com laivos de vingança, algo desequilibrada pela diferença no traço apresentado ao longo da história.
Madalena Dinis e Mariana Oliveira apresentam "A Sina" em estilo film-noir.
Depois, a "Sobremesa" junta as autoras Ana Silva, Carlota Azevedo e Mara Soutinho numa sangrenta preparação para uma festa de aniversário.
"Rain Drops Keep Falling" de André Ferreira é uma bd prometedora, que acaba comprometida pelo  aspecto excessivamente inacabado do desenho e da balonagem.
Segue-se a prancha de 1993 "O velho e o burro à procura do rapaz" de Daniela Duarte.
Joana da Costa (Yuri) apresenta a bd "Além", vencedora em 2023 do concurso da Escola, dedicado ao  pintor e professor portuense António Cruz.
"The Thing" é uma enternecedora bd de Isabella D'Agostini e Joana Abreu.
A bd "Olhos?" de Karla Bobay e Matilde Cunha é misteriosamente assustadora e sanguinolenta, prometendo continuação...
No mesmo registo, "Deixo um pouco de mim, levo um pouco de ti" de Sara Monteiro, retalhos humanos a recompor brechas abertas, desenhado em estilo japonês.
Esperemos que este Cão Raivoso continue a cerrar os dentes e que faça jus ao mote "mais vale ser um cão raivoso do que um carneiro".
Cão Raivoso #1, Janeiro de 2024, 52 págs, impresso a preto & branco; capa em cartolina colorida, 14x20cm. Tiragem: 150 exemplares. Porto.

Cão Raivoso #2
O segundo número do Cão Raivoso assumiu como tema a "Revolução", que foi recriado de diversos modos pelos jovens participantes.
A primeira bd é uma interpretação de Rosita Reis de "Si Bu Sta Dianti na Luta" do guineense José Carlos Schwarz, utilizando o desenho e a palavra escrita em crioulo, para compor uma original e poética homenagem às lutas independentistas.
Dinis Carvalho apresenta "Entrelinhas" graficamente bem conseguida, mas inconsequente na narrativa. Aguarda-se com expectativa a continuação deste trabalho.
"Acabou" é uma curta e muito eficaz bd da autoria de Filipa Cardoso. Seguem-se algumas pranchas colectivas inspiradas no movimento artístico da Nova Bauhaus, realizadas no decurso das sessões do clube de banda desenhada.
O entrevistado neste número é o professor Guerreiro Vaz, um dos principais responsáveis pelo concurso BDArte promovido pela Escola Soares dos Reis.
Nesta edição, temos ainda um breve artigo sobre a verdadeira história do surgimento dos cravos no 25 de Abril, protagonizada por Celeste Caeiro.
A emergência de inteligência artificial, os robôs humanoides, as máquinas sofisticadas de guerra e apesar de tudo isto, ainda sobra uma réstia de esperança na humanidade em "I Am Am" de David Oliveira.
"Carga a +" de Leonor Morais e de Mariana Carvalho, recria em estilo de jogo eletrónico a dança das cadeiras que fizeram tombar Salazar do poder.
As confusões sobre a identidade de género e os arranjos possíveis, tratados de forma lúdica por Neivin Floridia na banda desenhada "Dino e "Ela" em Brinquedo de Mulher".
A dupla Clarisse Pereira e Matilde Sousa imagina uma marcha de um batalhão de cravos com uma determinação 
inabalável para fazerem a revolução.
Agora não há tempo para fazer a revolução. A juventude, identificada por Lenine como a chama mais viva da revolução, está mais conformada e acomodada, apesar de ainda haver um fogacho aqui e ali.  As revoluções são vistas como coisas do passado, que se comemoram anualmente de forma quase burocrática, servindo memórias alheias e realidades longínquas. 
'Bora lá fazer a p*** da Revolução?
Cão Raivoso #2, Maio de 2025, 60 págs, impresso a preto & branco; capa em cartolina colorida, 14x20cm. Tiragem: 200 exemplares. Porto.

14 outubro 2025

Charlottesville's Preliminary Black Blooming

O nome completo desta publicação de André Lemos é Charlottesville’s Preliminary Black Blooming (An Amazing & Epic Journey Of A Portuguese Artist Trying To Meet The Refreshing And Brand New Dogwood Festival’s Queen) e foi especialmente produzida para a exposição "Impera et Divide". A exposição, comissariada por Pedro Moura, realizou-se entre 06 de Março e 25 de Abril de 2009, em Charlottesville, Virginia, nos Estados Unidos da América.
Não assisti à exposição, mas os trabalhos da autoria de André Lemos que constam no catálogo da exposição podem ser enquadrados como sequências relativamente convencionais de banda desenhada. Ao contrário, em Charlottesville’s Preliminary Black Blooming surgem desenhos isolados, cartas soltas de um baralho mágico, com imagens indecifráveis e misteriosas na sua profundidade densa de matéria negra.
Nas páginas centrais, em estilo poster, é apresentada uma colagem sobre uma imagem representando uma paisagem montanhosa idílica. No meio dos prados verdejantes e dos cursos de águas frias e límpidas, Lemos implanta elementos que provocam um efeito estranho e surpreendente.
Os desenhos de Lemos são sombras que se transfiguram entre mundos permeáveis - o conhecido e o oculto, o orgânico e o abstracto. Um portal entreaberto, que absorve toda a luz circundante, mas que se oferece à descoberta de outras dimensões, bestiários comunicantes, novas possibilidades de regressar com outros olhos ao nosso mundo.
Charlottesville's Preliminary Black Blooming, Março de 2009, 28 págs, capa impressa a laser sobre papel espécie-de-salmão 180 gr.; miolo impresso a laser sobre papel Xerox Recycled 80 gr., 14,6x21cm. Tiragem: 50 exemplares. Edição: Opuntia Books [OB-0011].

11 outubro 2025

Crack!

Crack! #2
Neste segundo Crack! há espaço e incentivo para o envio de correspondência, com críticas e sugestões, e troca de ideias com os leitores. O fanzine não pretende focar-se apenas na vertente musical, procurando analisar e reflectir sobre a situação política nacional e internacional. Neste contexto, os artigos "1992: Crise-Espetáculo" de Mutante Noé e "A História Deles" de Kraal Kobalt, são importantes reflexões sobre o contexto histórico vivido na época. Há também diversos reportes de ocupações em várias cidades europeias e de algumas actividades desenvolvidas pelo movimento anarco-punk em Portugal.
O texto "500 Anos de Resistência Índia" aborda os massacres e a violência exercida sobre as populações indígenas das Américas.
Mutante Noé entrevista membros do grupo "Hunt Saboteurs" de Edimburgo, célebre pela sua actuação em caçadas organizadas no Reino Unido.
A Comunidade Europeia e as suas regras restritivas para a entrada de estrangeiros e as normas rígidas do mercado único são criticadas veementemente.
Seguem-se diversas entrevistas: - à banda húngara Trottel, aos ingleses W.O.R.M., e a duas bandas de Lisboa: Corrosão Caótica e X-Acto; e duas bandas do Porto: Humor Cáustico e Kristo Era Gay.
Artigos sobre Ice-T, Pigface, Malhavoc, a anteceder as habituais páginas dedicadas a críticas a novas edições discográficas e também a fanzines e livros. Em suma, uma das melhores publicações dentro desta área.
Crack! #2,
 Outono de 1993, 24 págs, fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm. Edição: Colectivo Crack! Porto.

Crack! #3 

Fanzine libertário de excelente qualidade, produzido por Mutante Noé, Vasco Rodrigues e Luis Moreno. O Crack! é bastante sólido e bem escrito, com textos de temática política, tecnologia, modos de vida e divulgação de discos, livros e publicações alternativas. Nas primeiras páginas, são abordados os problemas habituais da acção libertária e a dificuldade verificadas para quebrar o imobilismo social. 
Referem o relativo fracasso das Jornadas Libertárias realizadas no Porto. Mencionam as casas ocupadas e divulgam diversas notícias e contactos internacionais.
Sob o título "New Age Travellers" são entrevistadas duas inglesas nómadas que passaram pelo Porto em finais de 1994. Depois é publicado um artigo sobre uma ocupação e reabilitação de uma velha escola pública abandonada no País Basco.
Ian McKaye dos norte-americanos Fugazi responde a algumas questões colocadas por escrito pela redacção do Crack! Segue-se nova entrevista aos membros da banda japonesa Zeni Geva e também aos Neurosis.
A secção dedicada à divulgação de fanzines inicia com um texto de reflexão sobre a feitura e publicação de fanzines (O Estado da Cena), seguida de um destaque ao fanzine "Naturanimal" e uma pequena entrevista à respetiva editora. Várias outras publicações nacionais como "ZWF", "Atitude Alternativa", "Morte à Censura", "Global Riot / Revolta" e "Kanibal", merecem destaque.
A parte dedicada à música começa com 3 perguntas a 3 bandas: Alcoore, Hud Sabão e aos Renegados de Boliqueime. A secção dedicada à crítica e divulgação de edições discográficas abrange um espectro que vai do punk / hardcore, hip hop, noise / grind, rock, até spoken word.
Este número termina com a divulgação de diversas publicações e livros e também a filmes e vídeos.
Crack! #3, Agosto de 1995, 24 págs, fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm. Edição: Colectivo Crack! Porto.

08 outubro 2025

Buzina

Esta publicação criada pelos alunos do ensino complementar do Instituto Nun'Álvares (INA) das Caldas da Saúde, localizado no limite dos concelhos de Santo Tirso e Famalicão, é paradigmática do tipo de fanzines que se publicavam nos primórdios dos anos 80 do século passado: textos dactilografados, algumas palavras ou pequenas frases manuscritas, recortes da imprensa, parcas imagens e com fraca definição.
Acima de tudo, prevalece uma enorme vontade de comunicar e divulgar. Neste terceiro número de Buzina, os estudantes insurgem-se com a marcação das competições desportivas do colégio (as Iníadas) para o fim-de-semana, argumentando que os adultos não aguentam ver os jovens sem fazer nada, que logo tratam de os ocupar com alguma coisa.
Há também entrevistas a antigos alunos do INA (a funcionar desde 1932), passatempos como palavras cruzadas e concursos, tiras de Peanuts. Destaque para a divulgação musical com a publicação de artigos sobre os Sex Pistols e uma panorâmica sobre as bandas praticantes da sonoridade Ska.
No tocante à sétima arte, o filme "Quadrophenia" é referenciado, bem como as sessões de cinema realizadas no cineteatro do Instituto.
Os assuntos e problemas quotidianos da escola são denunciados com sentido de humor e a irreverência característica da juventude.
Buzina, Maio de 1980, 12 págs, fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm. Edição: Grupo de Alunos do Complementar - Instituto Nun'Álvares. Caldas da Saúde.

07 outubro 2025

Olho do Cu

Olho do Cu #23
Desde 2016 que há um novo fanzine a adoptar o nome de "Olho do Cu", denotando uma certa fixação anal no panorama fanzinistico nacional.
O número 23 lançado por alturas do Natal de 2022, abre com o "Vaginetorial" narrando a história de amor impossível entre Lurdes e Aristides.
Samir Karimo apresenta a banda desenhada "A Substância S", outrora muito abundante e agora altamente escassa e procurada por mulheres sedentas e homens em risco de zombificarem.
O Capitão Adega de Sandro relaxa à sombra de boa pinga e boas leituras, até ser despertado por duas fãs apaixonadas.
Seguem-se a bd o "Cidadão" por Lard, o "Tronco de Natal" por Sal e "Natal outra vez?!" por Cutter.
Na banda desenhada "PTR" de Sandro, temos uma sucessão de equívocos com os Zés Pedros, dos Xutos e dos Holocausto Canibal.
Para fechar em beleza este número dedicado ao Natal, ainda temos "Touro Mecânico" por Carcassa e "Fantasias de Natal" por Cutter, com muita genitália e brincadeiras com o Pai Natal, o coelho, o palhaço e não vão todos ao circo... 
Olho do Cu #23, Natal de 2022, 20 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm.

Olho do Cu #25
Novo sortido de javardice em forma de banda desenhada, mas que até começa com uma história atípica intitulada "Mais um Entardecer..." baseada num poema de Thina Curtis e desenho de Wagner Santos.
O Solha desenhado por Lard protagoniza diversas pranchas esquinadas em cenários infectos e com banda sonora condizente.
O etilizado Capitão Adega descobre uma garrafa que ao ser aberta liberta um génio que lhe concede três desejos.
"Sempre que Puder..." de Henry Jaepelt (também autor do desenho da capa) incita-nos a aproveitar as oportunidades que vão surgindo.
Samir Karimo, Felipe Arambarri e Miguel Angel Sanchez criam em conjunto uma "Pistola Dourada" a jorrar líquido seminal em todas direcções.
"PTR" é uma criação de Sandro misturando Holocausto Canibal com Holocausto de Merda.
Há ainda diversas outras bandas desenhadas e até uma fotonovela, servindo doses pantagruélicas de depravação, sexo e genitália.
Olho do Cu #25, Outubro de 2023, 40 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm.

Olho do Cu #27
O "Vaginetorial" é escrito em portunhol e o conteúdo deste Olho do Cu é constituído por bandas desenhadas bem humoradas e alguma brejeirice. A capa, assinada por Irina Covelas, é bastante apelativa e sensual.
A primeira bd é "PRT" de Sandro sobre um concerto de uma banda heavy chamada Rabuje. As bandas, os concertos e a estrada são também o cerne da bd "Comité Motel" de Lard. 
O Capitão Adega conduz-nos numa digressão à adega do Serrote para as provas de uma "pomada" bem estagiada em casco especial.
Carlos Carcassa apresenta dois desenhos "Carcassa" e "Pig". O autor brasileiro Henry Jaepelt apresenta as pranchas "Estrutura do Módulo Base" e "Retera".
São publicadas duas bd de "Surfista Hardcore" de Sal, uma sob os auspícios do Carnaval e dos desenhos desconjuntados e outra com o título de "Mundo Animal", um diálogo desencantado com Neptuno no meio do mar. Seguem-se os "Problemas Existenciais" de Solha, desenhados por Lard.
Esta edição do Olho do Cu traz um extra  especial - uma "Seringrafia" em página solta, da autoria de Rick.
Olho do Cu #27, 2024, 20 págs, fotocópia a preto & branco; capa a cores, 14,9x21cm.

04 outubro 2025

Às Cegas

Às Cegas é uma publicação colectiva que contém cinco textos curtos de João Sebastian. Cada texto é acompanhado por um desenho diferente ilustrado por Alexandra Ramires, José Feitor, Ana Torrie e Paulo Vinhas.
Como é apanágio das edições da Oficina do Cego, há um cuidado excepcional com a manufactura desta publicação, apresentando uma capa impressa em serigrafia e tipografia de caractéres móveis sobre cartolina verde escura. O miolo foi impresso em serigrafia, a duas cores (vermelho e azul escuro). A encadernação é manual, com caderno cosido a fio branco. Todos os exemplares são numerados e carimbados com o selo próprio da Oficina do Cego.
Os texto de João Sebastian foram manuscritos por Luísa Bigode, e como extra é oferecido um ex-libris da autoria de Inês Cóias em linogravura sobre papel manufacturado pelo Papeleiro Doido.
Às Cegas, Abril de 2014, 16 págs, impressão do miolo em serigrafia; capa em tipografia, 17x17cm. Tiragem: 53 exemplares. Edição: Oficina do Cego.

02 outubro 2025

Coisas Feias em Belas Artes

Fanzine lançado no decurso da edição de 2023 da Feira da Alegria realizada nos Jardins da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Desenvolvido ao longo do mês de março no contexto da celebração do Dia do Estudante, a Associação da FBAUP esboçou um arco temporal de 30 anos (1993-2023), organizando e desenvolvendo este fanzine que reune diversos testemunhos e memórias de antigos dirigentes da Associação de Estudantes.
As memórias e os relatos dos antigos dirigentes estudantis foram absorvidos e trabalhados pelos novos alunos da Faculdade com recurso ao desenho e à banda desenhada. Participam no fanzine: Óscar Ferreira, António Pereira, Martim Novais, Rita Priscila, Sofia Chitas Gouveia, Pedro Evangelho, Ana Carolina Torrinha e Rita Vieira da Silva.
As memórias dispersas acabam por compor uma certa história do movimento associativo estudantil do ensino superior, "desde a luta contra as propinas, à História com h pequeno das belas artes. Memórias de uma FBAUP dos estudantes, interventiva e de forte pulsação criativa e cultural."
Excelente publicação, merecendo uma entrada directa na Fanzineteca Ideal.
Coisas Feias em Belas Artes, Junho de 2023, 36 págs, fotocópia a preto sobre papel colorido, 14,9x21cm. Porto.

01 outubro 2025

Um Café

Publicação gratuita mensal dedicada a várias temáticas à volta de um café e da cidade do Porto. O destaque neste número são os fanzines, mas há lugar para as habituais rúbricas como "Um Café a...Olhar o Porto" sobre algumas ruas, avenidas e edifícios significativos da cidade do Porto.
O livro "Salão Olímpico 2003-2006" é objecto de análise por Cristina Alves, fornecendo uma panorâmica geral sobre a breve existência do projecto artístico desenvolvido em redor do Salão localizado na Rua Miguel Bombarda.
A Leitaria da Quinta do Paço, famosa pelos seus éclairs, é referenciada na rúbrica "Um Café na Baixa".
Nas páginas centrais, e pasíveis de serem destacados através do picotado, é oferecido um desenho do artista João Brandão e uma reprodução de um cartaz dos vinhos do Porto Ramos Pinto.
Segue-se uma página dedicada ao Colectivo Senhorio, com listagem das suas publicações e uma entrevista transviada, na qual se fica a saber ainda menos sobre o Senhorio.
Nas páginas seguintes surge a banda desenhada "Fado de Lisboa" de Marco Mendes e dois desenhos de Miguel Carneiro, complementado com uma breve história de A Mula.
A fechar esta edição de Um Café, uma página dedicada ao emblemático Café Piolho.
Um Café #15, Junho de 2009, 28 págs, impresso a cores, 20,8x29,5cm. Tiragem: 5000 exemplares. Porto.

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