16 setembro 2025

Facada

Facada #1

Facada é um fanzine conjunto de Pedro Oliveira e Tiago Baptista. A primeira banda desenhada é "Diário de um Estudante", onde Pedro Oliveira narra o dia-a-dia do estudante da ESAD das Caldas da Rainha. Depois, Tiago Baptista apresenta um conjunto de quadros com o João a matar ratos com a mão. Segue-se "Dom Merdas" representando um sáurio vestido com estilo e com aura.
A letra do tema "Vampiros" de Zeca Afonso é transcrita manualmente por Pedro Oliveira, à qual acrescenta desenhos e colagens de fotos de rostos de políticos nacionais e estrangeiros.
As últimas páginas são preenchidas com trabalhos avulsos dos dois autores. 

Facada #1, Dezembro de 2005, 24 págs, fotocópia a preto & branco, 14,5x21cm. Caldas da Rainha.

Facada #2
Fanzine editado por Tiago Baptista e Pedro Oliveira. Contem desenhos de Isabel Ferreira, André Catarino, Carlos Daniel, Eduardo Ferreira e Gonçalo Baltazar.
Tiago Baptista apresenta a bd "Casal Motor Cycle #2", uma road-trip mental em motocicleta Casal, que entretanto avaria, dando origem a uma divagação paralisante do proprietário. Além desta bd, apresenta dois textos entre o poético e a letra de canção.
Por falar em canção, é também impressa a letra do tema de Zeca Afonso "A Morte Saiu à Rua".
"Diário de um Estudante" de Pedro Oliveira é uma espécie de manual de instruções para fazer um charro, fumá-lo e ficar com a moca. O mesmo autor publica também dois desenhos de garrafões com o rótulo "Confraria Chungaria" ESAD 2006.
Facada #2, 2006, 32 págs, fotocópia a preto & branco, 14,5x21cm. Caldas da Rainha.

Facada #8
Fanzine com trabalhos dos editores Tiago Baptista e Pedro Oliveira, e da artista convidada Nadine Rodrigues. Os trabalhos são essencialmente desenho e banda desenhada curta, surgindo intercalados uns nos outros indistintamente. Tiago Baptista contribui com desenhos caóticos e com duas histórias: uma em bd - "Matei uma Mulher Vestida de Negro" num registo cruel e sombrio. A outra, intitulada "Fanzines São a Salvação", corresponde a um texto delirante, supostamente escrito pela islandesa Björk, fazendo a apologia dos fanzines como instrumento de intervenção social.
Num registo igualmente divagante, Pedro Oliveira publica "O Clone de Liedson Resolve", onde num longínquo ano de 2047, um clone do jogador de futebol Liedson, marca o golo que permite uma vitória galáctica ao Sporting.
Uma das páginas deste Facada é preenchida com uma extravagante entrevista à convidada Nadine Rodrigues.
Facada #8, Maio de 2007, 28 págs, fotocópia a preto & branco, 14,5x21cm. Caldas da Rainha.

14 setembro 2025

Continuamos Aqui?

Continuamos Aqui? de Teresa Câmara Pestana aborda de forma crítica e satírica os meandros das bandas rock, sempre rodeados na margem da página, por uns vermes e minhocas muito atentos e prontos para o banquete da decomposição do cadáver do rock.
As primeiras páginas apresentam breves apontamentos sobre concertos, festas interrompidas pela polícia e o uso de drogas por parte das bandas.
Seguem-se outras histórias, uma sobre uma banda punk rock falida, da qual só restam dois membros e um deles fica todo o dia sentado no sofá a ver TV e a fumar, enquanto o outro lamenta pela sua triste sorte.
Os contextos oscilam entre a Alemanha e Portugal, com bandas falhadas, músicos deprimidos, toda a gente a tomar a pastilha, techno parties e as drogas sintéticas, os punks, os hedonistas, os vermes e outros bichos rastejantes sempre à espreita, aguardando a sua vez para entrarem no festim.
Também temos dub místico em três partes, com metaleiros e freaks a curtirem a batucada, até as velas se apagarem e os speed-metal-freaks irem mamar cerveja para outro lado.
Para o final, Teresa Câmara Pestana expõe o retrato de uma família lusitana e ele não é nada abonatório. Os podres, a vida de aparências e ilusões, as públicas virtudes e os privados vícios, e os bichos vermes sempre eles, cáusticos e famintos, não enjeitando sequer a oportunidade para devorar um cadáver biodesagradável!
Continuamos Aqui?, Março de 1996, 32 págs, impresso a preto em papel amarelado, 21x29,7cm. Edição: Infecta. Lisboa / Hannover.

11 setembro 2025

Garagem Fanzine

Garagem Fanzine é uma publicação dinamizada por Marco Martelo, figura histórica do underground nacional e responsável pela editora Garagem. No ano 2000, a Garagem já tinha lançado um fanzine homónimo acompanhado por um vinil de drum’n’bass intitulado "Phat Pressure" de Phastmike.
Como não simpatizar com um fanzine que tem na sua génese este manifesto de intenções: "A minha vida é música, os meus interesses são alimentar conhecimentos que nem jornais, nem rádios oficiais nos transmitem. Por isso veio a minha ideia fazer uma fanzine, onde com ajudas de outros amigos posso divulgar o nosso conhecimento musical incluindo livros, filmes, etc..."
E é isso que temos: - um fanzine com muita imagem e pouco texto, com críticas a discos, concertos, eventos, filmes, livros, tudo escrito com o fervor da paixão e borrifando-se um pouco para a gramática.
Neste primeiro número são apresentados artigos sobre Mão Morta, Lee Ranaldo, Rock Rendez Vous (livro), Irmãos Catita, F.M. Einheit, Miss Tetanos, Ryder The Eagle, Kid Congo Powers (livro), Long Hours, Morte ao Silencio Festival, Dokuga, Scatter, Pat The Bunny & Ceschi, The Birthday Party, Luna Fest, Krypto, Now Here, Nowhere (livro sobre a digressão americana dos Tédio Boys), muitas críticas a discos e filmes.
Rui Freitas alinhou o design do fanzine e foram disponibilizadas quatro versões diferentes da capa à escolha do freguês: Kid Congo Powers, M'as Foice, Club Makumba e Scatter.
Garagem Fanzine #1, Dezembro de 2024, 64 págs., impresso a preto & branco; capa a cores, 14,8x20,8cm. Porto.

08 setembro 2025

sem título

Fanzine concebido nos tempos da pandemia, e segundo a autora, baseado em factos reais... e outros nascidos na sua cabeça. Desconhecemos quais foram os eventos reais ou os imaginários, mas desconfiamos que o Pornhub transformado num portal para aceder a mundos paralelos, reino das masturbações, pénis com pendor sentimental, a vida transformada em reality show, só podem ser ideias delirantes nascidas na cabeça de Inês Alecrim. Ou quem sabe, talvez não?...
As amizades e as relações amorosas, a comunicação mediada pelo omnipresente telemóvel, um vírus à solta, os excessos de bebida e pastilhas, a saúde mental periclitante, os novos portais que se abrem para aceder a realidades paralelas em permanente mutação. Um convite à evasão...
- Bem-vindos ao estranho e maravilhoso mundo de Inês Alecrim!
sem título, Agosto de 2020, 32 págs, fotocópia a preto sobre papel colorido, 14,4x20cm., Porto.

06 setembro 2025

MucoMorphia

MucoMorphia é uma publicação antológica auto-editada por Filipe Felizardo. Contém trabalhos bastante diversos de ilustração, textos e ensaios-bd, banda desenhada como 'Gods & Frogs', 'Anus Lunaris. Pt '1,' J’ocularity!' e 'What is it?'. Inclui também o avanço do primeiro capítulo do seu próximo livro, trabalho resultante de uma residência artística realizada no Moinho da Fonte Santa.
Assumindo-se como "um espaço de investigação sobre geologia, patafísica e pornografia na forma de banda-desenhada, ilustração e pouca prosa. O que é que Wittgenstein tem em comum com meteoritos, clitóris hipertrofiados e dildos literários? A resposta está nas páginas de Mucomorphia."
Marcos Farrajota referiu o seguinte no blogue da Chili Com Carne: "Se tivesse de fazer as listas dos melhores do ano, este primeiro número do zine de Filipe Felizardo merecia estar no Top 3 de Melhores Fanzines de BD ao lado do Outro Mundo Ultra Tumba de Rudolfo Mariano e A Day de Mariana Pita... Com a ligeira vantagem de que editorialmente Mucomorphia é um desafio como poucos nos dias de hoje. Tal como o Gato Mariano (raios, o Mariano #1 devia estar também nesse Top 5 e o catano!) também eu não faço listas de zines no final de ano...
Pretende-se serializado, tiragem ilimitada (yes! é d'omem!!!) e é uma publicação smörgåsbord do output desta área de criação de Felizardo, não esquecendo que ele é mais conhecido por músico mas também como artista plástico e fotógrafo. Nestas páginas também está incluída a construção do seu próximo romance gráfico, A Conference of Stones and Things Previous. Muito mais solto do que em O Subtraído à Vista não deixa de estar também muito mais rigoroso no plano técnico. De resto, tal como na música e outras áreas de intervenção de Felizardo, há processos de pesquisa que se vão metamorfoseando num plano cosmogónico que nem toda a gente está a fim de lá entrar. Azar! Título a acompanhar esperando o seu editor cartas à antiga [R. dos Douradores, 202, 5ºD, 1100-208 Lisboa] para uma secção de leitores (ó que belo gesto anacrónico que desejo que corra bem!)"
MucoMorphia #1, Outubro de 2016, 28 págs., fotocópia a preto & branco; capa em cartolina amarela, 21x29,7cm.

03 setembro 2025

Mosca

Fanzine colectivo divertido e mal comportado. Ficamos a conhecer "A Verdadeira História do Pato Donald" através das questões existenciais colocadas pelos seus três sobrinhos, do género: "se temos características humanas como a racionalidade, porque estamos nús da cintura para baixo?".  O senhor Walt Disney deve ter dado umas boas volta na cova, com esta mistura delirante de loucura, álcool e depravação pato lógica.
"Esqueci-me de Amar" é uma fotonovela ao melhor estilo Corin Tellado, com diálogos inventados por João Phrancisco, concluída com um final surpreendente.
Santana contribui com duas pranchas - "Pedra Rolada" com banda sonora e fumaradas a fornecerem o cenário para um regresso nostálgico aos bons velhos tempos. Mais para o final, surge "Eleições" sobre promessas eleitorais e as verdadeiras motivações dos votantes.
A história de "Ícaro" em duas páginas pintadas por Neves Espadinha em tons aguados negros.
Através dos desenhos de J. Leal e do argumento de Manel, Mickey Mouse transforma-se num objecto de desejo.
De seguida, Rui Cardoso fornece as instruções necessárias para criar um "Caonsai".
Enrabador! é uma história ao estilo policial criada em portunhol por Arth Guiness e desenhada por Luis B. Canal, onde um assassino em série teima em fintar as investigações, rebentando todos os cús que lhe surgem pelo caminho.
"Play It Again, Sam" é uma história curta, mas bem sádica de Rui Cardoso.
Há também vários desenhos a carvão de Canau Espadinha. E para finalizar, em rigoroso exclusivo, algumas fotos inéditas da Madre Teresa de Calcutá completamente nua (é mentira, mas podia ser verdade!;)
Mosca #4, Março de 1992, 32 págs., fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm.

29 agosto 2025

[Excertos do Livro Arbítrio dos Divinüos]

[Excertos do Livro Arbítrio dos Divinüos] cujos excertos foram supostamente retirados de escritos de autor anónimo datados do século XII aGF (antes da Granda Frustração), e ilustrados com desenhos de Ricardo Paião Oliveira e "zoolagens" de Mariana Bastos. Os excertos versam sobre deuses e estranhas  criaturas, mas o que relatam são trivialidades da sua vida e não feitos extraordinários.
Os excertos são transcritos com uma grafia quebrada e cheia de apóstrofos, reforçando a elisão dos sons, como se as histórias estivessem a ser contadas oralmente, conforme vão sendo encontradas num livro que se abre ao acaso. Ao longo das histórias vão surgindo elementos surpreendentes e inusitados, misturando elementos divinos e com outros bastante prosaicos. 
Os desenhos são serializados, esquemáticos e repetitivos, apenas com ligeiras modificações muito subtis, de uma história para a seguinte.
No derradeiro excerto intitulado "Da Criação do Mundo" os desenhos de Ricardo Paião Oliveira são complementados com as colagens (ou zoolagens) de Mariana Bastos, num estilo dadaísta e divertido.
[Excertos do Livro Arbítrio dos Divinüos], 2017, 14 págs., impresso a cores, 29,7x21cm. Edição: Diztânsia.

27 agosto 2025

JAZZbanda


Fanzine que se propôs mesclar o mundo da banda desenhada com a música jazz, idealizado e editado por Geraldes Lino. O JAZZbanda nasceu a partir de um encontro com três jovens músicos de Jazz no final de um concerto. Os músicos eram José Pedro Leitão (contrabaixista), Miguel Cordeiro (pianista) e Ana Bacalhau (voz), membros da banda "Tricotismo". Os textos de índole musical seriam da responsabilidade dos músicos e as bandas desenhadas seriam obtidas por Geraldes Lino.
A capa do primeiro número é uma composição realizada por Susa Monteiro a partir de uma ilustração de José Carlos Fernandes.
A primeira banda desenhada é a extraordinária "Todos Profissionais" da autoria de Pedro Massano, ambientada no meio fumarento dos bares das big bands de Nova Iorque, onde músicos tarimbados ganham a vida, para depois, no fim da noite, poderem ser livres e tocarem o verdadeiro jazz.
Depois é apresentada uma entrevista ao contrabaixista José Pedro Leitão, onde ficamos a conhecer o seu percurso musical, que inclui o encontro com Ana Bacalhau nos Lupanar e os estudos no Hot Clube e no Conservatório Nacional.
Segue-se “The God Tracking Station”, por Ricardo Cabral, envolta num mistério de fim dos tempos, onde os dias e as noites se perpetuam, cinzentos e inalterados. Na segunda parte da história, o preto e branco das notas do piano finge sobrepor-se ao cinzentismo do quotidiano, mas um mensageiro traz uma perturbante missiva com estranhas notícias de Deus.
Para finalizar, o texto "Jazz: Origens" de Ana Bacalhau, esmiuçando as raízes do jazz e formulando uma breve cronologia da música afro-americana.
JAZZbanda #1, Maio de 2005, 36 págs, miolo a preto & branco; 
capa a cores, 17x25,8cm. Tiragem: 300 exemplares. Lisboa.

23 agosto 2025

A Entrevista

A Entrevista concebida por Sama é uma história de suspense de cariz erótico, impressa em risografia a duas cores - preto e cor fluorescente. Cada folha é impressa apenas de um lado, totalizando 42 páginas de história.
A acompanhar esta publicação foram lançados quatro prints exclusivos em papel de três cores diferentes (12 diferentes no total).
Em Novembro de 2018, foi apresentada uma 2.ª edição, revista e aumentada com uma entrevista ao autor e com uma capa diferente.
Manuel Espírito Santo refere o seguinte no posfácio de A Entrevista: “Sama é um agente do caos à procura de algum sentido nas nossas vidas. Através de um humor ácido e sofisticado, ele constrói nas suas narrativas um niilismo tropical, contemporâneo e único. Neste tacho nutritivo de histórias, sentimos os sabores de uma mistura de influências, como dos autores brasileiros Nelson Rodrigues e Carlos Zéfiro, do uruguaio Alberto Breccia, os livros de “pulp” e do “film noir”.
Com um pensamento que já vem singrando o oceano, como o conteúdo de uma qualquer garrafa perdida (e encontrada) no Atlântico desde 2011, conseguimos perceber as ligações do “Universo Sama” através das obras recentes: Motel Sama (curta-metragem) ou a banda desenhada La Dolce Vita.
Este pequeno e luxuoso livro de banda desenhada funciona como se fosse um aperitivo a ser degustado na nossa mente numa delícia visual e mental.
As imagens e as narrativas, por vezes eróticas e sempre bem construídas, causam-nos de imediato, uma imersão neste “universo samânico”, tornando-nos um pouco mais cúmplices das várias personagens das suas obras, que se encontram desta vez numa ilha do litoral de um Rio de Janeiro reconstruído pela memória.
O traço do artista está cada vez melhor, sempre a experimentar…. Mantém-se o registo da tinta que falha, agora em duas cores, e as inevitáveis mulheres fatais que pernoitam no imaginário do autor.
A Entrevista é um mergulho no nosso mundo corrupto, cruel, místico e sedutor.”
A Entrevista, Maio de 2015, 92 págs., risografia a duas cores em papel Favini de 120g, 16,3x21,7cm. Tiragem: 186 exemplares. Edição: Mundo Fantasma. Porto.

21 agosto 2025

O Gato que Mia

O Gato que Mia #1
O primeiro número de O Gato que Mia apresenta cinco pranchas de banda desenhada dispostas numa folha A3. As bd de Amadeu Escórcio reflectem uma certa ideia de portugalidade, que se olha ao espelho, que vai para o café para assistir ao jogo de futebol com os amigos, que é saudosista dos tempos passados e que gosta de ficar na sorna.
A última prancha, intitulada "Ferdinand no Colégio Inglês", parte de um excerto do livro "Morte a Crédito" de Céline, para contar uma breve história sobre um puto refractário à língua inglesa e as suas distrações sexuais.
"Riscalhando..." é uma folha solta de tamanho A4 de cor amarela com esboços, apontamentos e desenhos soltos de Amadeu Escórcio, que surge inserida no meio do A3 dobrado ao meio. 
O Gato que Mia #1, Janeiro de 2024, 4+2 págs, fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm.

O Gato que Mia #4
O quarto número de O Gato que Mia de Amadeu Escórcio, mantem o formato adoptado nos números anteriores, apresentando cinco pranchas de banda desenhada dispostas numa folha A3. As duas primeiras bd de título "Na Véspera", contam-nos os sonhos de um músico a ser assombrado pelo aparecimento da Taylor Swift no meio dos seus sonhos.
Depois segue-se "Ida à Praia" com o telemóvel e as fotografias a marcarem a vacuidade do dia.
"Vocação" é uma banda desenhada onde um homem discorre sobre as suas vocações profissionais perdidas, rematando com humor.
A fechar surge "Página dum Diário Incompleto" relatando os dias tranquilos de um homem solitário.
"Riscalhando..." é uma folha solta de tamanho A4 de cor amarela com esboços, apontamentos e desenhos soltos de Amadeu Escórcio, que surge inserida no meio do A3 dobrado ao meio.
O Gato que Mia #4, Setembro de 2024, 4+2 págs, fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm.

O Gato que Mia #6
O Gato que Mia mantem o formato adoptado nos números anteriores, apresentando cinco pranchas de banda desenhada dispostas numa folha A3 dobrada ao meio. O olhar analítico e implacável de Amadeu Escórcio sobre os problemas da velhice é transversal às histórias "O Velhote...Queixoso", "Páginas de um Diário" e "No Supermercado", embora nesta última assuma o olhar de uma mulher.
Na prancha "A Bicha e a Budista" um exacerbado sentido naturalista impede o personagem de matar uma vespa asiática, mas a bicha teima em manter-se nas proximidades.
"Riscalhando..." é uma folha solta de tamanho A4 de cor amarela com esboços de mulheres desnudas e outros desenhos arrancados ao quotidiano por Amadeu Escórcio.
O Gato que Mia #6, Março de 2025, 4+2 págs, fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm.

O Gato que Mia #7
O sétimo número de O Gato que Mia traz algumas novidades: - mais páginas e um novo colaborador! A primeira prancha é "Eu Só Queria..." um mergulho nos pensamentos mais secretos de uma miúda com baixa autoestima. Seguem-se "Os Culpados São..." e "Emergência Cívica" ambas sob o signo do grande apagão que deixou tudo sem energia eléctrica e que nos fez reviver os velhos tempos da corrida ao papel higiénico - um clássico dos tempos de emergência!
"O Velhote...Sociável" coloca-nos perante as dúvidas existenciais de um homem de certa idade. "Trabalho é Trabalho" é um breve instantâneo sobre o trabalho de uma prostituta e as preferências dos seus clientes.
"Riscalhando..." apresenta diversos desenhos de rua e na praia realizados por Amadeu Escórcio. O novo colaborador Mário José Teixeira contribui com duas tiras humorísticas protagonizadas por Zeca Cometa.
A última página é dedicada a um novo tomo de "Página dum Diário Incompleto".
O Gato que Mia #7, Junho de 2025, 8 págs, fotocópia a preto & branco, 21x29,7cm.

19 agosto 2025

Dark Lines

Dark Lines é uma colecção que reúne diversas ilustrações e bandas desenhadas curtas da autoria de André Caetano. Estes trabalhos já haviam sido anteriormente publicados nas antologias da ZonaBD. A banda desenhada "Me and Drawing" foi publicada anteriormente na Zona Desenha; "What is a Monster?" saiu na Zona Monstra; e "A Drawing a Day" foi publicada originalmente na Zona Gráfica.
As bandas desenhadas curtas reunidas em Dark Lines funcionam como pequenos laboratórios, que permitem experimentar e desenvolver diferentes soluções gráficas e narrativas. São também espaços lúdicos, onde o prazer de desenhar e contar histórias se pode espraiar livremente.
Dark Lines #1, 2017, 20 págs, impresso a preto & branco, 14,5x21cm.

17 agosto 2025

Rendimento Mínimo

Sobre Rendimento Mínimo, Rui Azevedo Ribeiro comentou: "Não fizemos nenhuma elegia à pobreza e muito menos lhe alceamos virtudes. E a haver queixas é sem queixume. De um mote de ajuntamento, de uma condição em comum, fiz ao A. daSilva O. uma proposta. Um poema dele e outro meu fazem este livro."
Na edição de  02 de Maio de 2011, o Jornal de Notícias publicou a seguinte nota: "A. daSilva O. e Rui Azevedo Ribeiro – ambos editores e poetas, ambos beneficiários do rendimento social de inserção – são os co-autores deste pequeno livro, que, sem pretender glorificar a escassez material de bens, representa uma aproximação contundente ao impacto dessa aparente penúria sobre o acto da criação poética.
Plaquete com apenas uma dúzia de páginas, “Rendimento Mínimo” é, pois, um diálogo autónomo a duas vozes no qual os poetas partem da mesma premissa, mas concretizando abordagens distintas.
A celebrar 30 anos enquanto editor, A. daSilva O. alude no seu texto à espera permanente do “carteiro com o vale da morte”. E enquanto arrasta o “cadáver pelas entradas das igrejas onde o diabo se agarra a mim de mão estendida”, o poeta partilha “o imposto revolucionário a fim de chegar a casa sem ser atropelado”.
Professor atirado para o desemprego que descobriu recentemente o prazer de editar livros – após comprar as peças de uma velha tipografia, que lhe permitem ir publicando algumas obras nas Edições 50kg -, Rui Azevedo Ribeiro revela-nos no seu poema os contornos de uma realidade sombria, em que “por entre aves e travessas” rumina “rimas inconsistentes”, mesmo quando enfrenta funcionários dos “cêtêtês” dispostos a humilhá-lo pelo apoio que ‘concedem’."
Rendimento Mínimo, Fevereiro de 2011, 16 págs, impressão a preto & branco; capa a duas cores, 15,7x17,5cm. Tiragem: 300 exemplares. Edições 50kg. Porto.

10 agosto 2025

Master Song


Publicação de pequeno formato escrita em inglês da autoria de Francisco Sousa Lobo e lançada pela editora letã kuš!.
No blogue LerBd Pedro Moura escreveu o seguinte sobre Master Song: "contado na primeira pessoa, e em verso, podendo falar-se de dísticos rimados, a parte textual transforma-se, como o título indica, numa canção. E como uma canção, ouvi-la várias vezes vai despertando novas ideias.
O livro apresenta, de uma forma absolutamente estática, 24 pranchas de 4 vinhetas cada, numa grelha regular. Todas as figuras e objectos são desenhados a preto, mas existem duas cores adicionais, vermelho e azul. Seria tentador fazer uma interpretação idêntica àquela que fizemos em relação ao livro de Mattia Denisse, mas aqui as cores cobrem outras funções, se bem que não haja propriamente uma linha única de simbolismo. O vestido e sapatos vermelhos da protagonista, “M” ou “Emily”, compõem-na e identificam-na enquanto personagem, e logo abrem várias possibilidades de leituras intertextuais, sobretudo com o cinema: desde os The Red Shoes dos The Archers a Don't Look Now de Nicolas Roeg, não faltarão referências que misturem as questões da inocência com a sexualidade selvagem, um hipotético poder, mesmo que “silencioso”, das mulheres, e, claro está, uma abertura a significados religiosos.
Essa dimensão temática é explorada na diegese, já que Emily trabalha como ama-seca, sobretudo com crianças de famílias judaicas, mas não esconde o desprezo que tem para com a fé deles, se bem que mistura, talvez, questões pessoais – ela é cristã - e políticas – fala da questão palestiniana. Há um momento em que Emily acompanha as crianças à sinagoga, e essas são as únicas páginas que aparecem sem cor, reduzindo tudo a um preto-e-branco maniqueísta, traduzindo, talvez, a própria visão de Emily. É ela quem vê o mundo desta maneira redutora, é ela quem o pinta.
Obcecada com o romance As 50 Sombras de Grey, a questão do desejo é tematizada e trazida à tona, na forma como Emily se arranja, entrega a diálogos tórridos online, discute repetidamente assuntos BDSM, sai à noite, e procura parceiros sexuais relativamente descartáveis. Nesta dimensão, haverá a associação intertextual àquele famoso romance, que problematiza o desejo feminino. Por um lado, é um livro que tem tido uma estrondosa recepção junto a um público esmagadoramente feminino, e que encontra possibilidades das suas fantasias reflectidas na história que apresenta. Por outro, de um ponto de vista estritamente feminista, não deixa de ser curioso que seja uma relação absolutamente desequilibrada de poder, e até mesmo abusiva, que se veja tornada no centro desse mesmo desejo. Emily, no fundo, parece estar dividida entre a possibilidade de agir sobre os seus próprios desejos – ela mostra agência nas suas acções – e o fluxo dos acontecimentos em torno dela. A cena em que passa a noite com um homem no apartamento deste, por exemplo, é apresentado a azul somente. Há, então, pistas para que entendamos as cores de uma forma algo simbólica e, assim, compreendamos as tensões presentes da pessoa de Emily.
As frases mais repetidas são “Deus é a minha testemunha” e a citação do seu “Master” - Emily defini-se como “sub”, isto é, “submissa”, nos termos específicos da cultura BDSM. A convergência dos temas está sempre presente, tornando este pequeno livrinho, aparentemente tão concentrado numa história curta, numa bateria densa de linhas cruzadas e que se reforçam mutuamente."

Master Song, [Mini kuš! #65], Fevereiro de 2018, 28 págs, impressão a cores em papel Munken Pure 120 g, 10,5x14,9cm. Edição: kuš! Letónia.

29 julho 2025

Dry and Free from Grease

Fanzine com montagens gráficas e colagens da autoria de André Lemos. O recorte e a reconfiguração de imagens impressas esgravatadas em todo o tipo de publicações, condimentados com um apurado sentido visual e lúdico são a base da concepção de um novo velho mundo. As formas geométricas, os traços e as linhas, as cores planas, são manuseadas de forma experimentalista, libertando novas formas e criaturas estranhas, misteriosas, mas sem perder o sentido de humor.  
Pedro Moura referiu o seguinte no blogue LerBD: "Dry and Free from Grease é uma colecção de variadíssimas colagens de André Lemos; esta é uma outra linguagem que o autor tem experimentado há algum tempo, e poder-se-á identificar duas vertentes, sendo a primeira “infantil”, digamos assim, no emprego de largos pedaços de folhas com cores primárias para a criação de criaturas minimamente antropomórficas, e a segunda a que aqui se cultiva, utilizando as mais díspares fontes de material, para a criação de pequenas estruturas de associações, que tanto têm de Ernst como de Baldessari, como de Kirby e de Dada. A legibilidade destas colagens não é o propósito de Lemos, mas o encerramento das figuras que compõe no interior de linhas geométricas faz pensar num qualquer desejo de circunscrever a sua acção."
Dry and Free from Grease, Abril de 2009, 36 págs, capa impressa a laser sobre papel Guarro Iris Manzana 185 gr.; miolo impresso a laser sobre papel Xerox Recycled 80 gr., 14,6x21cm. Tiragem: 75 exemplares. Edição: Opuntia Books [OB-0012].

27 julho 2025

Casa

Apesar de não apresentar título, a autora refere-se a esta publicação denominando-a como Casa. Na capa, está uma montagem com imagens de várias divisões da casa, com mobiliário e decoração típicas dos anos 80, antes da invasão dos móveis Ikea. A casa mesmo aberta, nunca se revela - permanece um mistério por revelar, o lugar onde acontece aquilo que é mais pessoal, íntimo e secreto.
Os desenhos de Emília Silva nunca são explícitos ou auto-explicativos, são elusivos, por vezes apenas pequenos apontamentos, resquícios que se materializam através de uma memória difusa e nem sempre feliz.
Na última página, surge uma adaptação em bd de "Letters to Milena" de Franz Kafka, epistolas de uma paixão incendiária, um amor excessivo e em última instância, um amor impossível.
"A casa é a metáfora que alberga todos os nossos sonhos. Lá dentro está vazia." Bartolomeu Cid dos Santos.
Casa, 2024, 16 págs, impresso a cores, 14,5x21cm. Tiragem: 10 exemplares.

24 julho 2025

Parabéns a Você

Parabéns a Você constituiu o primeiro título da Colecção "Quadradinho", uma série em pequeno formato (A6), inspirada na colecção "Patte de Mouche" de L’Association e que permitiu publicar diversos autores portugueses ao longo dos seus dezoito títulos, em edições profissionais e vendidas a um preço muito acessível (390$00).
No caso de Arlindo Fagundes, a edição de Parabéns a Você serviu para quebrar o excessivo intervalo de tempo que se verificava desde a edição do seu anterior livro La Chavalita (1985).
Pedro Cleto, o editor da Colecção "Quadradinho", referiu que apanhou um enorme susto, quando a poucos dias dos primeiros quatro volumes irem para a gráfica, ter recebido este Parabéns a Você com apenas 12 das 22 páginas necessárias.
De qualquer forma, esta história protagonizada por Pitanga como organizador da festa de aniversário de Armando "animada" por um convidado surpresa e pelos provocatórios presentes oferecidos ao aniversariante pelos amigos, mais parece um breve capítulo de uma história maior a ser continuada posteriormente.
Parabéns a Você [Quadradinho #1], Outubro de 1996, 28 págs, impressão a preto & branco; capa e sobrecapa a duas cores, 10,5x14,8cm., Edição: Associação Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto.

21 julho 2025

Modernista

Curioso fanzine dedicado exclusivamente à cena Mod, editado por Leonel Ventorim e José Felix Mourinho. Modernista procura abranger tudo o que rodeia a cultura Mod desde o vestuário, estilo de vida, filmes, música, etc. O fanzine tinha distribuição gratuita nos eventos e festas Mod.
Luís Oliveira escreveu o seguinte no Underworld - Entulho Informativo #26: "numa altura de estreias e abertura de portas em Portugal, surge também Modernista, que se apresenta como sendo o primeiro fanzine direccionado para a cultura Mod em terras lusas. Este número zero acaba por ser uma apresentação do movimento Mod - culto nascido nos anos 50 entre os jovens da classe operária inglesa com seu próprio estilo de vida e fascínio pela moda - num País onde nunca teve o seu espaço e a sua explosão é muito recente.
Encontramos aqui um resumo da história Mod que omite não se entende porquê a fase hard-Mod (69-72), dicas sobre estética e música, uma passagem pelo mundo do scootering e diversas reviews e notícias. Dispensável era o artigo com as premissas, tipo mandamentos sagrados, de como nos devemos comportar numa festa... para quem diz ter tanto "andamento" soa um bocado mal. A vida Moderna também tem disto."
Modernista #0, Setembro de 2007, 16 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Lisboa.

20 julho 2025

Skin

Publicação de Tiago Santos, que apesar de ser impressa em offset, mimetiza o estilo dos fanzines fotocopiados à moda antiga, com o toner esticado até ao limite. O mote para o fanzine é anunciado na parte inferior da capa "the urge to put on a suit and hide from the real world beneath a skin of idiosyncrasies".
Montagens, colagens digitais, com mascotes metamorfoseadas e adulteradas, como o Gil da Expo'98 e o dinossauro Barney sorrindo simpático, mas empunhando um machado a escorrer sangue.
O Godzilla, o Mickey Mouse e o Poupas da Rua Sésamo, em versão híbrida e com armas semi-automáticas ou medievais, pesadelos curtocircuitados a meio de uma emissão do Canal Panda. 
Skin, 2024, 12 págs, offset preto & branco, 20,5x29cm.

18 julho 2025

Mesinha de Cabeceira

Mesinha de Cabeceira #0
O fanzine Mesinha de Cabeceira (MdC) começou a ser editado em 1992 por Marcos Farrajota e Pedro Brito, pelo que comemorou 30 anos de existência em 2022.
Este número inaugural, apresentava como temas o Outono e as aulas, pois a estação era o Outono e a malta do fanzine era jovem e com o fim das férias de Verão ia regressar às aulas. O MdC pretendia adoptar um tema para cada edição, mas ia logo avisando que havia flexibilidade relativamente a esta matéria, o que foi bastante sensato - eles eram jovens, mas não eram tontos!
São apresentadas bd de Marte e Pedro Brito, de Rui Lacas e de Miguel Falcato.
Na vertente de divulgação musical, é publicada uma entrevista a uma banda completamente desconhecida com o nome de "Coca Cola Mentol & Conflitos".
Na rúbrica "Críticas Crípticas", Arlindo Horta escreve uma resenha sobre a novela gráfica "Arkham Asylum" de Dave McKean.
Na secção de notícias curtas "Rapidinhas", uma vez que não se consegue alinhavar nada sobre os The Smiths e sobre o filme "Naked Lunch" de David Cronenberg, falam sobre a morte iminente de um super-herói da DC Comics e também sobre o concurso de cartoon Amadora/92.
Também são publicados textos "incoerentes e marados" da amiga Ana.
Conheço o MdC praticamente desde o início e é um fanzine muito especial para mim, uma vez que acompanhou em simultâneo o meu crescente interesse por publicações amadoras. Fui assistido às suas diversas mutações: fanzine colectivo, outras vezes monográfico; da fotocópia à serigrafia; do preto & branco à impressão a cores; os vários tamanhos e formatos, os diversos tipos de papel, autores portugueses e estrangeiros... Ao longo de mais de 40 edições, o MdC apresentou-se sempre diferente, mas com uma notória evolução no trabalho de edição e publicação a cada novo número.
Muito mais haveria a dizer sobre o MdC, mas a melhor homenagem que lhe posso prestar é voltar a pegar nas suas edições, rever e ir deixando aqui algumas notas pessoais.
Julgo que me faltam alguns dos números iniciais, uma vez que o Marcos sempre recusou fazer reedições... O que faz algum sentido, quando se acredita que o melhor é o que está para vir!...
Mesinha de Cabeceira #0, Outubro de 1992, 24 págs, fotocópia a preto & branco; capa em papel cor laranja, 14,9x21cm. Tiragem: 100 exemplares. Edição: FC Komix.

Mesinha de Cabeceira #2 / #3
Número duplo editado por Pedro Brito e Marcos Farrajota, em estilo split-zine. A capa exterior é da autoria do artista Pedro Proença. Na capa da parte "Algumas Estórias Absurdas" (#2) surge uma colagem de Ana Dionísio, seguindo-se a bd "A Maldição do Pénis" de Arlindo, uma bizarra história negra, muito bem desenhada e ainda melhor escrita. Depois, duas pranchas de Guima (Ricardo Tércio), com muita confusão e cabeças mutantes. "Abuso de Menores" é uma bd de Lacas, envolvendo relações incestuosas e depravação.
Na parte "New Kids on the Bollocks" (#3), apresentam-se novos personagens e colaboradores a debutar nas páginas do MdC. Há uma prancha de "Alice - The Real Girl" com argumento de Marte e arte de Pedro Brito (também autor da capa desta parte). Depois um Folhetim Interactivo por Arlindo. Pelo meio, surgem umas tiras envolvendo complexos de Édipo, soldados bósnios e Joseph Volverin, por Miguel Falcato e Marcos Farrajota.
Nas "Críticas Crípticas" procede-se a uma recuperação engendrada por Marcos Farrajota de um texto de Domingos Isabelinho recolhendo uma série de "pérolas" encontradas nos escritos sobre bd publicados na imprensa nacional, atribuindo-lhes um galardão e tudo!
Antes de terminar, há ainda espaço para "Play Rats" de João Tércio.
Mesinha de Cabeceira #2/3, Setembro de 1993, 28 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Tiragem: 150 exemplares. Edição: FC Kómix. Barreiro.

Mesinha de Cabeceira #4
O tema deste quarto número "sangue novo", pretende dar visibilidade a novos autores ainda por publicar. A capa e contracapa são assinadas por Sandro. A primeira banda desenhada, intitulada "Folhetim - Parte 5" começa sempre com o mesmo pressuposto, derivando para desfechos diferentes. Segue-se "Lisboa Dá à Luz" por Vitor Santos, uma cidade em processo de transformação, parindo novos edifícios.
Na rúbrica "Criticas Crípticas", Marcos Farrajota relata os principais eventos do 7.º Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto. Depois, Deo apresenta a prancha "A Companhia dos Monstros". Logo de seguida, somos surpreendidos com a primeira bd de Gregório, às voltas com a sagrada trilogia do sexo, drogas e morte, que assombra a existência de muitos artistas.
Novo capítulo de "Criticas Crípticas", com Marcos Farrajota a insistir na banda Coca Cola Mentol & Conflitos (ver MdC #0).
Pedro Brito apresenta "Tédio!" bd sobre a falta de inspiração e de algo interessante para fazer. Antes da nova secção de correio dos leitores, é publicada uma ilustração de Pedro Proença. Nas páginas centrais, duas pranchas por Maria João.
Mira apresenta uma "bd montagem", sequenciando uma série de vinhetas de proveniências e estilos diversos, procurando uma possível narratividade. Depois, vem "Playrats" por João Tércio e uma nova bd de Gregório, desta vez, com guitarras distorcidas e multidões em delírio.
"Inadaptados" marca a estreia de Nunsky, com a bd mais extensa, exibindo todo o catálogo de criaturas que habitam o submundo da grande selva urbana: drogados, vagabundos, prostitutas e inadaptados. Quando os skinheads se cruzam no caminho, segue-se uma orgia de sangue e vísceras de carecas nazis, arrancadas a golpes de motosserra.
Mesinha de Cabeceira #4, Janeiro de 1994, 32 págs, fotocópia a preto & branco, 14,9x21cm. Tiragem: 115 exemplares. Edição: FC Komix. Barreiro.

Mesinha de Cabeceira #6
A capa é da responsabilidade de Pedro Brito, que também desenha a bd "Homem-Transferidor", baseada no argumento de Marcos Farrajota. Segue-se a prancha "Ovelhas" de José Carlos Fernandes e também "Uma História de Amor" de Marcelão, editor do fanzine Over-12.
Destaque para a publicação de uma entrevista com Estrompa, responsável pelos fanzines Shock e Café no Park.
"Loverboy - O Empatas Industrial" da autoria de Marte, com o Loverboy a recorrer a todo o tipo de expedientes para tentar safar-se das suas responsabilidades "conjugais".
As últimas páginas são dedicadas a trabalhos rejeitados e à divulgação de prémios e concursos.  
Mesinha de Cabeceira #6 (1.ª edição), Outubro de 1994, 24 págs, fotocópia a preto & branco, 21x14,9cm. Tiragem: 30 exemplares. Edição: FC Komix. Barreiro.

Cerca de meio ano após a edição original, surge a 2.ª edição "aumentada e melhorada". Relativamente à primeira edição, desaparece o Loverboy e em contrapartida, entram novas bd: um cão americano tipo Pluto a mimetizar cenas do filme "Apocalypse Now"; "Playrats" de João Tércio; uma prancha humorística da dupla Geral & Derradé e também alguma bd autobiográfica de Marcos Farrajota. Há uma melhoria nítida na qualidade de reprodução das fotos do Estrompa a acompanhar a respetiva entrevista - era uma pena umas fotos tão boas estarem tão mal impressas!
Nesta nova edição há também mais texto como as "Críticas Crípticas" que versam sobre várias edições da responsabilidade de José Carlos Fernandes e também curtas resenhas sobre os novos números dos fanzines Classe Média e do BadSummerBoys. Outra novidade é a publicação da "Lista de Ódio" do Marcos e uma lista de nomes brasileiros muito bizarros.
Mesinha de Cabeceira #6 (2.ª edição), Fevereiro de 1995, 32 págs, fotocópia a preto & branco, 21x14,9cm. Tiragem: 100 exemplares. Edição: FC Komix. Cascais.

Mesinha de Cabeceira #10
Editado por Marcos Farrajota / FC Kómix, em colaboração com a Associação Chili Com Carne, conta com capa e bandas desenhadas de Marcos Farrajota. A primeira parte deste número é preenchida com "Histórias de Noitadas, Deprês & Bubas", num estilo diarístico, algumas vezes escorregando na irrelevância, outras vezes (os melhores momentos) num estilo autobiográfico, que nos suscita a dúvida se o autor não estará a divagar e a ficcionar a sua vida e intimidade.
Segue-se a rúbrica "Críticas Crípticas" comentando diversas publicações alternativas como "Malus" de Christopher Webster e "Sourball Prodigy" de Mike Diana, ambas posteriormente editadas por M. Farrajota. No tocante aos fanzines nacionais, notas sobre Sub #1, Shock #19, Aardvark #3 e Atelier de Técnicas Narrativas - Curso de Banda Desenhada.
Daniel D. (Dias) apresenta uma bd sanguinolenta em duas pranchas. De seguida, um extenso artigo "Tolerância Zero" escrito por Mike Diana, narrando o seu caso com o sistema judicial americano devido ao seu fanzine "Boiled Angel".
Na última página, o "Rejeitados #8", com um desenho da Mariazinha por Rui Lacas, feito para um poster que nunca chegou a ser impresso.
Mesinha de Cabeceira #10, Novembro de 1996, 32 págs, fotocópia a preto & branco, 21x21cm. Tiragem: 150 exemplares. Edição: FC Komix. Cascais.

Mesinha de Cabeceira #11


Mesinha de Cabeceira #11, Março de 1997, 32 págs, fotocópia a preto & branco, 21x21cm. Tiragem: 150 exemplares. Edição: FC Komix. Cascais.

Mesinha de Cabeceira #12


Mesinha de Cabeceira #12, Julho de 1997, 32 págs, fotocópia a preto & branco, 21x21cm. Tiragem: 150 exemplares. Edição: FC Komix. Cascais.

  © Ourblogtemplates.com